terça-feira, 20 de setembro de 2011

Quero uma festa de 20 de setembro



Nesse 20 de setembro, quero uma festa punk! Quero uma festa que não tenha Fagundes. Que não toque o "Da Fronteira", nem os Teixeira. Quero uma festa punk! Se for pra ter música gaúcha, com direito a cacofonia e tudo, prefiro Replicantez.
Se for pra dançar num salão, prefiro Rock'a'Ula! Aposentei minha bombacha e vesti o velho jeans.
Se é pra manter as tradições, quero as tradições da verdadeira rebeldia. A rebeldia que realmente transforma algo. A rebeldia dum rife de guitarra distorcida. Eis os precursores da liberdade: Hendrix, John, Paul, Ringo, Jorge, Ian Anderson, James Jean, Elves Presley (copiador dos negros do Mississipi), todos os negros blueseiros do Mississipi, Zappa e toda ordem de desbravadores do progressivo, metaleiros e os anjos beiçudos do Jazz. Eis a verdadeira tradição da luta pela liberdade! Da liberdade de se poder fazer, pensar, querer e dizer, mas também a liberdade de poder não pensar, não querer, não dizer. A liberdade de se dizer "não quero", ao invés de dizer "aceito".
Mas não basta pra ser livre, escutar Jethro Tull, Tom Zé e Graforreia Xilarmônica. Quem não tem capacidade de entender que liberdade é saber incorporar o diferente e poder questionar o passado, acaba por ser ignorante.
Mostremos constantemente nosso valor: um valor que não significa nada sem o outro. Não há rock sem samba. Não há sul sem norte. Não há revolução sem mudança.
Quero uma festa punk!
Quero uma festa punk!

** há exatos dois anos, publiquei aqui um poema. Quem quiser, pode acessar clicando aqui, ou navegue no blog e descubra outras postagens que possam interessar ao leitor.

sábado, 17 de setembro de 2011

Psicografando do e-mail

"Prezado otário,
como sei que és um bom gaúcho, queria pedir que publicasse essa homenagem à nossa terra e às nossas tradições que escrevi. Sei que não sou muito bom com as palavras, mas expressa o sentimento do verdadeiro povo do sul. E viva a Revolução Farroupilha!


Dia 20
chegando, preciso preparar minha pantalha. Passo o ano inteiro de caminhonete luxo pra cima e pra baixo, mas preciso andar a cavalo porque é dos meus costumes. Afinal, sou gaúcho. Minha pilcha já está pronta. Finalmente vou precisar usar meu traje típico e tirar o jeans do dia-a-dia. Vou votar na oposição porque honro minha tradição de sempre achar que sou mais politizado.
Tenho muito orgulho do nosso passado. Agradeço aos grandes produtores de charque que construiram nosso belo conjunto arquitetônico e que emprestaram os escravos pra construir os prédios públicos. Afinal, uma mão lavava a outra como ambas se lavam até hoje. Dos negros que herdaram a hipertensão dos antepassados escravos, não preciso lembrar. Afinal, vivemos num estado branco.

Algumas coisas do passado eu quero esquecer, mas ainda me atormentam: a quantidade de gente inocente que degolei, os camponeses que saqueei em nome da revolução que não revolucionou nada e os escravos para os quais eu prometi liberdade, mas vendi pros estancieiros mais do norte. São essas as façanhas que quero que sirvam de modelo a toda terra? Se não são, quais são?

Mas algo está havendo de errado comigo. De repente, me bateu uma vontade de mudar algumas coisas por aqui. Pretendo mudar o hino da república do esterco encefálico, como chamo carinhosamente este torrão onde nasci. Pretendo publicá-lo no data máxima (porque todos achamos o máximo) em que desfilamos nos trajes que costumamos andar sempre e nos meios de transporte de sempre, desde os anos 70, num grêmio estudantil de uma escola de cidade grande."

* Este texto nada tem a ver com o autor deste blog. Foi recebido por e-mail de um tal de Astolpho Fagundes, com o pedido de publicação, conforme o leitor bem pode perceber no inicio do post. No entanto, este blogueiro prefere deixar pra homenagear a terra de São Pedro no dia dos desfiles.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

220v

O dia em que o calendário escolar tiver 220 dias letivos, serei o primeiro a me exonerar e partir pra política porque são os políticos que entendem de educação, não os professores!

domingo, 11 de setembro de 2011

Um 11 de setembro pra esquecer

Final de domingo, este blogueiro está sem assunto. Penso em falar dos jogos do final de semana ou da polêmica da vez. Mas não é bem isso que quero. Na verdade, quero mesmo é manter contato vivo com meus leitores. Todos os meus leitores são inteligentíssimos. Todos os dois. Não se engane com os "seguidores" da lateral da página. Tenho 16 pessoas cadastradas como acompanhantes do blog, mas tenho minhas dúvidas se realmente leem. E acredito que esses 16 sejam pessoas bem educadas e que ficam com dó deste blog, por isso não o deletam da lista. São pessoas honradas e amigas o suficiente pra dar uma forcinha, já que sou leitor do blog deles. Sou fã de quase todos. Só não sou dos que abandonaram seus blogs. Quer dizer, sou fã destes também, mas já não os leio mais. Até porque se fosse ler, seria um ato de repetição, porque já não postam há muito tempo.
O leitor já deve ter percebido que estou meio sem assunto. É que realmente não quero ver quem venceu ou quem perdeu na rodada do campeonato nacional, não quero ver qual o astro da bola que está envolvido em negociações absurdas, nem qual bandido foi preso. Não quero discutir a economia global decadente. Muito menos ficar repetindo que a crise não é crise, mas parte do processo de centralização de renda. Hoje não estou afim de me posicionar. Só quero um papo agradável com meus leitores.
Mas como nem tudo são flores, ainda há um assunto que me incomoda neste domingo. O pneu da minha bicicleta furou. Isso me deixou com muita raiva. Estava voltando do mercado, com o bagageiro cheio de compras e o pneu simplesmente começou a bater aro. Isso me revoltou! Por isso resolvi fazer terapia, igual às tias que escrevem poemas de amor ou saudade, pintam quadros de paisagens ou natureza morta, essas coisas, e postei aqui a experiência dolorosa.
Tá certo que a data é significativa pra humanidade, afinal, aquela atrocidade não pode ser esquecida. O que os EUA tentaram fazer com o Chile naquele 11 de setembro jamais deve cair no esquecimento. Mas não quero falar disso. A data marcou muito pra mim pelo fato do pneu da minha bicicleta ter furado. Quero esquecer o dia de hoje.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Sete de setembro, ora física

Depois que pegaram no meu pau-brasil, esta terra jamais foi a mesma. Aqui chegaram diversos grupos étnicos: europeus de toda ordem imaginável, gente do oriente médio e alguns asiáticos. Só não vieram negros. Não os vejo por aí. Digo, eu até os vejo, mas há quem não os Veja.
Depois que sugaram o meu pau-brasil, aqui, na terra em que se plantando tudo dá, deu no que falar: falamos de tudo, desde a gordura do gorducho, os dentes do dentuço, a CNH do mascarado, da mesadinha política e da farra de fevereiro. Só não se fala de quem fala.
Depois que se empalaram no meu pau-brasil, confundiu-se fatos, atos e boatos. Boatos que também (e tão bem) se plantam, atos falhos e fatos inusitados. Tudo genérico e mais caro. É, meu caro. Então, entoamos a canção que chamo de "Nó suíno":

Ou vimos do Ipiranga, à margem
clássicas
deu um povo herói cobrado entumbante
E o aerosol do spray tomou a liberdade
em raios fugidios
e brigou no seu, a Pátria deslisante

Foi pro penhor da Caixa
a nossa igualdade
e conseguimos conquistar a bela mulata
em teu seio, sugo e me lembuzo
e desfio e desenfio o desafio da própria sorte

Ó pata brada, pataquada sorve sorve
enterra do nada
é uma lástima que perdure a macaquice
que te desmanchem como um brinquedo de montar
que te entreguem como bolo em banquete
Ainda assim, és mãe gentil
pra quem te destrói, o covil.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Tá na hora do Alfredo: "He it clock" e o papel?


Ah, se o Alfredo falasse
se ao menos deixassem
se o papel que lhe cabe tivesse travessão

Mas o Alfredo é mudo na ficção
e fixa uma imagem, apenas
não só o mentecapto, como também o Neve
sua imagem e semelhança

Então espere sentado pelo papel que te darão, Alfredo

(Enquanto isso, Alfredo ri, de coque)