sexta-feira, 18 de junho de 2010

Mais um pouco sobre José Saramago

No post anterior, tentei informar meus leitores sobre a passagem do genial José Saramago deste mundo. Depois disso, surgiram alguns comentários que, creio, deixei passar batido. Acho que devo postá-los agora, em nova postagem, porque é uma forma de digerir melhor a notícia.
Começo por duas falas do próprio escritor. A primeira, de que os cientistas não sabem de nada, mas explicam tudo, enquanto que os poetas sabem de tudo, mas não explicam nada. A segunda, inclusive já foi citada no Sul21 e que acompanha algumas coisas que já escrevi aqui: o tuíter!: “Os tais 140 caracteres reflectem algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo. De degrau em degrau, vamos descendo até o grunhido”. Não vou estender essa discussão ainda mais. Até mesmo por não ser necessário.
Termino as observações pela experiência que tive hoje à tarde. Ao chegar na escola que trabalho, estava cabisbaixo com a notícia. Pensei em pedir atenção de todos na Sala do Avon e dar a notícia, mas algo me conteve. Fiquei lá, aguardando o início da aula. Então, a maioria dos colegas foi pras respectivas salas e eu fiquei com mais duas professoras um pouquinho mais, já que as nossas turmas entram minutos depois. Nesse instante, percebi a tv ligada e a chamada pra notícia da morte de Saramago. Claro que isso foi noticiado beeeeem depois que terminou o jogo da Copa. Então, uma das colegas que parecia desatenta perguntou: "quem morreu?" e a minha resposta foi mais que de bate-pronto (pra usar a linguagem futebolística): "Saramago". Pra minha surpresa, da mesma forma que respondi, recebi outra pergunta: "e quem era ele?". Foi o suficiente pra me deprimir. Definitivamente.

Extremamente triste com a perda!

É exatamente assim que se sente este otário ao ler no site Sul21 a partida de ninguém mais ninguém menos que o Nobel de Literatura José Saramago. E não é uma piadinha sem graça deste blogueiro! O autor de "O Evangélio segundo Jesus Cristo" e "Ensaio sobre a cegueira" faleceu hoje pela manhã!
Mas o pior de tudo, é saber que ocorreu o óbito às 09h (horário de Brasília) e já passam das 11h e 30min e a grande imprensa ainda não deu uma linha. Se fosse alguém ligado ao futebol?
Isso me remete a quando Mário Quintana partiu desta pra uma outra. No mesmo período, foi-se o tal de Senna. O país inteiro chorou a perda do cara que se naturalizou em outras bandas pra pagar menos impostos e fez de conta que o poeta nem existia.
Lamentável!

domingo, 6 de junho de 2010

Teste sua pegada!

Muito tenho batido aqui na necessidade de rever toda uma cultura agressiva ao planeta. Aliás, há algum tempo que não falo no tema, mas já falei muito quando iniciei na difícil arte de escrever um blogue. Pois bem. Quem acompanha este espaço, sabe o quanto procuro me comprometer com as questões socioambientais. Como hoje me bateu um saudosismo, resolvi retomar, mais uma vez, esse assunto.
Dessa vez, o que me veio à reflexão foi a ideia de quanto estou, particularmente, comprometendo o ambiente no qual vivo. Qual seria a minha "pegada ecológica"? Antes de responder a isso, preciso deixar claro ao leitor mais desavisado o que exatamente é essa tal pegada.
Não. Não trato aqui daquela pegada que enlouquece as mulheres, quando a gente (os homens, principalmente) chega com firmeza, calor e ousadia, endurecendo sem perder a ternura, toma a parceira (no meu caso, mulheres) de maneira a não deixar fôlego, arrebatando com volúpia e uma pitada de rudez carinhosa, fazendo com que elas se entreguem totalmente ao prazer. Não é desta pegada que falo. A pegada a qual falo, é comparável àquela que deixamos na praia, quando pisamos na areia molhada, ou num terreno lodoso. Falo da pegada no sentido de deixar marcada a nossa passagem. Não que a primeira forma de pegada não deixe marcas da passagem do homem na vida da mulher, mas na segunda é a marca que vem melhor ao caso.
Sendo assim, a pegada ecológica (note o leitor que já não aguenta mais ler essa palavra nesse texto, logo direi o motivo de tanta repetição) nada mais é do que a marca que deixamos na nossa existência. A marca deixada pelo nosso ato de pisar em algo. Pisar na Terra. Por consequência, é o efeito de toda a nossa existência: o que consumimos, o que dejetamos, o que destruímos pra benefício (sic) próprio.
Voltando à questão da minha pegada (lembrando que não falarei da minha vida sexual, embora esteja atentado, pois daria um miniconto interessante), descobri, um site onde calculo o quanto estou prejudicando o planeta. Basta entrar no site www.pegadaecologica.org.br ou em www.oeco.com.br/calculadora (sendo este o mais interessante) e responder às perguntas. No final, após a 15ª questão, ele indica a quantidade de planetas iguais à Terra seriam necessários pra sustentar a vida caso todos tivessem o mesmo rítmo de consumo. Vale lembrar que é apenas uma ideia e que as questões são genéricas, sem considerar pormenores, mas dá pra tirar algumas conclusões. No meu caso, um sujeito que tem preocupações socioambientais e vive tagarelando isso, precisaríamos de dois exemplares do nosso planeta. O leitor poderá clicar no link de um dos sites e verificar a sua própria pegada. Se quiser verificar a outra pegada, deverá fazer outro tipo de teste.