segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Cordiais saudações

Wikileaks
A América soluça:
"A solução é dissolver Assange"

Wikileaks
A América rica fica
se comunica e se trumbica

Wikileaks
A Mary, cá, perdeu os seu segredos

Wikileaks
Morro de Velho
(Alemão? Cruzeiro?)
Não leio tudo.

Ouvi o choro da Mary, cá
Ouvi o soluço da América
Wikileaks

sábado, 13 de novembro de 2010

Sábado animado: vídeo e rádio

Encontrei, não por acaso, um vídeo que me fez ter boas risadas. Tive acesso a ele através de uma notícia enviada pelo blogueiro responsável pelo Os Seelwas e que será apresentada daqui alguns minutos no programa Tons & Ecos, da radiovidasul.org
O referido trabalho radiofônico é produzido pelo movimento ambientalista VerdeNovo e este blogueiro participa como convidado. Portanto, é possível conhecer minha voz de cantor de banheiro e dar umas risadas dos meus pitacos.
A produção audiovisual é autoexplicativa. Basta clicar no play e conferir.
O vídeo está aí em baixo e o programa pode ser ouvido, como em todos os sábados, a partir das 19h, clicando no link da rádio aí em cima.

domingo, 7 de novembro de 2010

Meta-se na ficção: metaficção

Sempre quis ser escritor. Desde a infância inventava histórias (o termo "estória", pro meu gosto, é apenas um fabuloso neologismo do Guimarães Rosa). As minhas sempre eram contadas como se fossem reais, assim com são escritos os livros de história da escola. Então eu procurava ser o mais verossímel possívil, digo, veromíssil povíssel, ou melhor... melhor deixar pra lá. Sempre procurei deixar os fatos contados com jeito de fatos reais. Buscava fazer com que os meus ouvintes acreditassem mesmo que havia acontecido certa vez na casa de um tio que morava na fronteira com o Uruguai ou quando aprendi a nadar por ter sido deixado, sem querer, pelo meu avô, em terra firme enquanto ele e meu tio saíam de barco pra pescar e que fui nadando até a embarcação, coisa de uns cinco metros. De fato, tinha tios que moravam na fronteira com o Uruguai, mas não ocorriam histórias malucas pra serem contadas numa roda de amigos. Além disso, aprendi a nadar numa praia de lagoa, em que a profundidade mal chegava a deixar a água molhar o saco. Mas a maneira com que contava as histórias, sempre procurando torná-las críveis, é que acabava sendo interessante, mesmo que meus amigos desconfiassem do teor de verdade em cada uma delas. O que lhes importava, acredito, era que tudo parecia real e rendiam boas risadas ou mijo na cama.
Assim iniciou minha carreira de escritor. A carreira de um escritor que ainda não conseguiu concluir um conto sequer, muito menos publicar algo em livro. Mas creio que isso não me tira o caráter de escritor. Invento histórias e as escrevo e isso é o que importa. Evidentemente, em respeito aos leitores deste espaço, não as publico aqui. Quem sabe algum dia eu as consiga concluir e publicar em formato impresso, pra ser lançado em feira do livro ou coisas do gênero. Além de escritor, também sou pretensioso crítico literário. Digo pretensioso porque, embora especialista certificado na área, sei que ainda tenho muito chão pra andar e muito livro pra folhear. Minha especialização, portanto, é em Literatura Comparada. Nessa área, o importante é analisar alguns aspectos de determinada obra e observar como se relaciona com outra ou com outras áreas do conhecimento. Pra demonstrar um pouco como isso funciona na prática, resolvi fazer uma pequena análise usando duas obras externas à literatura, ainda que narrativas e adotando apenas alguns aspectos. Escolhi analisar "Saneamento Básico - O filme", de Jorge Furtado e "Os Simpsons - O filme", de Matt Groening. Alerto, no entanto, o leitor, que será uma curtíssima análise, na qual apontarei algumas aproximações entre a obra cinematográfica de Furtado e o desenho animado de Groening. Depois dessa crítitica que segue, tentarei contar uma das peripécias que aconteciam na casa dos meus tios. Das que realmente aconteciam, não as que inventei. Aí meus leitores saberão o quão sem graça eram os fatos que eu precisava distorcer. Mas primeiro apresento o ensaio.

Springfield e Linha Cristal: Os filmes

Um dos temas mais caros à humanidade nos últimos tempos é a preocupação com questões ambientais. As mudanças climáticas e o esgotamento dos recursos terrestres são questões que fazem com que cientistas, entidades não-governamentais, políticos e a classe artística tomem um discurso forte em torno das soluções a esses problemas.
No mesmo caminho, duas obras que chegaram aos cinemas brasileiros no ano de 2007 chamam atenção. São elas Saneamento básico - o filme, do gaúcho Jorge Furtado, e Os Simpsons - o filme, do norteamericano Matt Groening.
No primeiro, os moradores da localidade chamada Linha Cristal (que bem poderia ser qualquer povoado brasileiro) estão preocupados com um esgoto a céu aberto que causa diversos problemas de saúde pública. Para a solução do problema, a população pleiteia há muito tempo a construção de uma fossa. Para tanto, reunem-se no início do filme os próprios moradores. Porém, a narrativa inicia antes de surgirem as imagens, com a personagem Marina (Fernanda Torres) chamando o público do cinema a acomodar-se. Há um diálogo, portanto, entre a personagem e a plateia. Ao iniciarem as imagens, percebe-se que o diálogo, na verdade, ocorre entre Marina e os demais habitantes do lugar que estão chegando para o encontro.
Na segunda obra, o lago que banha a cidade de Springfield, nos Estados Unidos (o número de cidades norteamericanas com esse nome é difícil de saber, portanto, poderia ser qualquer cidade daquele país) está totalmente poluído. Nesse ponto, ocorre a primeira aproximação entre as narrativas. De um lado, há um esgoto a céu aberto que está causando danos ambientais, de outro, há um lago que já não mais suporta receber dejetos e também implica em consequências ambientais difíceis.
A segunda aproximação entre as obras ocorre quando Homer Simpson está assistindo, junto com sua família, um desenho animado num cinema, e resolve criticar o fato de alguém pagar para assistir algo que passa gratuitamente na televisão, inclusive apontando para quem seriam as pessoas que disperdiçam dinheiro até chegar a apontar para o expectador. O diálogo criado entre Marina e o público aparece de maneira diferente entre Homer e quem está assistindo ao filme, porém, pode-se afirmar que o diálogo direto personagem-público existe.
Outra aproximação interessante entre as narrativas é a metaficção. Se os Simpsons assistem desenho animado no cinema, O monstro do fosso é uma obra ficcional cinematográfica produzida e apresentada pelos moradores de Linha Cristal. Nesse filme encapsulado, a poluição no córrego gerou um monstro adormecido que é acordado pelas obras de construção de um fosso (ou fossa, conforme discussão entre as personagens) e que poderia por Linha Cristal em risco. De maneira similar, embora não esteja integrando uma "narrativa dentro da narrativa", o lago de Springfield, devido à quantidade de dejetos, cria um "monstrinho": um peixe de muitos olhos que acaba por trazer sérias consequências à cidade.
Em termos formais das obras, o destaque mesmo continua no ponto do metaficcional. De um lado, um filme sobre quem produz um filme e de outro um desenho animado sobre quem assiste desenho animado. Nesse ponto, ambos os trabalhos conseguem realizar autocrítica e discutir a validade das obras dos seus respectivos gêneros.
Existem outras aproximações interessantes e observações importantes acerca das duas obras, mas este otário deixará em aberto pra que os leitores tenham o prazer da descoberta assistindo Saneamento básico - o filme e Os Simpsons - o filme.


Agora, segue um dos acontecimentos das casas dos tios

Sempre passava as férias de verão na casa de uns tios que moravam na zona rural de Herval do Sul, fronteira do Brasil com o Uruguai. Na verdade, eram vários casais e várias casas, mas eu frequentava duas. Uma, do tio Sérgio, que ficava ao norte da estrada, mas bem próximo a ela. Nessa casa, tinha luz elétrica e tudo mais. Nessa casa que passava a maior parte das férias pois tinha o primo que era quase da minha idade. Lá, a gente não costumava aprontar muito. Geralmente, o que fazia mais era jogar futebol, imitando as defesas do Higuita ou as cobranças de falta do fabuloso Zezinho, ponta esquerda do Brasil de Pelotas nos anos oitenta ou subia em árvores pra olhar o horizonte tentando fugir da gente. De fato, nada de extraordinário acontecia. Ou tudo era extraordinário, mas só pra gente.
Na outra casa, ao sul da estrada, a casa do tio Pedro, não havia luz elétrica, mas tinha uma égua petiça da bisavó, que não nos deixava montar (a égua é que não deixava, a bisavó deixava montar - na petiça, é claro). Tinha também um açude onde minha tia criava traíras de estimação. Nele, certa vez, ocorreu um fato curioso, mas nada de extraordinário.
Reza a lenda que a tia Nida alimentava, chamava pelo nome e acariciava um dos peixes enquanto aqueciam ao sol. Todos confirmavam. Meu tio, sempre proseador, sempre contava que via tia Nida acariciando a barriga da traíra. Eu, sempre espantado, perguntava se não mordia, mas jamais a resposta era de que o bicho se rebelara contra a dona. Muitos verões após eu ouvir contar histórias da tia e sua traíra de estimação, ouvi contar uma história ocorrida com meu primo. Diz que minha tia estava atarefada em casa. Era época da choca do peixe e eu ainda estava no período letivo, estudando pra chegar à sétima série. Meu primo morava na região e estava quase todos os finais de semana nas casas dos tios, sendo que o tio Sérgio era avô dele. Minha tia estava atarefada e não viu. Meu primo, de tanto acompanhar tia Nida, resolveu ir tratar os bichos, como se diz por aqui. Levou sei lá eu o quê pra dar às traíras. Deu comida, chamou pelo nome, mas não precisava, pois era época da choca e ela já estava à beira do pequeno lago artificial, aquecendo ao sol. O guri resolveu tentar o impensável: acariciar a barriga do peixe. Primeiro, foi aproximando, conversando, jurando que estava sendo ouvido. E o animalzinho continuou ali, tomando banho de sol. Aos poucos, foi aproximando a mão da água. Claro, se tocasse primeiro na superfície, certamente espantaria a presa ou, no caso, o bicho de estimação, uma traíra de pelúcua, pensou. Então, resolveu chegar rápido e delicadamente, evitando assustar e fazer a traíra fugir. Tanto foram os rodeios que enfiou a mão, como se desse um bote certeiro para pegar um pedaço de carne do churrasco que caiu no fogo, evitando se queimar. Mas foi só o tempo de enfiar a mão n'agua e sair com o fruto da pesca no anzol formado pelo dedo. Conseguiu tirar da água uma traíra que já estava sendo criada há mais de cinco anos, o que significa um peso razoável. A sorte é que o dedo não tem fisga, por isso o peixe conseguiu soltar o dedo rapidamente ao sair da água. Mas o estrago já estava feito e o primo ficou com o dedo rasgado. Tanto que feriu o tendão e fez com que o dedo ficasse com sequela: formou-se um desvio de maneira a parecer mesmo uma fisga.
Ao mostrar o dedo do primo aos amigos, jamais conseguiria contar que foi assim. Na segunda frase, todos já estariam enjoados de ouvir. Então eu resolvia dizer que havíamos descoberto uma antiga estação férrea que era usada de depósito de agrotóxicos e que havíamos sido pegos pelos caseiros do local. Daí passávamos por aventuras que poderiam culminar com o dedo quebrado do meu primo e conseguir evitar que os produtos fossem jogados numa sanga de um lugar fictício chamado Carvalho de Freitas, divisa de Pedro Osório e Herval do Sul, sul do Rio Grande do Sul, onde hoje estaria tomada de eucalíptos para a exportação de água.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Registrando um Dilma Feliz

A esperança venceu o medo
O respeito venceu o ódio
A liberdade venceu o preconceito
A inteligência venceu a desinformação
O olhar venceu a manipulação
O bom humor venceu a palhaçada
A luz venceu o aborto
O povo venceu tudo isso
Mas não foi bem assim

Foi assim
O medo foi vencido pela esperança
O ódio foi vencido pelo respeito
O preconceito foi vencido pela liberdade
A desinformação foi vencida pela inteligência
A manipulação foi vencida pelo olhar
A palhaçada perdeu o bom humor e para o bom humor
O aborto voltou-se contra o abortante
Tudo isso vencido pelo povo

O fujão foi vencido pela guerreira e a guerreira venceu o fujão. Simples assim!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Aviso aos amigos leitores que eventualmente não gostarem do fato deste blog assumir uma postura político-eleitoral mais forte nos últimos dias: é uma necessidade deste blogueiro em ajudar a evitar o retorno de uma turma tenebrosa ao comando da nação. Danação sofreremos caso ocorra tal fato. Então, solicito apenas que votem em Dilma 13 e tenham paciência que logo as postagens "normais" retornarão. Até mesmo porque encontrei o bloquinho de anotações e estou, como se diz por aqui, na ponta dos cascos!
No mais, encontrei um texto que me assustou um pouco e repasso o link ao leitor. Trata-se da fragilidade da urna eletrônica. Basta clicar no link abaixo.

http://opiniaoenoticia.com.br/internacional/asia-oceania/comprovado-que-urna-eletronica-e-sujeita-a-fraude/

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Alô alô, Terezinhaaaaaa!

A coordenação de campanha pró-Serra: estou montando uma gráfica. Folhetos acusando a Dilma de qualquer coisa que quiserem, até de ter matado o Werner Schünemann na novela das oito podem ser encomendados pelo telefone (11) 35111700. Cobro por cada.
A TFP: faço campanha de arrecadação via internet. Peço ajuda aos necessitados por vocês. Aliás, peço aos necessitados que nos ajudem e digo que é pra ajudar aos necessitados. Se tiver interesse, basta contactar João Sérgio Guimarães, presidente da TFP.
A Folha de Sumpaulo: o Fernandinho Beira-Mar tem uma grave denúncia de pedido de propina na Casa Civil. Já encaminhei a fonte confiável. Agora é com vocês investigarem.
A Zero Hora: Adiantem o serviço reclamando da falta de policiamento no governo Tarso. Não esperem acontecer! CPI já!

domingo, 10 de outubro de 2010

Sim ao aborto!

Hoje acordei anti-abortivo, anti-democrático e anti-inflamatório. Não. Na verdade, acordei antiabortivo, antidemocrático e anti-inflamatório, segundo as novas regras.
A bem da dita verdade, a dita dura verdade (cacofonia velha, mas funcional) sou favorável ao aborto. Não falo em aborto de gente. Isso é outra discussão. Sou favorável ao aborto de determinadas ideias, como o de uso de baixaria em campanha eleitoral. Favorável a abortar o jogo sujo e o golpe baixo. Pra mim, quando alguém começa a gestar uma ideia imbecil, deve abortá-la imediatamente. Mas isso é antidemocrático, não é? Que se dane! Já disse: hoje acordei antidemocrático, dentre outros anti.
Voltando ao caso de acordar antiabortivo, não querendo criar confusão nos leitores, mas criando, acordei assim porque acordei com vontade de defender que não se deve abortar coisas que realmente estão dando certo, mesmo que seja um certo meio duvidoso, mesmo que estejam dando certo com pontuais ressalvas, coisas que dão certo mas que apresentam um Belo Monte de problemas. Mas, ainda assim, são coisas que estão dando relativamente certo e que não podem ser abortadas, principalmente por procedimentos anti-higiênicos. Sou antiabortivo por não querer que abortem um projeto fraco, mas que pode ser melhorado em favor de um que cria anacéfalos, filhos de violações de todas as espécies e, principalmente, tem seu jogo sujo escondido por uma cortina midiática ojerizante.
Por isso, acordei e bloqueei alguns nomes da minha lista de contatos de e-mail: pretendo abortar algumas ideias estúpidas pra que não seja abortado um trabalho que pode ser melhorado.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

De negrinhos, um cineasta crítico e a liberdade de expressão

Meu caderninho de anotações parece realmente ter tomado aquele remédio pra dor de cabeça. Não consigo localizá-lo, muito menos encontrá-lo, tampouco achá-lo. Talvez eu precise procurar uma mãe de santo (ou mãe-de-santo, ou ainda mãedessanto...) ou fazer promessa pra São Longuinho (isso fica estranho...). Aqui no Sul, costuma-se procurar o Negrinho. Não me refiro ao doce e sim ao do Pastoreio. Aliás, o Brasil pouco conhece sobre os dois. Do doce, por exemplo, conhece a coisa, mas não liga ao nome. Negrinho é o nome que damos ao Brigadeiro. Não o Brigadeiro das Amadas Forças Armadas, mas o docinho feito de chocolate com aquelas deliciosas imitações de cocozinho de rato. O outro Negrinho, o do Pastoreio, é o do folclore. Tudo coisa do estado mais politizado do país, mas que elegerá Ana Amélia Lemos como senadora só porque aparece na tv dizendo que conversou com o fulano, mesmo que ninguém saiba quem é o tal do fulano. Mas este estado também faz escolhas inteligentes. Não é só governadora das pantalhas e senadora cria da ditadura, mas escolhe bem em termos de arte. Cinema é um tema caro ao gaúcho. Aliás, é por aqui que existe um dos mais importantes centros de produção cinematográfica do país, a Casa de Cinema de Porto Alegre. Mas não quero me ater atoa à casa. Todo esse rodeio (aliás, outro aliás, também não gosto de rodeios) é pra falar do cineasta Jorge Furtado. Já comentei aqui Saneamento Básico, o filme e postei um pastiche (ou seria um pistache?) de Ilha das Flores. Agora, gostaria de apresentar aos meus leitores, um Jorge Furtado crítico. Mas acho melhor o próprio Furtado (que não é o Senhor Furtado do Chaves) apresentar seu lado crítico. Clique aqui e leia o blog do próprio. Mas com um aviso: é um comentário politítico.




Atualizando em tempo:
Saiba do encontro entre militares e representantes da Veja e da corporação Globo "em defesa da liberdade de expressão" clicando aqui.










segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Valhapena...

Já faz um tempinho que este blog postou uma imagem, na qual consta uma lista sobre os meios meios de comunicação (falo em meio porque não é princípio nem fim) que estão com a outorga pública vencida. Muitos deles, portanto, estão atuando clandestinamente. E tem muita gente grande no assunto. Meus leitores mais assíduos devem lembrar. Os novos, podem conhecer a lista, da mesma forma que um link que leva ao sitio do Ministério das Comunicações pra fazer a própria pesquisa. Basta clicar aqui.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Império Romano - IR, por Groucho


Ainda não recuperei meu bloquinho de anotações. Isso faz com que eu continue dependendo da memória que também não é lá essas coisas. Então continuo no meu esforço pra ter assunto pra escrever, já que, quando lembro, estou longe de um computador e quando estou próximo, esqueço o que queria dizer. Assim vou.
O flato, digo, o fato é que lembrei de algumas amenidades que gostaria de partilhar com meus leitores.
A primeira historinha diz respeito ao recesso julino. Durante a última semana do mês que homenageia Júlio César, houve as tradicionais "férias do Júlio" que, segundo reza a lenda, teve início no Império Romano, quando o Imperador (ave!) saía a conhecer belos lugares, belas mulheres e belas mulheres dos lugares, além dos belos lugares das mulheres, deixando Roma em férias. Esse costume veio até a atualidade, porém, sendo incorporado apenas ao calendário escolar. Sigo a história.
Durante as tais férias, fui viajar ao Uruguay. Não quero ficar tecendo comentários turísticos sobre a hospitalidade do povo de lá, nem que Montevideo é uma cidade fantástica. Quero falar é de um momento epifânico que lembrei de ter tido quando estava lá. Explico: há um tempo, tive uma epifania: sou marxista, mas não pelo pensamento do Karl e sim o de Groucho. Só não me peçam pra explicar o que significa ser marxista pela tendência de Groucho. Recomendo ler a respeito e assistir os filmes. E agora isso me veio à cabeça, graças à campanha política. Corta esse parágrafo aí, menino!
Outra narrativazinha que veio ao desembaraço é a respeito de quanto a justiça e a mídia nesse país continuam caçando borboletas. Pensando bem, essa historinha se parte em duas: a primeira, diz respeito ao famoso arqueiro que teria esquartejado a mulher e, com ajuda de um fiel escudeiro, atirado os pedaços aos cães, além de enterrar os poucos pedaços restantes no concreto. Tem testemunha e tudo. Porém, como não se encontra o corpo, a justiça começa a trabalhar pela hipótese de não haver assassinato, já que não há defunto. A hipótese agora é a da lesão corporal. Aposto minha reputação (que já não é lá essas coisas) que os dois serão absolvidos. Sem quebrar parágrafo, sigo em direção à segunda (quem mudou de linha foi o editor de texto, o que pode ser reparado pelo inicio do outro assunto na mesma linha, marcado pela fonte em destaque). Vazou a declaração de IR de alguns políticos chegados ao candidato Serra e ao ex-presida FHC. A mídia toda bate em cima pra que se declare que foi alguém ligado à Dilma quem fez o furo pra fazer a coisa vazar. Até aí, tá legal. Vazar a intimidade dos outros é uma coisa muito feia. Mas o que tem na tal declaração que faz com que essa gente má tenha pretensão de torná-la pública? Ou refazendo a pergunta: a tal declaração de IR compromete a quem?


domingo, 18 de julho de 2010

A volta do regresso

Perdi meu bloquinho de anotações e, por tal motivo, também perdi as ideias de assuntos pra postar aqui. Esse é o principal motivo pelo aparente abandono deste espaço. Na encadernação, tinha anotações importantes sobre assuntos desimportantes como copa do mundo, cinema, literatura, meu emprego, o emprego do hífen, ítens em geral. Aos poucos, devo lembrar de um ou outro ponto e ir postando. Inicio por um tema deveras problemático: um (de)puta(do) de origem comunista que resolveu apoiar a aprovação das alterações no código florestal e apoiar todos os ruralistas da direita sob duas alegações: não existem mudanças climáticas decorrentes da atividade humana e os ativistas ambientalistas estão a serviço do imperialismo. Sério! Não é piadinha minha. E olha que eu adoraria contar uma dessas!
Aldo Rebelo é o nome da figura. Fiquei tão feliz com as colocações dele que resolvi escrever uma carta ao nobre fdp em respeitosa resposta. O texto segue:

Exmo Sr. Deputado desta Res Púb(l)ica
Dirijo-me a V. Exa. com o intuito de, peremptoriamente, complacer deverasmente com sua prosopopeia em apoio à despundonorizada caterva brilhantemente liderada pela não menos Excelente Sena(dor)a Kátia. Devo apontar o denodo ao qual o nobre representante dos ideais stalinistas se uniu ao grupo desgregado e desprovido de escrúpulos sob o subterfúgio de "salvar a nação dos imperialistas" (perdoai o linguajar populesco!).
Meu anelo, em verdade, é o de que Minerva controle as faculdades cogno-intelecto-esfínctera dos demais componentes dos seus nobres colegas, para que, com propósito cristalino, o seu relato elucidante venha a ser consagrado e reafirmado.
Portanto, como V. Exa. evacuou seu esfíncter ao expelir tamanho bolo fecal, disponho-me a instigar ao semideus Príapo, guardião dos jardins e das plantações, a que lance sua arma fálica para preencher o espaço dantes ocupado pelo material excretório na sua ampola retal.
Respeitosamente,
Um imperialista da mentira!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Mais um pouco sobre José Saramago

No post anterior, tentei informar meus leitores sobre a passagem do genial José Saramago deste mundo. Depois disso, surgiram alguns comentários que, creio, deixei passar batido. Acho que devo postá-los agora, em nova postagem, porque é uma forma de digerir melhor a notícia.
Começo por duas falas do próprio escritor. A primeira, de que os cientistas não sabem de nada, mas explicam tudo, enquanto que os poetas sabem de tudo, mas não explicam nada. A segunda, inclusive já foi citada no Sul21 e que acompanha algumas coisas que já escrevi aqui: o tuíter!: “Os tais 140 caracteres reflectem algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo. De degrau em degrau, vamos descendo até o grunhido”. Não vou estender essa discussão ainda mais. Até mesmo por não ser necessário.
Termino as observações pela experiência que tive hoje à tarde. Ao chegar na escola que trabalho, estava cabisbaixo com a notícia. Pensei em pedir atenção de todos na Sala do Avon e dar a notícia, mas algo me conteve. Fiquei lá, aguardando o início da aula. Então, a maioria dos colegas foi pras respectivas salas e eu fiquei com mais duas professoras um pouquinho mais, já que as nossas turmas entram minutos depois. Nesse instante, percebi a tv ligada e a chamada pra notícia da morte de Saramago. Claro que isso foi noticiado beeeeem depois que terminou o jogo da Copa. Então, uma das colegas que parecia desatenta perguntou: "quem morreu?" e a minha resposta foi mais que de bate-pronto (pra usar a linguagem futebolística): "Saramago". Pra minha surpresa, da mesma forma que respondi, recebi outra pergunta: "e quem era ele?". Foi o suficiente pra me deprimir. Definitivamente.

Extremamente triste com a perda!

É exatamente assim que se sente este otário ao ler no site Sul21 a partida de ninguém mais ninguém menos que o Nobel de Literatura José Saramago. E não é uma piadinha sem graça deste blogueiro! O autor de "O Evangélio segundo Jesus Cristo" e "Ensaio sobre a cegueira" faleceu hoje pela manhã!
Mas o pior de tudo, é saber que ocorreu o óbito às 09h (horário de Brasília) e já passam das 11h e 30min e a grande imprensa ainda não deu uma linha. Se fosse alguém ligado ao futebol?
Isso me remete a quando Mário Quintana partiu desta pra uma outra. No mesmo período, foi-se o tal de Senna. O país inteiro chorou a perda do cara que se naturalizou em outras bandas pra pagar menos impostos e fez de conta que o poeta nem existia.
Lamentável!

domingo, 6 de junho de 2010

Teste sua pegada!

Muito tenho batido aqui na necessidade de rever toda uma cultura agressiva ao planeta. Aliás, há algum tempo que não falo no tema, mas já falei muito quando iniciei na difícil arte de escrever um blogue. Pois bem. Quem acompanha este espaço, sabe o quanto procuro me comprometer com as questões socioambientais. Como hoje me bateu um saudosismo, resolvi retomar, mais uma vez, esse assunto.
Dessa vez, o que me veio à reflexão foi a ideia de quanto estou, particularmente, comprometendo o ambiente no qual vivo. Qual seria a minha "pegada ecológica"? Antes de responder a isso, preciso deixar claro ao leitor mais desavisado o que exatamente é essa tal pegada.
Não. Não trato aqui daquela pegada que enlouquece as mulheres, quando a gente (os homens, principalmente) chega com firmeza, calor e ousadia, endurecendo sem perder a ternura, toma a parceira (no meu caso, mulheres) de maneira a não deixar fôlego, arrebatando com volúpia e uma pitada de rudez carinhosa, fazendo com que elas se entreguem totalmente ao prazer. Não é desta pegada que falo. A pegada a qual falo, é comparável àquela que deixamos na praia, quando pisamos na areia molhada, ou num terreno lodoso. Falo da pegada no sentido de deixar marcada a nossa passagem. Não que a primeira forma de pegada não deixe marcas da passagem do homem na vida da mulher, mas na segunda é a marca que vem melhor ao caso.
Sendo assim, a pegada ecológica (note o leitor que já não aguenta mais ler essa palavra nesse texto, logo direi o motivo de tanta repetição) nada mais é do que a marca que deixamos na nossa existência. A marca deixada pelo nosso ato de pisar em algo. Pisar na Terra. Por consequência, é o efeito de toda a nossa existência: o que consumimos, o que dejetamos, o que destruímos pra benefício (sic) próprio.
Voltando à questão da minha pegada (lembrando que não falarei da minha vida sexual, embora esteja atentado, pois daria um miniconto interessante), descobri, um site onde calculo o quanto estou prejudicando o planeta. Basta entrar no site www.pegadaecologica.org.br ou em www.oeco.com.br/calculadora (sendo este o mais interessante) e responder às perguntas. No final, após a 15ª questão, ele indica a quantidade de planetas iguais à Terra seriam necessários pra sustentar a vida caso todos tivessem o mesmo rítmo de consumo. Vale lembrar que é apenas uma ideia e que as questões são genéricas, sem considerar pormenores, mas dá pra tirar algumas conclusões. No meu caso, um sujeito que tem preocupações socioambientais e vive tagarelando isso, precisaríamos de dois exemplares do nosso planeta. O leitor poderá clicar no link de um dos sites e verificar a sua própria pegada. Se quiser verificar a outra pegada, deverá fazer outro tipo de teste.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Pode me ler, mas não precisa seguir

Já escrevi aqui que não gostava muito do tal de tuíter. E o pior é que o negócio virou uma febre, o que, segundo meus parvos conhecimentos da medicina, concluo que é sinal de uma doença infecciosa.
Por outro lado, Autran Dourado já disse, em "O risco do bordado", que períodos longos não são pra iniciantes. Juntando a isso, Jorge Furtado, ao fazer "O homem que copiava", afirmou que estamos numa época em que algumas pessoas têm memória de peixe. O produto dessas duas informações é o próprio tuíter. Quem não é muito chegado a escrever, acaba escrevendo pouco, de maneira curta, e em segundos o leitor esquece o que leu no hipertérmico instantâneo, justamente por ter outra breve informação logo alí, ao alcance dos olhos parados. Também é possível olhar aquele vídeo do iutubi, acessar orkut (leia-se colheita feliz), falar no msn, mandar sms, tudo ao mesmo tempo em que se lê e escreve no tal segundário.
Nem discuto a questão da pretensão de se achar que quem está no tuíter não tem leitores: tem seguidores.
E para acalorar mais este post que já ultrapassa os 39°C de temperatura, resolvi postar um vídeo do iutubi, produzido pro programa Massaroca, da TV Cultura. Mas um aviso: não é um vídeo de humor, mas um trabalho bem-humorado.


quarta-feira, 12 de maio de 2010

Há um ano, este otário falava

Gosto de apontar a incoerência dos outros. Não é legal? Minha mulher, por exemplo, sempre diz que é uma santa. Vivo exigindo que ela seja coerente. Ora, uma santa não deve perdoar a infidelidade? É o mínimo que se espera! Eu não. Sou mundano e não consigo perdoar. Ai dela, santa e casta, se for adúltera e não aceitar minha condição de infiel. Tá bem, eu sei. Meu leitor já matou a charada: não tenho mulher.
Na verdade, a mulher é que me tem e é ela quem exige tudo isso de mim. Eu só defendo essas coisas, mas não faço. Viu o que é ser incoerente? Incoerente e confuso.
Mas tanto gosto de apontar pros outros o meu dedo sujo de contradições que não consigo poupar nem a mim mesmo. E olha que contradição não é exatamente a mesma coisa que incoerência.
E pra que o leitor veja o quanto sou incoerente, vou pôr um link pra algumas postagens do ano passado, mais ou menos nessa mesma época. Clique aqui e leia por você mesmo, caro leitor.
E antes de mais nada, antes que alguém fique procurando incoerência entre o que disse naqueles dias e hoje, terá uma surpresa em perceber que está tudo aqui.
E (outro e...) atentem pros erros ortográficos: tudo fruto da preguiça em revisar...

Bem, olhando pra este post, nem sei se os leitores continuarão a ler este blog. Acho que agora me abandonam. Todos.

domingo, 25 de abril de 2010

História

A gente deve estudar história justamente pra fazer uso do conhecimento. Se estudarmos a segunda guerra, por exemplo, não se repetirá o horror nazista. Se estudarmos o outro lado da história do mesmo fato, não se repetirá os erros de cálculo dos nazistas e se conseguirá sair vitorioso da luta, deixando que os aliados da vez saiam como os verdadeiros monstros históricos, podendo até acusá-los dos mesmos horrores...
Por isso que costumo estudar um pouco de história. E sempre procuro observar o máximo possível dos lados que se envolveram nos fatos. Algumas vezes eu consigo trazer o fato pro meu benefício, outras, consigo ver quem está se beneficiando e assim vai. É, caro leitor, pelo jeito, dessa vez não será tão divertido o que lerá aqui. Estou cheio de histórias pra contar e nenhuma delas é tão divertida quanto às anteriores. Na verdade, tenho muita enrolação também, mas isso já é praxe aqui.
Eu poderia até contar aquela piada em que a loura tentava dormir num avião e um sujeito, tentando tirar vantagem daquele estereótipo, incomoda a tal moça, tentando lográ-la em algum dinheiro. Ela até que reluta, mas a insistência do fuleragem a vence. Então resolve ouvir o que o cidadão a propõe:
- É simples. Uma aposta: eu pergunto e você tenta adivinhar. Se acertar, pago quinhentos reais. Se errar, me paga cinquenta.
Ela aceitou, só pra ver se o sujeito insuportável a deixava em paz. E lá foi a tal pergunta:
- Qual o nome do jogador de futebol que mais fez gols em copas?
A loura nem se deu o trabalho em tentar responder. Abriu a carteira e logo pegou a nota, entregou ao abobado e virou pro outro lado, tentando dormir. Mas o sujeitinho resolveu encher o saco da pobre.
- Só pra terminar a conversa. Dessa vez, você pergunta e eu tento adivinhar. Do mesmo jeito, se eu acertar, recebo cinquenta reais seus. Se errar, pago quinhentos.
Então a loura fez a seguinte pergunta, tentando ver-se livre do paspalho:
- Quando o homem foi à lua pela primeira vez, deixou uma pegada na superfície lunar. Então eu pergunto: qual o número do sapato usado pelo astronauta no dia?
O sujeito pensou, pesquisou, tentou ligar pra todos conhecidos que poderiam ajudá-lo e não obteve resposta. Contrariado, abriu a carteira e entregou os quinhentos reais à garota. Após entregar o dinheiro, ainda curioso, perguntou a ela qual seria a resposta.
A loura abriu a carteira, entregou a ele cinquenta reais e, dessa vez, virou definitivamente pro lado e foi dormir.
Mas não vou contar esta história aqui porque é muito longa. O que vou fazer é falar um pouco de história e de como podemos utilizar fatos que não aconteceram a nosso favor.
Pensei nisso quando estudava a Independência do Brasil. Mais precisamente quando Dom João VI disse a Pedro: "Toma essa porra de coroa antes que algum bosta ponha ela na cabeça, caralho!"
Era a deixa pra que Pedro I viesse a reclamar a independência. Mas saltei no tempo e vim parar nos dias atuais, de mudanças climáticas. Me dei conta que, do mesmo jeito que a coroa portuguesa, muita gente que prejudica algo toma a frente em defender esse algo, enquanto continua a prejudicar o mesmo algo. Nossa, quanto algo!
Trocando em miúdos e deixando de lero-lero, contarei uma anedota pra ilustrar melhor o que digo.
Uma das escolas das quais eu trabalho fez uma grande atividade festiva semana passada. Aconteceu uma enorme quantidade de atividades legais, desde gincana de materiais de limpeza, onde cada material levado valeria uma pontuação específica, passando por passeios pela comunidade e chegando a atividades ecológicas promovidas por pessoas ligadas a uma empresa de celulose. Fim da anedota. Não teve graça, ? Pois eu também não acho graça nisso. Perceber que uma empresa que tem como principal finalidade a degradação do ambiente, através da monocultura, que exporta água em forma de pasta pra fazer papel higiênico (água essa que sai do Aquífero Guarany, um dos mais importantes do mundo) e que, pelo mesmo fator da monocultura, compra ou arrenda grandes extensões de terra e derruba as árvores nativas (leia-se, restos da mata atlântica e matas integrantes do Bioma Pampa) pra plantar eucalipto com a finalidade de limpar a bunda de europeu e norte-americano (isso mesmo! Estão limpando a bunda com as nossas florestas!). Enfim, perceber que uma empresa dessas está tomando a frente do discurso ambiental. É mais ou menos como colocar um estuprador pra ensinar crianças sobre DSTs. É nisso que lembrei quando comecei a falar em história. Lembrei que essa tal empresa está obedecendo exatamente o que sugeriu Dom João VI: está botando a porra da coroa na cabeça antes que os aventureiros dos ecochatos cuidem disso e mostrem à população os malefícios da monocultura. Acho que me estendi dessa vez. Mas foi pro bem da loura da piada.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Saudosismo ou nostalgia?

Vez por outra bate um saudosismo. Acabo até revirando o passado deste blog pra mostrar isso. Mas admito que essa nostalgia bate depois de determinados momentos. Peraí, eu disse nostalgia? Antes preciso esclarecer: nostalgia não é a mesma coisa que saudosismo. Nostalgia é saudade de algo que não aconteceu e saudosismo é algo mais amplo, referindo a algo que pode ter acontecido ou não. Pra ter um exemplo é como escutar músicas de épocas bem anteriores ao nosso nascimento. Aquele sentimento de que tudo era melhor naquela época é o de nostalgia. Escutar uma música da adolescência e lembrar de coisas ocorridas naquele período da vida é saudosismo, embora fique também um pouquinho de nostalgia por coisas que a gente não lembra se aconteceu assim ou assado, mas aí já é outra coisa. Em linhas gerais é mais ou menos quase isso. Mas voltando ao sentimento nostálgico, ontem estive numa assembleia (sem acento e com assento) dos servidores públicos municipais de uma das cidades nas quais trabalho. Bem, meus amigos leitores sabem que não sou favorável a identificar as localidades por julgar que poderiam representar várias outras e restringir seria um sacrilégio. Além disso, também não sou adepto de ficar falando muito da própria aldeia por não ficar a vontade. Mas deixemos as divagações truncantes pra lá. Vamos ao que interessa: minha nostalgia.
Ontem, tive a experiência mais inusitada da minha vida funcional. Descobri que existe um projeto que institui um cargo chamado "Líder de Equipe", cuja exigência mínima é ter apenas dezoito anos pra ocupá-lo. E não é o mesmo que eu o que ganhará esse tal sujeito, ainda que não se saiba o que faz o dito cujo. Não é mencionado sequer no projeto. E sabe a melhor parte? É Cargo de Confiança. Não precisa fazer concurso. Basta agitar a bandeira do partido que vencer a eleição. Agora fico me questionando: qual curso deverá fazer a pessoa que quiser ser "Líder de Equipe"? Fiquei imaginando as ofertas das escolas especializadas: "Faça já o seu Curso de Agitador de Bandeira e prepare-se pra concorrida vaga de Líder de Equipe" ou "Se você quer ser um Líder de Equipe, venha para cá. Oferecemos a disciplina de Agitação de Bandeira, para você concorrer à vaga, enquanto aguardamos a Prefeitura para nos dizer o que faz o Líder de Equipe para montarmos o restante da grade curricular". Salário básico inicial de R$ 610,00 mais vantagens (que são muitas).
O que me deixou nostálgico foi lembrar que há um ano, o mesmo governo disse que a média salarial do município era essa de R$ 1.089,27. Hoje eu lembro bem daquele dinheiro. Clique no valor e veja o meu salário padrão e as vantagens. Meu leitor terá um exemplo entre saudosismo e nostalgia.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Caio ali se eu leio

Ando sem assunto ultimamente. Pior que isso: estou parado e sem assunto. E não é ultimamente, é sempre. Mas sou cabeça dura e persisto em manter este blog cheio de anedotas. A última foi a do tal Gadelha aqui de baixo. Por causa dele (sim, com cacofonia e tudo), resolvi que sempre que falar de política e vier algum comentário de alguém que tenta aparecer mais que este otário, vou responder com uma sonora censura. Mas não será com uma censura normal, daquelas que a gente apaga o comentário e deixa por isso mesmo. Será uma malévola censura. Postarei o comentário como se fosse meu, logo acima, e trocarei os nomes citados pelo do próprio autor do comentário. Só pra vandalizar.
Mas pra não dizer que não falei em coisas novas, falo de uma camisa que ganhei de presente. Novinha. Tem até a etiqueta. Ah, desculpe o leitor. Essa falta de assunto tem me deixado bobo, além de já ser otário. Das coisas novas que trago (pois parei de fumar há tempos), destaco um poeminha que escrevi durante uma aula em que uma colega de especialização* falava sobre Caio Fernando Abreu. Na verdade, é um poema ainda inacabado, carente de revisões, mas que não me seguro em publicar aqui.



Caio Alice eu leio

Quando Caio, na literatura,

- leio e não entendo -

Caio só na história

Sei que ali se vai ao país das maravilhas

- mas leio e não entendo -

Ali, ter ar... ali se ter mina

Alice lê o mundo

Ali, ter (atura!)

- tudo coisas que não entendo -




* A colega em questão é Simone Xavier Moreira, atualmente especializanda em Literatura Comparada na UFPel e mestranda em Literatura na FURG.


domingo, 28 de março de 2010

Marina, morena, você se pintou...

O pior que pode acontecer com um ser humano, depois, é claro, das violências físicas e psicológicas, da escravidão, da tortura e da unha encravada, além da gravidez não planejada e da Zorra Total, é a manipulação da sua consciência. E isso vem acontecendo sistematicamente comigo. Não tem momentos em que a mídia não esteja fazendo um enorme esforço pra moldar a minha opinião. Querem que eu tenha determinadas ideias. E estão conseguindo! Estão fazendo um esforço enorme pra que eu me torne petista e, aos poucos, vão conseguindo. Embora eu relute bastante. Tenho muitas restrições ao governo Lula. Dentre elas, as questões ambientais e os crimes contra a terra que as obras do tal PAC vão cometendo. Acho que a história do tal mensalão ainda ficou muito mal explicada, embora não consiga, eu, definir se sou a favor, contra ou a favor de quem é contra e contra quem é a favor. O que sei, é que minhas críticas a este governo são nessa ordem. Por isso, eu estava tendendo a apoiar a Marina, até porque, Marina, morena, você se pintou... mas ela se pintou de verde. Um Verde meio Gabeira. E sabem quem é o vice do Gabeira? O cara que comandará a campanha do Zé Serra.
Mas deixemos a politicagem de lado. Só digo que abro meu voto pra Dilma e pronto. Digo que, embora todo o esforço da mídia em me fazer petista, me tornei apenas simpático à candidatura apoiada pelo Previdente. Ah, prometi deixar a politicagem de lado, mas ainda não é hora. Sigo na minha politicagem. E respondo o que o leitor estaria querendo saber no momento: como a mídia nacional (aquela liderada pela rede Grobo, funk!, como diria Didi Mocó) estaria tentando me fazer petista? Resposta óvibia: quando eles dizem algo, faço o contrário. Temo que eles tenham descoberto isso e resolveram tentar avacalhar com o atual governo e com a candidata só pra que eu tome postura contrária. Por exemplo: eles dizem que os professores paulistas são baderneiros e eu acredito o contrário, que alguns policiais a mando de Zé Serra é que baixaram o cacete. Vi, inclusive, uma foto de um manifestante carregando uma policial ferida (inclusive lembrei da querida amiga Mulher na Polícia). Vi o quão humanos são os dois lados (policiais e manifestantes, não o Zé) e que a mídia costuma usar os seus cacetetes pra incriminar um ou outro, conforme o gosto do patrão. Mas o que eu estou fazendo? Estou falando sério num blog de tolices! Assim não dá. Esqueçam o que eu disse. Só lembrem que eu estou apoiando a Dilma porque a mídia nacional exige isso de mim.

domingo, 21 de março de 2010

Das palavras que não aturo!

No lexico da língua portuguesa, principalmente a maneira falada no Brasil, existem palavras ou expressões que me deixam deveras sacocheiado. Algumas, apenas por serem feias, como unha e força. Outras por grande capacidade de dizer exatamente nada ou por ser empregada pra mentir. Nesse caso, preparei um curtíssimo glossário pra deixar aos meus leitores, indicando porque este otário não aguenta determinadas situações faladas.
Iniciamos por algo muito em voga: Empreendedor (e derivados, como empreendedorismo). Esta palavra tenta significar "alguém que empreende" ou "alguém que faz algo enquanto os outros ficam apenas se coçando". Pra mim, significa "alguém que encontrou a oportunidade de lucrar nas costas de outrem" ou "alguém que tem boas relações com o poder e consegue, por conta disso, sonegar impostos, promover concorrência desleal e lucrar com a desgraça alheia".
Outra que também não está demodê é a expressão Ecologicamente correto. Esta expressão tem como finalidade designar "algo que se preocupa com as questões das mudanças climáticas". Pois pra este que vos escreve significa "forma com que se referem pessoas que não dão a mínima pras questões ambientais mas que precisam adotar uma expressão pra ter um discurso que 'pega bem' diante do público" ou, ainda, "golpe de marketing de quem quer ficar bem na foto e não quer resolver nada", além de "maneira de se referir a algum paliativo como algo que anulará as agressões que o capital fez ao planeta".
Complementando esta demonstração de palavras e expressões da hora, temos Incrementar. Poderia significar "qualificar", "ampliar", "aprofundar" ou outras próximas no campo semântico. Porém, nada quer dizer. Sempre que alguém disser "vamos incrementar a educação" ou "o sistema de escoamento pluvial recebeu um incremento", pode ter certeza o leitor que nada mudou na educação ou no sistema de escoamento pluvial. Incrementar é exatamente isso: uma forma pomposa de dizer "vamos fazer não sei o que com isso, então, vamos incrementar". Aliás, incrementar é prima-irmã (mas não o oposto) de excrementar!

segunda-feira, 15 de março de 2010

Saudosismo

Ando saudosista. Revirando os índices de acesso a este blog através do contador, percebi algumas injustiças. O campeão de buscas no google é o nome do cara da TFP que nunca me respondeu o e-mail.
Mas como esse cara não tem mérito nenhum, resolvi "puxar" meus leitores pra postagens antigas que eu gosto mais. Inicio com uma em que falo em sexo, a qual já tem quase um ano. Quem tiver interesse em ler sobre o assunto "perda da virgindade" e tiver estômago pra tanta bobagem que digo lá, basta clicar no link e muito prazer!

quarta-feira, 3 de março de 2010

Rapidinhas nem tão rápidas assim.

Não sou dado a imitar jornais (até porque temos temerários jornais marrons). Prefiro tentar encontrar um estilo de escrita próprio. Aliás, meus leitores já perceberam. Fico inventando textos prolixos pra falar de pouca coisa, fazendo joguinhos de palavras e tudo mais. Tento ser algo como um cafetão do caos lexical. Eu disse tento? Claro que tento!
Pois bem. Embora não seja dado a imitar jornais (até porque temos temerários jornais ronsmar), desta vez, só desta vez, o farei. O prezado leitor (note que não uso sexismo. Pra mim, o gênero dos substantivos nada tem de relação com o sexo das pessoas, então, quando digo leitor, me refiro a leitores e leitoras, sem necessidade de explicar). Pois bem. O prezado leitor sabe que existem páginas em jornais, principalmente os mais ordinários, com notícias curtinhas. Sempre vem um título e uma notícia bem curtinha, cheia de efeitos e frases prontas. Então eu preparei algo nesse sentido. Por isso é que estou desenvolvendo este parágrafinho longo. Mas se já chegamos até aqui, não perca o que segue:

Janela$Window$
Fiquei sabendo que os EUA estão tentando barrar judicialmente o crescimento do softwere livre. Exigem medidas drásticas contra os governos dos países que resolveram adotar Sistemas Operacionais que não exigem pagamento de módicas quantias de aproximadamente R$800 por máquina instalada. Ou seja: querem que os governos paguem, mesmo que não tenham interesse por algo pago.

Criminalidade
Parece que em Porto Alegre inventaram o novo tipo de crime: assaltar, matar pra roubar sem roubar e sem declarar assalto. Quero crer que o caso do Secretário Eliseu Santos não tenha o mesmo fim do caso Daut, que foi um jornalista brutalmente assassinado nos anos 80 e nunca foi encontrado o culpado pela ação.

Acidentes acontecem...
Após o término do carnaval, em Pelotas/RS, um trabalhador que desmontava, junto com os colegas, o sistema de iluminação e sonorização da chamada "passarela do samba", mas que podemos denominar de "passarela do abate", morreu eletrocutado. Subiu em uma escada metálica para mexer em eletricidade. Lembrando que o trabalhador prestava serviços para uma empresa contratada pela prefeitura, ficam as perguntas (procure o leitor se informar e ficar estarrecido): quem deve ser responsabilizado? Quem matou mais esse trabalhador brasileiro?

sábado, 27 de fevereiro de 2010

O muito e o pouco de otário e de Rosalina

Com a intenção de burlar um pouco a Inércia, uma mulher que me segura dos braços de vez em quando e não deixa que eu post nada de novo e consegue me afastar das atividades através de artifícios sofisticados como as notícias do dia e a puta da semana que aparece pra ilustrar a notícia do dia, resolvi, depois deste prolixo e despontuado parágrafo (veja bem, escrevi despontuado, não desvirgulado) escrever algo muito interessante que comprova a capacidade de síntese das pessoas e demonstra como uma obra literária pode ter origem sem reconhecimento até do próprio autor, além de ser constituída de algo comum, do cotidiano e adotar meios renovadores para ser expressa, conseguindo uma nova forma de ser publicada, da mesma forma que poderá atingir um novo público leitor, instituindo um novo status ao meio utilizado, como o leitor poderá ler no poema narrativo que seguirá a seguir, o qual foi retirado, como o próprio título afirma, de um post em uma comunidade do orkut, tratando da vida escolar de uma estudante quando passou por determinada escola de ensino fundamental perdida no tempo e no espaço da memória deste otário que aqui resolve deixar o resto para o caro leitor«««

Poema retirado de um post de uma comunidade do orkut
Experiências de Rosalina vividas na escola:
Robavam minha merenda na quinta.
Quebrei o braço na sexta.
Ganhei um apelido na sétima.
Aproveitei muito na oitava.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Contribuição de um otário ao cancioneiro carnavalístico*

A essa época do ano, muitos carros alegóricos de Walter Benjamin, trios elétricos de Rutherfor-Bor e swing brasileiro (que traduzido para o inglês significa "balançando"), em que o morro pede passagem, principalmente o morro de assalto, morro de acidente de trânsito, morro de briga generalizada, enfim, é o ápice do morro, eu também quero botar meu bloco na rua. Nem que seja um bloco de gelo pra picar (sem duplo sentido) e gelar a gelada, nem que seja na rua da amargura!
E pra participar da festa de Baco, ou do reinado de Momo, não sei bem ao certo, faço minha contribuição com um samba que me enredo. É intitulado: "Assim como a Galileia, os gregos, os troianos, os maias, os incas e os romanos, minha avenida está prestes a ficar pra trás, graças aos gerreiros dos outros lugares que vieram sacanear". Segue a letra:

Êô, êô
Skindô, skindô
Lê, lê, lê-ô
Skindô, skindô
No ziriguidum êô, êô
Aiê, aiê
Olhaêêêê
E foi assim que aconteceu
abriu espaço
tapou buraco
e o dinheiro que era meu gato comeu
E os egípcios
nos tempos de Inri Cristo
de braços abertos na Guanabara
Iê, iê
E a mãe África,
num carnaval branqueado
em que só dá modelo e atriz de novela,
foi pra lá de Bagdá
explodindo
com os aliados
Êô, êô
Skindô, skindô
Lê, lê, lê-ô
Skindô, skindô
No ziriguidum êô, êô
Aiê, aiê
Olhaêêêê

Basta cantar no rítmo que melhor se enquadre (já tive todo o trabalho de escrever a letra, o leitor que se vire com a melodia).


*embora a expressão não estar em uso, é perfeitamente empregável ao modelo lexical falcônico, muito utilizado por Marcondes Falcão.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Extra, extra: é dos carecas que elas gostam mais!

Não consegui resisti à piadinha ao ver que um nobre cidadão, pai de família, empreendedor e muito bem relacionado, foi injustamente preso pela Polícia Federal! Perco o senso do ridículo mas não perco a pândega!
Como diria um apresentador de um programa de humor barato e amigo dos poderosos, olha isso:

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Tratamento, terapia e belas fotos

"Tudo é sempre outra coisa" - Mário Quintana

Depois de um tempo afastado pra tratar minha patologia encé-falo-crí-tico, em que finalmente consegui voltar a ser um só, aproveito pra voltar a postar. Como este espaço é um diário, não exatamente um diário diário, mas um diário no sentido de registro individual. Enfim, isso é apenas um diário. Pois bem, como se trata de um diário, estou aproveitando pra expurgar alguns maus espíritos que ainda me restam depois do casamento típico alemão em que fui e comi bastante chucrute e bebi muito chope. Então, deixo sair os obsessores e vamos ao que interessa que são as notícias quentinhas, recém saídas do microondas, onde as descongelei.
Durante estes dias em que estive (estivemos) em tratamento, resolvi (tá bem, resolvemos) escolher um hoby pra tratar a cabeça. Aproveitei (tá, isso já foi tratado. Agora somos um só, sem plural mais!!!) que havia ganho um celular com câmera há um tempo atrás e decidi usar o artefato. E não é que deu certo!?! Consegui uns ângulos bem interessantes, como as fotos que estão abaixo. Aliás, embora falem por si só e não tenham legendas, antecipo os comentários. A foto do animalzinho foi tirada na praia de São Loureço do Sul, onde aproveitei pra botar a cabeça no lugar e os dois eus dentro dela. O animalzinho resolveu tomar banho de lagoa e pediu ao seu cãozinho que o levasse. Não pense o leitor que o cão foi levado à praia e aquela coisa toda. Foi ele quem levou o animalzinho pra passear. Quase reclamei, mas fiquei com medo de que o canino não conseguisse segurar a besta e esta me dar uma mordida e vá que estivesse com as vacinas atrasadas.
A outra foto é de um outdoor que está em boa parte do percurso da BR 116, no estado muy politizado em que vivo. Evidentemente, não se trata de campanha política, já que é um anúncio de um programa de tv, mesmo que o sujeito da foto seja pré-candidato ao governo do estado e que as cores do anúncio, bem como o texto e o design seja muito semelhante aos das campanhas políticas do cidadão. E se pensar que a rede televisiva onde o programa é exibido não anuncia nenhum outro produto da sua grade, dá pra ver que estão preocupados mesmo é com a audiência. E mais: se pensarmos que o nome do programa não tem o mesmo destaque do que o nome do apresentador no outdoor, veremos que pretendem conquistar a audiência pela fama do ilustre político. Tenho certeza de que isso não é campanha antecipada, como poderia sugerir a foto da traseira do carro!


segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Estas, mais de mesa, frescuras e peripécias de um perfeito prefeito

Recuperando minhas rédeas e deixando aquele mané do meu outro eu (aquele que fala sobre frescuras de arte e outras viadagens), trago umas novidades que podem não parecerem tão novas, mas que são tragadas aos poucos, logo, continuam novas por bastante tempo. São as novas novidades renovadas. Mas deixando o papo furado de lado, vou ao que interessa. E volto ao que interessa me rendendo novamente aos parágrafos partidos.
Acontece que esse ano teremos eleições pra diversos cagos púbicos, desde gozernador até previdente, passando por de-puta-dos de todos os currais e, até mesmo, sem adores. Hoje, se não for aporrinhado por aquele meu eu fru-fru, vou falar um pouquinho sobre a dis-puta pra sucessão à Mulher-Tocha.
Reza a lenda que, numa terra não muito distante, na cidade em que sediou as primeiras edições do Fórum Social Mundial, aquela em que queriam fincar espigões nas margens do rio-lago e que tem início de obras de estádio de futebol sem licença ambiental, existe um prefeito perfeito canalha. Mas que quer ser gozernador do estado encantado que fecha escolas e se diz politizado. Esse prefeito perfeito malandro também é cocompositor. Já escreveu inúmeras canções, como aquela... aquela... aquela... qual era mesmo a música? Mas deixemos os programas do Sílvio Santos de lado e vamos ao que interessa.
O tal prefeito perfeito canastrão tem ligações com casos de corrupção, pelos quais corre o risco de ser preso a qualquer momento. Mas isso, curiosamente, não é alvo de ataque do tocador de uvas de um certo Jornal que passa na hora do rango. Parece que desapareceram mais de 9 milhões de reais da tal prefeitura e as notícias que rolam por aí... acho melhor dizer que as notícias não chegam a rolar. Tudo só aparece na blogsfera.
Deixando esses comentários do mundo encantado do trágico de Oz, também preciso comentar sobre a própria blogsfera. Cada dia que passa, descubro um novo blog interessante. Dessa vez foi o abobrinhas psicodélicas que li e indico. Tem semelhanças temáticas com este nosso, só que melhor escrito. Vale a pena clicar e conhecer.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Post rápido, antes que seja tarde, sobre nomes curiosos

Hoje deu vontade de relaxar um pouco. Percebo que perdi um pouco do controle do blog e o Januário, meu outro eu, tem dado um jeito de falar das mesmas coisas. Ele é meio xiíta e anda falando mal da governadora e da RBS. Não tem respeito mesmo. Ele vem com papos de apelidar a Yeda de "mulher-tocha", não-sei-o-que-mais ou fica citando o Cloaca News e dizendo que a RBS não é confiável. Mas hoje não! Hoje eu consegui chegar primeiro e vou postar o que eu quero. Nada de ficar botando em dúvida o caráter do Boris Cazoy (já vi escrito com "z" e com "s" por isso, nem tente me corrigir porque nenhuma das vezes que vi foi na certidão de nascimento do indivíduo). O meu outro eu ainda tem a cara de pau de formatar mal os textos. Tem mania de não cortar os parágrafos. Que saco! Mas eu não. Vou cortar este só por desaforo.
Viram? Cortei! Agora vou falar do que eu realmente quero. Vou falar de algo que vem me tirando noites de sono, como o motivo que leva alguns músicos em colocar títulos esquisitos em suas músicas e em bandas escolherem nomes estranhos.
Começo falando de algumas bandas, obviamente de rock.
Certamente o meu leitor já ouviu algo da Graforreia Xilarmônica. É um nome estranho mesmo. Parece que foi tirada de um dicionário. E foi. Mas isso já não soa tão estranho assim. Estranho mesmo é abrir o hd do meu pc e escutar coisas do tipo "Atahualpa Y Os Panquis", "Aristhóteles de Ananias Jr", "Filhos da Pauta", "Júpter Apple" (embora esse não seja algo tão esquisito assim, mas devidas as circunstâncias em que surgiu, realmente surpreende). Mas esses são alguns nomes e dos menos estranhos.
Mas o interessante mesmo é observar títulos de música. Aí a coisa não fica só no rock. Tem muita gente de várias tendências musicais. Aí vai uma listinha que deixo aberta ao leitor que queira contribuir e aumentá-las:
* Canibal vegetariano devora planta carnívora - Engenheiros do Havaí;
* Do mastigativo ao defecativo - Falcão;
* Lem-ed-ecalg - Módulo 1000;
* Pra viajar no cosmos não precisa gasolina - Nei Lisboa;
* Jesus não tem dentes no país dos banguelas - Titãs;
* Ou é ou deixa de é - Falcão.
Claro, é apenas uma listinha bem pequena pra provocar os leitores que conhecem outras, inclusive outros "artistas" que tenham nomes estranhos. Conheço outros, mas não pretendo ficar pesquisando e citei só o que lembro no ligeirão, antes que meu outro eu apareça e me faça deletar este post e retome o papo político chato. Por favor, leitores, contribuam antes que seja tarde e esse outro otário que vive dentro de mim resolva deletar este texto.


* Em tempo: este comentário foi escrito em duas etapas porque, quando estava na metade dele, meu outro eu apareceu e precisei desligar o computador antes que ele tomasse as rédeas. Terminei tudo rápido agora pra evitar que aconteça o mesmo. Se esse post for publicado, é sinal de que fui mais rápido que el

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

URGENTE


Recebi, por e-mail, o texto abaixo e acho melhor publicar agora. Trata de mais um trabalho (de tantos) da Mulher Tocha. Agora quer privatizar a tv púbica do estado. Leia o texto que segue abaixo:

"Olá queridos (as) amigos (as),

Os funcionários da TVErs/FM Cultura estão se mobilizando para evitar o fim das emissoras públicas no RS.

Favor, leia o Manifesto em:
http://forumtve.blogspot.com/2009/12/tve-e-fm-cultura-correm-risco-de.html

A primeira ação seria manter a TVE na tua atual sede no Morro Santa Teresa (Rua Corrêa Lima, 2118). Mas a última notícia é que o prédio da TVE foi vendido para a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). O prazo para saída das emissoras do local é no dia 31 de março de 2010.

Você pode participar de várias formas: divulgando a notícia, assinando o abaixo-assinado, prestigiando o Ato-Show (dia 20/12, em Porto Alegre) ou ainda o Abraço Simbólico no atual prédio (que será realizado em data a confirmar).


Assinaturas do abaixo-assinado em

http://bit.ly/6qw9VE

Conheça a agenda completa de atividades do Fórum TVE/FM Cultura em http://forumtve.blogspot.com

Contamos com a participação de todos.

abraços"


Desideiado

Ando meio sem ideias pra postar. Mas algumas coisas têm me chamado atenção ultimamente e queria compartilhar com meus leitores. Mas antes de nada, gostaria de dizer que não sou bom contador de causos. Sou apenas um blogueiro de fim de semana que escreve pra ninguém, mas que alguns leitores ficam com dó e resolvem fazer de conta que leem. A esses agradeço. Voltando as coisas que me têm chamado atenção (viu? já fiz uma inversão sintática! Isso é que é falta de ideias...) é a forma com que as pessoas lidam com a tv. Falo nisso lembrando de uma aluna minha que, na semana passada, resolveu me dar uma notícia bombástica: os professores ganham mil e tantos. Todos. Ficou decepcionada quando falei que ganhava menos de seiscentos pila (é, isso mesmo. Não existe plural pra expressões giriáticas, portanto é grande idiotice dizer "seiscentos pilas" ou "dois paus"). Não ficou decepcionada, evidentemente, com o salário que ganho pra dar aula pra ela, que aliás, é beeeeem menor que o do pai dela (e digo isso sem saber se ela tem pai vivo). A decepção da aluna é em a tv ter passado um migué, dado um caô, metido-lhe uma bola nas costas e por aí vai. Ficou triste em saber que a fonte das suas informações falhou e feio. Agora estou com medo de lhe falar sobre Papai Noel e Coelhinho da Páscoa. Outro exemplo de coisas que têm me deixado encafifado é a visão de um grande número de pessoas têm de que uma cidade não é uma cidade verdadeira quando não tem shopping center. Mas isso não é o que mais surpreende. O que realmente me deixa cheio de interrogações é em saber o que faz alguém sair de uma cidade que tem o tal de centro de compras pra outra e a primeira coisa que faz é procurar o mesmo tipo de ambiente. Até onde entendo, são todos iguaizinhos. Não consigo perceber diferenças entre um e outro. Tenho amigos que vão a cidades de grande porte e sempre fazem questão de dar uma passadinha no mesmo shopping. Sempre. Eu, sinceramente, prefiro passear em pontos turísticos como boates, casas de massagem, moteis, parques de diversão... Mas não tenho preconceitos. Os leitores podem ir aos shoppings a hora que bem entenderem. É apenas uma implicância minha. Acho que Jaguarão, por exemplo, tem muitos prédios históricos, uma biblioteca bem servida de boas obras e bastante gente legal pra charlar. Mas tem gente que só vai pensando em atravessar a ponte pra ir aos free shopp e nem percebe que passa sobre boa parte da história de conflitos por espaço. E olha que Rio Branco também é uma cidade histórica. Mas nada disso. Os turistas das compras só querem saber se podem comprar aquela garrafa térmica ou aquela jarra de ferver água. Tem outra coisa que me faz questionar muito é olfato, digo, o fato de pessoas continuarem construindo nas encostas dos morros. Mas não é isso que mais me deixa pasmado: tem gente que legisla (quase escrevi legista...) com a finalidade de derrubar as leis ambientais pra que atrocidades desse tipo possam continuar acontecendo. E os morros continuam com seus deslizamentos, pessoas morrendo porque queriam ter aquela vista maravilhosa (essa de que quem constrói nos morros são só os pobres é da mesma laia da que um amigo meu que me dizia que era homossexual e que poderia ficar a sós com a minha mulher, nus e deitados na cama que nada aconteceria. Nove meses depois, nasceu uma menina linda que julguei que era minha filha até descobrir que eu precisava ter transado com a minha mulher pra ela engravidar e a guria se desenvolver com a cara do meu amigo). E a pousada desabou, matando quantos mesmo? Mas antes que eu comece a emendar um assunto no outro, vou terminar este post. Já estou exagerando pra quem tava sem assunto.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Boris, a aranha

Pois é, caros leitores. 2010 chegou! Gostaria de apenas deixar meus votos a todos aqueles que fazem com que este blog seja um dos menos lidos, porém um dos poucos que não teve um dia sequer sem leitores. Isso me lisonjeia, seja lá o que isso queira dizer. Além disso, fico feliz em saber que entramos no ano novo já sabendo que mais um milhonário vive em Brasília. Também me deixa orgulhoso da terra em que nasci em lembrar que somos um povo sábio, ou na linguagem do Presidente, fomos um povo fábio. Sabemos resolver os problemas por nós mesmo. Não, não tem erro de concordância aí. Falo em nós, de amarrar. Resolvemos tudo dando nós em pingo dágua. Eu, por exemplo, resolvi que não partirei mais meus textos em parágrafos. Se é pra confundir, que se crie confusão grande, afinal, o que é a flatulência pra quem já está com diarreia. Voltando à alegria de estar postando minha primeira bobagem de 2010, quero deixar um poeminha bem vagabundinho, que é quase uma fábula, sobre alguns acontecimentos da virada e encochada. Em tempo, o título do post é uma referência a uma música do The Who, chamada "Boris, the spider", da qual eu surrupiei o próprio título. É também o título (só até aqui, esta postagem já é tri, pois tem três consecutivos) do poema-fábula.

Certa feita, Boris, uma aranhazinha muito levada
subiu numa parede
pelo cabo da vassoura do gari
- que merda! - dizia o animalzinho
- cuidado que estão ouvindo - dizia seu amiguinho porco
- que baixeza do lixeiro - retrucava, cheia de patinhas
a aranhazinha que caiu na própria teia
Boris que já havia matado alguns galos
durante os tempos dos generais
esquecia que era rasteira
poderia ser esmagada pelos pés do baixo clero
mas ela se deu bem
ganhou cargo importante na tv
foi apresentar noticiário com esmero
e se dizia envergonhada