quinta-feira, 30 de abril de 2009

Pérolas aos poucos

Hoje inauguro um novo meio de fazer meus (poucos, mas bons) leitores rirem um pouco. É a "Pérolas aos poucos". Aos poucos, vou postando pérolas lançadas, não só aos porcos, mas pelos próprios, ou a outros animais, inclusive humanos. A primeira vem de uma pessoa muito conceituada. É de um prefeito de uma cidade em que trabalho. É um sujeito conceituadíssimo na esquerda sulina*. Creio ser dele o mérito por abrir o espaço das pérolas perolantes. Lá vai:
"Planejamento urbano e ambiental é bobagem. Não têm a menor importância".

* Aqui, evidentemente, não postarei o nome, nem referenciarei o autor, uma vez que não foi dito publicamente, portanto, não há provas concretas. Me baseio em provas testemunhais. Quando a afirmação for pública, tranquilamente darei nome ao porco, digo, aos bois.

A desgovernadora em revista


Encontrei no blog Sineta, integrante do sindicato dos professores do estado da RBS, uma sugestão capa para o próximo número da revista (in)veja. O título não poderia ser tão sugestivo: A tenebrosa máquina de espionagem da dra Yeda. Vou fazer parte do advogado do diabo. Defendo, aqui, a desgovernadora. A máquina de espionagem não é tenebrosa. É escandalosa! Ora, todos sabem de todos os pre(ju)dicados da desgovernadora. Todos sabem que a mãe da Tarcila jamais usaria de espionagem. Se fosse assim, teria sabido de todos os casos de corrupção que aconteceram e que tomara não continuarem acontecendo. Ela diz que não sabe de nada e eu acredito. Assim como acredito que ela realmente resolverá o problema da educação no estado distribuindo caderninhos e lápis aos carentes. É com atitudes ousadas dessas que se resolve os complexos problemas sociais que temos. A revista também merece ser defendida. Defendo que não use desse tipo de expediente mesquinho denuncista que só faria com que se acobertasse os casos de corrupção que o sistema de arapongagem descobriu. E se o que a herdeira do golpe de 64 descobriu foi usado pra fins pessoais da própria, acho melhor deixar quieto. Vai que descubram que o Protógenes tem razão.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

"Não sei por que digo, mas sabes por que ouves!"

Os jornalistas e os cronistas em geral costumam apontar quem falou determinada frase. É sempre "Presidente Lula diz: 'Nunca antef na hiftória defe paíf bla bla bla'" ou "O Ministro Tarso Genro continua explicando o inexplicável" ou, pra quem mora no estado da RBS, "A Desgovernadora Yeda (cruzes!) diz que não gosta dos professores e que vai soltar os pitbulls se a greve acontecer...". Muito se escreve e se mostra sobre quem fala. Pouco ou quase nunca se comenta sobre quem ouviu. Pensando nisso, resolvi também ouvir e ler para, depois, falar um pouco sobre quem ouve algo. Inicio meu ouvido e meus olhos sobre uma fala interessante dessa semana: “Vossa excelência, quando se dirige a mim, não está falando com seus capangas de Mato Grosso”. O primeiro-ministro do STF, Gilmar Mendes, que até poderia ser chamado de Gilmar Melada se não fosse o respeito exigido ao cargo que o culpa, digo, ocupa, foi quem ouviu isso. Por quê, raios!, ele ouviu isso? Não foi somente por ter tentado calar, na marra, um nobre colega. Imagino que seja por ele ter algum bom relacionamento no Mato Grosso. Além disso, parece que ele ouviu algo a respeito da sua fama de homem educado e que, costumeiramente, trata as pessoas com delicadeza. Somando, também, a um convite para ir às ruas. Não quero ficar fazendo ilações, mas tem momentos em que a gente tem que ser um pouco Nelson Rodrigues: a mulher tem que apanhar todos os dias. O homem não saberá por que bate, mas ela certamente saberá por que apanha. É disso que estou tratando. Certamente, o Gilmar (que não é o das Candongas, é claro) deve saber os motivos pelos quais está ouvindo. Eu é que não sei e talvez o próprio autor da frase (o que não vem ao caso) também não tenha muita ideia.
Depois, outra que este otário ouviu hoje: a categoria dos professores é uma das mais desunidas que existe. Não importa (muito) de onde veio, mas exprime uma das poucas verdades absolutas das quais até Nietzsche reconheceria. Acontece que há uma regulamentação federal que trata, dentre outras coisas, do piso nacional dos docentes. Novidade? Claro que nenhuma. Meu leitor é muito melhor informado do que eu. Mas o que chocou no que este otário ouviu (não sei por que essas coisas ainda chocam alguém) é que uma quantidade enorme de gestores públicos estão descumprindo essa legislação (além de uma cacetada de outras) e estão fazendo de tudo pra, além de não pagar o piso, pisotear ainda mais nos professores. E o que os profissionais estão fazendo? Se mobilizando? Claro! Já leram que os meus (poucos, mas de fé) leitores são mais bem informados do que este não muito humilde otário. Os professores, aqueles que deveriam ser formadores de consciência, na maioria esmagadora dos casos, são os que têm demonstrado ter a mentalidade mais conformista e antiética entre todos os profissionais. O leitor quer um exemplo? Tenta processar um advogado. Depois é só verificar quantos se prontificarão pra ficar ao seu lado e quantos se prontificarão pra defender o nobre colega. Tente extrair uma acusação de um médico contra outro. É exatamente isso. Um professor não suporta ver um elogio a outro. Parecem concorrentes. O que é preciso? Quer um conselho? Mas, pra não fugir da proposta do post, o meu destinatário está lendo isso e se perguntando: "Por que cargas d'agua esse otário está me dizendo isso?". A resposta continua com o Nelson Rodrigues.
Voltando ao caso das minhas colegas de trabalho (que se assemelham com as donas de casa do Sílvio), ouvi outras pérolas e fiquei me perguntando outras coisas a respeito. Dessa vez, eu é que estou apanhando do Tio Nelson (desculpa, Rafinha Bastos, mas o trocadilho foi inevitável): "A escola só fará paralisação quando receber ordens superiores. Quando recebermos orientação do Secretário de Educação ou do Prefeito...". Dessa vez, foi um soco no estômago. Acho que nem preciso fazer piadinha com isso.
Mas fico feliz em saber que ao menos eu não estou ouvindo coisas como o nobre primeiro-ministro do STF. Ao menos os meus ouvidos têm ouvido coisas explicáveis por qualquer um. Aquele conhecido e chamado por Vossa Excelência é o único que sabe por que está apanhando. Já o meu caso, todos sabem por que eu apanho. Por essa o Nelson não esperava!

terça-feira, 21 de abril de 2009

Estreia com Protógenes!

Inauguro, agora, um novo tempo nesse blog. Experimentalmente, estou postando parte de uma entrevista do Protógenes Queiroz. Se tudo der certo, continuarei depois postando outros vídeos, incluindo os outros 7 dessa série.

Feriado de quê, mesmo?

Depois de preparar o habitual chimarrão e comemorar a morte do Tiradentes, me deu uma vontade de falar um pouco de mim aqui no blog. Não queria ficar berrando porque a desgovernadora do estado da RBS vai conceder medalhas importantes e de alto custo a assessores diretos, incluindo a própria filha Tarcila (se fosse a do Amaral, ela não daria!), também não queria dizer aos leitores que tem nada menos que 40 órgãos do governo do estado da RBS com acesso às informações confidenciais da polícia. Não queria ficar resmungando que todo o dinheiro que os (des)governos do mundo inteiro estão direcionando para salvar grandes instituições privadas seria capaz de tornar toda a população mundial em milhonários. É isso que o leitor entendeu: o dinheiro que as grandes empresas recebem por conta da crise, seria capaz de enriquecer (e muito) toda a população mundial. Isso significa que não acabaria com a fome, porque não produzimos o suficientes (como vivem nos dizendo), mas tornaria até aquele mendigo que a gente vê caído nas esquinas em milhonário. Resolveria a crise. Mas eu não queria falar disso. Queria falar de mim. E é o que vou fazer.
Pois bem, depois de preparar o habitual chimarrão e comemorar a morte do Tiradentes, resolvi procurar algumas atividades de lazer. A primeira coisa, é jogar um pouco no computador. Ao abrir a maquininha, me deparei com uma lerdeza sem tamanho. O ruindows vista começou a travar de uma forma que eu me surpreendi. Na verdade, eu até sei que ele não queria que eu perdesse tempo com bobagens, então, fez greve. Mas como sou anti-greve (ou antigreve, ainda não cheguei nesse capítulo da reforma), resolvi demiti-lo. Depois de umas boas 3 horas de briga, instalei uma versão do ubuntu. Que sistema! Tudo que eu preciso está nele, inclusive joguinhos. Mas aí eu cansei de brincar de apanhar e já não tinha paciência pra jogar paciência. Larguei o pc um pouco e resolvi buscar outras atividades de lazer. Lembrei que havia um divertimento legal pra fazer. Peguei minha pasta e fui revisar as aulas que tenho ministrado ultimamente. Descobri que havia certo atraso em algumas atividades, dentre elas o registro das aulas no diário de classe. Isso porque recebi na semana passada os diários de uma das escolas. Fui me divertir relendo os conteúdos dados e passando a limpo no diário. Isso sim é que é lazer. Pescar? Cerveja com os amigos? Futebol no feriado? Que nada! Isso é que é lazer! Ironias a parte, acho que esse é o verdadeiro diário de um otário, porque as atividades são registradas de uma forma que só um otário pode perder tanto tempo precioso em ler algo de interessante pra levar aos alunos. Depois de 2 horas de trabalho em casa, no feriado de Tiradentes, resolvi enforcar o próprio trabalho por uns instantes e ler um pouco do Correio do Povo. Depois de algum tempo de leitura dinâmica, cansei de notícias agradáveis sobre o meu dinheirinho e fui tomar mais um mate. Depois terminei os registros dos diários de otários, digo, classe e já aproveitei e dediquei mais um tempinho pra preparar as aulas de amanhã. Ao terminar, resolvi contar isso aqui. Na verdade, era pra contar algo que eu estivesse sentindo, mas também não queria ficar demonstrando sentimentos privados num espaço público.

domingo, 19 de abril de 2009

Terroristas

Hoje assisti parte de uma reportagem sensacionalista da RBS sobre os gaúchos que estão vazando da Raposa do Sol. Percebi que alguns foram levados pra lá durante a ditadura militar. A maioria foi em busca de terra fácil. É assim que funciona mesmo. Lá, parece que agrediram muito o ambiente.
Vi que agora eles estão a procura de terras. Já que a maioria deles são hábeis em invadir terras produtivas, deixo a sugestão de que procurem o MST. Pensando bem, não procurem o MST. Os ditos agricultores invasores têm apoio do grupo RBS e não pegaria bem. Deixaria todos de saias justas.

Dos cacos que cuspi, calou Caminha.

A frase título do post é de um verso do soneto cacoépico, de Glauco Mattoso. Pensei em fazer uma análise semântica de todo o poema, mas a preguiça não permite. Pretendo fazei isso em breve.
Mas deixo o autor como sugestão de leitura. Se o leitor tiver interesse em conhecer a obra completa, poderá clicar aqui. Se preferir, pode clicar aqui e ir direto à página em que se encontra o poema.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Se conselho não fosse bom

Depois de chutar cachorro morto e fazer comentários sobre as novelas grobais, agora é a vez de fazer acusações levianas quanto ao que recebo de notícias. É difícil levar essa gente que se auto-intitula jornalista. Por isso é que não consigo mais assistir noticiário de tv. Jornal, então, leio pouquíssimos. Acho que no estado da RBS só se safa mesmo é o Correio do Povo. Mas esse blog não é pra falar do que eu gosto. É justamente o contrário, senão perderia a graça, ao menos pra mim.
Não falta um dia em que eu não me depare com alguma mentirinha deslavada ou uma escamoteação de algum vacilo de fantoches que se travestem de apresentadores, tal como as garotas-propagandas que sorriem e falam nos telejornais da grobo ou da RBS. Um dia são favoráveis aos pedágios, no outro reclamam. Hoje gostam do novo jeito de governar, amanhã já acham demodê e dizem que a cor não combina. É tudo baseado nas mentiras ou nas meias verdades. Algum gramático sabichão poderia tentar me corrigir e dizer que é meio verdades. Pensando bem, isso não existe! Aliás, é como a imprensa e a governadora gaúcha: não existem! Tá bem, tá bem, eu já falei no CP!

Infelizmente não há outra forma de se combater essa imprensa, que fica deixando a Alcione com inveja da cor, a não ser com algum órgão regulatório. Se um médico comete erro, responde ao CREMERS, se um advogado atua de maneira a denegrir à imagem dos colegas, responde à OAB, se um enfermeiro sai da linha, tome ação do COREN. Enquanto isso, jornalista que não prova o que diz e manipula informações, ganha direito de se esconder atrás da liberdade de imprensa! Precisamos de liberdade sim, mas que todos se responsabilizem pelo que dizem e que todos tenham direito a voz!

domingo, 12 de abril de 2009

POST URGENTE!

O meu digníssimo leitor deve lembrar muito bem da operação Operação Satiagraha da Polícia Federal, que prendeu sem vaselina nem ky o todo-poderoso Daniel Dantas no ano passado. Deve lembrar que o próprio banqueiro havia dito que o STF estava no bolso dele e que isso foi legalmente gravado. Pois bem, o delegado Protógenes Queiroz, responsável pela operação, está sofrendo uma série de perseguições. Estão literalmente sacaneando um cara que fez um bem pra nação. Peço aos leitores interessados que visitem o blog do próprio delegado e leiam mais a respeito. Se tiverem interesse, podem assinar uma petição em favor do nosso verdadeiro extirpador de tumores sociais!
Dessa vez, não consegui nem manter o senso de humor!

feriado II

E por falar em feriado, fiz uma rápida pesquisa a respeito do número de feriados nacionais que temos. Fiquei muito surpreso.
Temos exatamente 12 feriados nacionais. Se algum leitor desatento julga um absurdo, que o brasileiro trabalha pouco porque tem muitos feriados e que os países desenvolvidos têm muito menos, vos digo: ledo engano! Segue uma lista pra que fique se sentindo tão explorado quanto eu:

França: 12 feriados nacionais;
Grécia: 15 feriados nacionais;
Israel: 22 feriados nacionais;
Reino Unido (incluindo a Inglaterra): 16 feriados nacionais;
Alemanha: 16 feriados nacionais;
Canadá: 19 feriados nacionais;
Suíça: 18 feriados nacionais;

Fico aliviado em saber que o nosso trabalho é capaz de dar oportunidade a outros necessitados em ter mais tempo pra descansar.
A fonte da minha pesquisa é uma agenda fornecida pela empresa Pombo Lediberg. Em caso de contestação a esses dados, podem entrar em contato clicando no nome da empresa.

feriado

E ontem foi sábado de aleluia. Quando criança, eu ouvia muito que era dia de os adultos tirarem as aleluias dos pimpolhos com surras que variavam entre os as alpargatas e a vara de marmelo. Sábado de aleluia é, definitivamente, dia de malhar o judas. Não o Judas que os cristãos conhecem através dos ensinamentos bíblicos, mas um judas qualquer que, no caso, era posto na pele dos inocentes. Isso já nos anos 80, fazendo 20 e poucos anos. Bons tempos em que a gente passava a sexta-feira santa sem tv, música, brincadeira, rua, esporte, risada e uma infinidade de etcéteras e, mesmo que a gente descumprisse essa regra, recebíamos apenas um psiu em repreensão. No sábado, nem tava aí pra apanhar, porque a páscoa a gente era recompensado com o chocolate.
Hoje a coisa é um pouco diferente. A gente passa 363 dias do ano assistindo na tv gente que brinca muito com as nossas leis, bota gente no olho da rua, dá risada da nossa cara e faz muita malcriação e, quando chega a sexta santa, apronta mais ainda mentindo e, no sábado, ainda ganha o direito de nos malhar como judas. E o pior de tudo isso é que a gente, depois de aceitar as malcriações e que nos arranquem o coro das aleluias, ainda lhes damos todos os chocolates da páscoa.
Mas tem algo que fica acima de tudo isso: o feriado!

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Pessach

Sexta-feira Santa, dia de reflexão. Acordei e reli um material que recebi ontem numa das escolas em que trabalho, a respeito da campanha da fraternidade desse ano. É curioso o fato de as coisas acontecerem exatamente o oposto do que é proposto pelo cristianismo nessas campanhas (sei que é uma campanha católica, mas os pensamentos são todos cristãos). As pessoas parecem querer exatamente contrariar os preceitos dos quais dizem crer. Por conta disso, resolvi sugerir ao Vaticano que lance uma campanha diferente: a campanha da agressividade. Funciona assim: inventam um slogan baseado num dos Dez Mandamentos Invertidos, os quais crio a seguir, e a cada ano um assunto é batido com mais força. Assim, quem tiver a mania de contrariar a própria crença (como alguns padres com mania de excomunhão de vítimas), poderá ir para um caminho menos nocivo. Eis os DMI (não segue ordem exata, a numeração é apenas detalhe):
1. Matarás, mesmo que desnecessário;
2. Cobiçarás tudo do teu próximo, inclusive a mulher, a casa e a renda. Se preferir, cobiçarás até mesmo o próximo;
3. Roubarás, principalmente do que for público. Quando não for suficiente, receberás sobras de campanha;
4. Cometerás perjúrio ou falso testemunho, principalmente se fores jornalista e trabalhares na revista Veja ou em algum jornal do grupo RBS-grobo;
5. Amarás a ti mesmo sobre todas as coisas, esquecendo de tudo que pregas durante os cultos religiosos. Aliás, amarás a tua insaciável sede de poder e riqueza acima de tua própria existência;
6. Guardarás todos os dias ao teu Senhor Consumo (ou Dinheiro, dependendo da crença) e ao Senhor Poder (mesmo que seja em benefício de outrem);
7. Não ficarás dando ouvidos aos teus pais. Eles são os que poderão te botar a perder os outros mandamentos;
8. Usarás o nome de Deus para conseguir o que bem entenderes necessário, desde que seja com o intuito de cumprir os outros mandamentos;
9. Terás vários deuses, mas não acreditarás fielmente em nenhum. Serão apenas engodos aos teus próximos, para que caiam na tua conversa;
10. Esculpirás imagens de todos os teus deuses, mas com fundo oco, para que possas esconder todos os bens que conseguires extorquir do teu próximo, quando este estiver distante.

domingo, 5 de abril de 2009

Se Obama encontrasse outros brasileiros...

"Esse é o cara!"
Com essa expressão, Obama definiu o Previdente do Bravil. Fiquei pensando sobre o que aconteceria se quem estivesse no lugar do Lula fosse algum outro, tipo FHC. O que ele diria? "Esse é quem, mesmo?" ou, quem sabe "Esse é o cara que escreveu muitos livros sobre sociologia e que, ao se eleger, esqueceu tudo que defendia". Poderia dizer, ainda: "Esse é o cara que exige que sejam esclarecidos todos os escândalos de corrupção que aconteceram depois do seu mandato. Só os que aconteceram depois".
Se fosse o Zé Serra (chamado de Zé Pedágio, pelo blog Conversa Afiada):
"Esse é o cara que está no dossiê cujo conteúdo não foi averiguado".
Se fosse a governadora do estado da RBS, poderia dizer que "Essa é a cara que comprou uma casa com sobras de campanha e que enriqueceu todo o primeiro escalão do seu governo, mas sem saber de nada".

Aliás, poderia também dizer sobre o próprio Previdente: "Esse é o cara que retirou do seu grupo de trabalho a maior ambientalista que seu país já viu e começou a negociar a entrega da Amazônia Legal".

Se chegasse a conhecer este otário, poderia dizer: "Este é o cara mais ingênuo que já vi" ou "Esse é o cara mais fácil de se fazer de bobo".

Divagações

Não sou chegado à programas de tv. Não costumo assistir a nada, a não ser ao CQC, eventualmente, e aos Simpsons ainda com bem menor frequência. Acabo assistindo outras coisas por diversos motivos: em algum momento, estou aqui escrevendo e ouço alguma notícia (sempre há alguém assistindo por perto) e acabo dando uma olhadinha. Assim acontece também com outras coisa, como alguma novela ou entretenimento em geral.
Hoje foi a vez do fantástico, aliás, não sei qual motivo do nome do programa.
Durante o jantar, escutei o locutor anunciar uma séie de reportagens sobre a Amazônia. Não deve ser muito séria, porque vem da rede grobo. A primeira reportagem foi na região do Peru. E a reportagem gostou de entrar no Peru e constatarem o entra-e-sai das toras. Mas vamos ao que interessa.
O que a emissora que apoiou a ditadura militar realmente quer ao abordar o assunto? Sinceramente, ainda não consigo perceber o que quer. Mas o que não quer, eu tenho certeza.
A poderosa emissora quer é deixar de mostrar o impacto causado pelo deserto verde no estado da RBS, os impactos ambientais do estabelecimento das grandes indústrias (a maioria patrocinadoras de algum programa da rede), a exemplo do que aconteceu no caso BASF/SHELL. Por que esse tipo de situação não gera reportagens da emissora do golpe de 64?

Isso me lembra a história dos alimentos geneticamente modificados: fizeram um alarde, exigindo que a legislação fosse afrouxada e que se liberasse a utilização dos transgênicos. Tudo antes de se fazer pesquisas sobre o assunto. Os pseudo-agricultores contrabandearam as sementes, ou as compraram de contrabandistas, e depois, com a cara deslavada, foram a público ameaçar com a quebra do estado. E a lei foi modificada. Confesso que fiquei confuso, porque julgava que a lei funcionava pra todos. Agora me pergunto se os traficantes e os contrabandistas de quinquilharias em geral não têm o mesmo direito e declararem que geram emprego e renda, exigindo a regulamentação das suas profissões.

Continuando a coisa da transgenia, também fiquei perdido em outras coisas. Primeiro, disseram que era pra resolver o problema da fome. Fiquei imaginando que tem pessoas que chegam no supermercado e não conseguem comprar comida porque já terminou e eles ficam com o dinheiro não mão. Será que é o que acontece na África? Fico imaginando a cena: Ngo Mbumba, morador de alguma tribo de pessoas com desnutrição crônica, vai ao supermercado com seu uno mile fire/2009, leva seu cartão de créditos sem limites, mas não consegue comprar alimentos. As prateleiras já estão vazias. O mundo não produz o suficiente. Enquanto isso, no Brasil, José da Silva dorme 3 dias na fila da feira pra comprar o último meio quilo de bananas. Ele pega as bananas e vai com seu new beatle/2009 pra alimentar sua família. Acho que é assim que eles estão dizendo que acontecem as coisas.
Outra história que me deixa perdido é a de que a planta recebe uma mutação genética pra ficar resistente às pragas e que eliminaria a necessidade do uso de agrotóxicos. É curioso, mas eu li um artigo que desmente isso. A resistência não é às pragas, mas às substâncias tóxicas utilizadas. E justamente ao produto da maior empresa de grãos transgênicos do mundo. Puxa, eu sou muito atrapalhado com essas coisas mesmo. Não consigo compreender essas coisas.

Essa minha dificuldade em compreender as coisas é o que me afasta a vontade de assistir tv. Tudo que vejo ser noticiado é falado o contrário em outros meios.

sábado, 4 de abril de 2009

Amenidades

Hoje resolvi deixar o divertimento de lado. Não vou ler trabalhos escolares, muito menos provas e não vou preparar as aulas da semana que vem. Resolvi fazer algo mais chato. Estou ouvindo um velho disco do Humberto Gessinger quando ele era formado por Gessinger, Licks e Maltz. Estou ouvindo o GLM. Interessante o trecho a seguir:

"Triste vocação
a nossa elite burra se empanturra de biscoito fino
somos todos passageiros clandestinos dos destinos da nação
...
triste sina, América Latina, não escaparemos do vexame
nós não caberemos todos em Miami, ame-o, deixe-o"

e tem outro

"Vamos passear depois do tiroteio
vamos dançar no cemitério de automóveis
vamos duvidar de tudo que é certo
...
vamos remar contra a corrente
desafinar do coro dos contentes
vamos ficar acima, velejar no mar de lama
se faltar o vento a gente inventa"

Esses trechos pertencem a duas músicas: a primeira é Chuva de containers e a segunda é de Pose. Interessante como isso tudo faz sentido ainda. Coisas do final dos anos 80 e inicio dos 90. Coisa distópica!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Primeiro de abril: dia dos globos

"Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas que, obedientes a seus chefes, demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a disciplina, o Brasil livrou-se do governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições"

O texto acima é de 01/04/1964. É de um jornal que estava claramente defendendo a "revolução" que construiu uma das mais sanguinárias e tiranas ditaduras da Améria. Se você, leitor, não lembra ou não conhece, é uma manchete do jornal O Globo. O mesmo que, algum tempo depois, conseguiu a outorga para operar a que hoje é a maior rede de tv e rádio do país. Pois isso não é estranho? Há pouco tempo, a emissora produziu um seriado falando do período e tentando demonstrar o quanto o período foi terrível. Só esqueceram de pôr essas manchetes.
Você também pode se divertir lendo mais manchetes de outros jornais que hoje se julgam a favor da liberdade de expressão, mas que apoiaram o que eles mesmos chamam de golpe. É só entrar aqui.



Só pra dar mais um gostinho, segue mais uma citação interessante:

"Participamos da Revolução de 1964 identificados com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas, ameaçadas pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada".
Editorial do jornalista Roberto Marinho, publicado no jornal" (O Globo", edição de 07 de outubro de 1984, sob o título: "Julgamento da Revolução").

Clique aqui e leia tudo logo!

Não dá pra perder! É mais divertido do que assistir ao CQC!

Mais com menos: mais pra quem tem mais, com menos pra quem tem menos

É muito estranho como as coisas funcionam na cabeça dos políticos. A atual governadora do estado da RBS disse, durante a campanha, que faria mais com menos. Só que depois deu muito mais força aos grandes empresários da monocultura do eucalipto e do agronegócio. O que eles fizeram? Mais deserto verde, mais enriquecimento às custas do erário e mais transgenia, tendo como consequência (agora sem trema), menos água, menos recursos a setores importantes à população (como a saúde) e maior degradação do ambiente.
Por outro lado, a governadora da casa inexplicável transformou o piso dos professores em teto. Antes, já havia aumentado a carga de trabalho com a enturmação e o fechamento de diversas escolas (nem falo nas itnerantes). Ou seja, era pra pagar mais e pagou menos. Isso me faz pensar que a governadora passou a responsabilidade de cumprir a promessa da campanha aos docentes: eles que façam mais ganhando menos.
Mas eu é que acho que tô pensando bobagem. A ilustre governadora (não pensem que o vice se escapa) fez, sim, mais com menos. O patrimônio da maioria esmagadora dos componetes do primeiro escalão do estado teve grande acréscimo, inclusive da chefe do executivo. Tudo isso com muito menos perseguição do grupo RBS.