quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Uma proposta para o restabelecimento da ordem na República

Diante da situação caótica em que se encontra nosso país, fiz algumas reflexões e deixo aqui a síntese de uma proposta minha para que se possa restabelecer a ordem institucional na República.

A putaria! Sim, a putaria! Não, não e não. Não tô falando no figurado. É o próprio. A putaria ainda vai salvar o país. Vamos chegar ao estágio que só fazendo uma grande suruba nacional, com o supremo, com tudo, é que vamos desatolar a pátria e restabelecer a sensatez. A justiça social se fará na putaria: patrão e patroa estarão nus diante de outras pessoas que trabalham formalmente, informalmente ou as que não trabalham. Secretários e secretárias de educação entregar-se-ão aos pais e mães, junto com diretorias completas e corpo (hummm) docente. Presidente entrará na fila. O CRM recomendará fortemente que profissionais de todas as especialidades tirem o jaleco e punirá quem não o fizer. O judiciário largará a toga e os religiosos ficarão despidos de preceitos. Atletas olímpicos de todas as modalidades diante de uma cama enorme, do tamanho de um campo de futebol. Todo mundo nu e todo mundo sem pudor, sem dogmas, sem valores morais e de coração aberto. Todas as sexualidades satisfeitas e respeitadas. É na putaria que se vê quem é quem e é na putaria que se cura o ódio, também conhecido como o mal da história humana.

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

A morte da bezerra

Faz tempo que venho pensando na morte da bezerra. Tenho questionado se não é melhor voltar a ser vegetariano pra deixar de consumir animais. Li, por exemplo, que o consumo da carne e derivados pode ser fator gerador da masculinidade tóxica e sociedades carnívoras têm maior índice de violência. Evidentemente, onde li eu não lembro mais. Deixo aberto a área de comentários pra quem quiser contribuir com fontes pra auxiliar a leitura ou pra questionar minhas afirmações. Mas o fato é que uma das situações que me fazem pensar na morte da bezerra é que provavelmente ela morreu pra alimentar alguém. Já cheguei a publicar um poema sobre sacrifício animal para fins religiosos. Bom, por enquanto são só ideias.

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Legião Urbana ou um recado à esquerda nacional

Acordei escutando Ramones e achando bom demais. Não vou entrar em questões técnicas do tipo "a guitarra isso... a voz..." e não vou falar em letra ou qualquer qualificativo caracterizativo. É que lembrei de ontem ter escutado Bezerra da Silva e Juliano Guerra. Aliás, quem ainda não escutou o Juliano, que o faça o quanto antes. Então sugiro que dê uma pausa no texto e abra o álbum que tá no link, que eu espero aqui.

Abriu? Segue escutando enquanto lê aqui.

Mas o ponto central que queria dizer aqui, inclusive já digo que a minha roomate escuta sertanejo de sofrência no meio do Alceu Valença e do Belchior. Eu acho o máximo e ouço junto. O ponto é que o pessoal que foi contemporâneo à minha adolescência tinha uns problemas muito sérios. Ou se escutava Ramones ou se escutava samba. Ninguém conversava com ninguém que fosse de outra tribo, como chamávamos. Era uma rusga atrás da outra e chegava a ter quebrapau entre punks e metaleiros. E não adiantava puxar os Novos Baianos pra roda, que foi um momento de apagão pra diversidade. Os milicos e a nossa casta branquinha hétero com tendência autoritária preferiam um povo culturalmente fragmentado, coisa que a grande imprensa adorava cultivar. 

Agora deve surgir a dúvida pra quem tá lendo: e daí? não sou coveiro! Perdão, perdão. A questão era pra ter parado no e daí?. E vai surgir a resposta na cabeça de quem perguntou. Não? Espera mais um pouquinho. Se a resposta veio, não importa se é a mesma minha, já valeu o post. Se não veio nenhuma relação entre as coisas que disse, não desanime. Vou falar a minha resposta logo depois que você que está lendo parar de ler, olhar pro lado e contar até 10, enquanto ouve Juliano tocar seu Neura.

O caso é que em termos de arte, nunca fomos tão produtivos, e aí me refiro à humanidade como um todo. Não tente excluir os orientais nessa conta, pois há pouco tempo muitos de nós dançávamos ao som de um coreano chamado Psy e o K-Pop tá botando uma quantidade enorme de jovens no hoje chamado fandom, que pra nós era fã-clube. Então, nunca fomos tão produtivos e tão ecléticos. E aí reside uma chave dourada que pode abrir nossos olhos pra algo. E aí, caso o álbum do Juliano não tenha chegado ainda à canção "Sonho", sugiro que ouça com bastante atenção. Pra não atrapalhar a tua atenção, deixo o texto por aqui que a resposta está lá na canção.

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Currículo

Tô pensando em viver da minha arte. As coisas não estão fáceis, eu sei. Tem bastante gente na fila e talvez eu não tenha todo o talento necessário, mas quero me sustentar do que me dá gosto. Sim, eu estudei muito pra ser professor. Estudei sempre na educação pública, da primeira série ao mestrado. Mas as coisas têm prazo de validade na minha vida, especialmente, digo, muito especialmente, a profissão. Vejam vocês, meus caros leitores, minhas caras leitoras, que já fui auxiliar de enfermagem de posto de saúde, auxiliar de enfermagem do trabalho, já preguei tira e aparei rebarbas metálicas em sandálias, já soldei alça e serigrafei sacolas pra lojas, já entreguei sacolas em lojas, já trabalhei no transporte alternativo (uma espécie de uber, só que no meu fusca e sim, eu poderia estar no choque de cultura), já atuei em um comercial de casa noturna, já dei aulas particulares, já fiz traduções do/para o espanhol, já fiz revisão textual de trabalhos acadêmicos, já fui acompanhante de idosos, já lavei e controlei a qualidade da água de piscinas, já faxinei academia, já fiz trabalho de ronda, já fui segurança de show de reggae, já viajei pro Paraguai pra trazer bugigangas e abastecer camelô, já fiz pesquisa por telefone, já atendi em bar de festival hippie e acho que fiz mais uma ou duas coisas pra sobreviver, só que não me vêm à mente no momento. Ah, sim, no momento estou professor da rede pública há 11 anos. Mas durante todo esse período, sempre mantive a arte como base de sustentação intelectual e emocional, além de uma forma de mostrar minha visão de mundo às pessoas. Mas o caminho é longo até que possa assumir essa mudança. A arte exige bem mais do que todas as habilidades que me foram exigidas pra executar essas atividades. Mais até do que a sala de aula, que de longe é e sempre foi meu grande desafio profissional.

Aos poucos vou falar melhor da minha arte por aqui.


quarta-feira, 21 de outubro de 2020

TFP e o IR: PQP (2)

E vejam os amigos leitores que encontrei uma correspondência em envelope plástico preto com as mesmas características externas que a minha mãe recebeu no caso TFP. O golpe não para, mesmo depois de eu ter encontrado essa lista de processos envolvendo João Sérgio Guimarães, sendo que alguns deles envolvendo a TFP e a instituição chamada "Aliança de Fátima". Aliás, a contar pelos comentários recebidos na mesma postagem, tem bastante gente sendo sorteada pra receber a graça de pedir dinheiro a pobres pra "ajudar os pobres", segundo a própria correspondência que minha mãe recebeu na época. 


terça-feira, 20 de outubro de 2020

Será dessa vez? Ou será da outra vez? Afinal, de que vez estamos falando?

Querides leitores que ainda insistem em ler este espaço.

Estou distante daqui pelo torpor. O momento absurdo que vivemos desde 2016 não tem me deixado com vontade de falar aqui. É a história de não saber por onde começar, de tantas pontas que esse fio embolado tem. Por isso, tenho vivido de duas esperanças de retomadas: a da sanidade danação (erro de digitação? trocadilhismos? a velha mania...), que espero um dia retornar e a de que as redes """""""sociais"""""" (bota mais aspa aí na tua imaginação) deixem de dominar os espaços internéticos. da nação me abstenho de falar, a não ser - FORA FASCISTAS MILICIANOS NEOPENTECOSTAIS E OS BILIONÁRIOS - mas as redes chegaram ao ponto de me por insano também. Aliás, suspeito que a insanidade tenha renascido pela invenção dos monopólicos grupos empresariais do ramo da internet. O anonimato e a distância dos olhos do interlocutor nos levou a esquecer a civilização e a própria humanidade. Por essas e outras, mais por essas que por outras, que tenho sobrevivido através da esperança de que os leitores possam lembrar dos tempos de liberdade.

Um adendo: a empresa que mantém no ar este espeço espaço, também conhecidas de forma pomposa de "o servidor" é um desses grupos que espero que cheguem ao fim na forma como estão, portanto, aceito sugestões de empresas não monopolizadoras, se possíveis que sejam de fato plurais pra que eu possa transferir todo conteúdo daqui pra lá.

Dois adendo: leiam o que sobrou de mim lá no desacátedra