segunda-feira, 30 de março de 2009

Rotina

É, meu caro leitor, parece que eu não poderei manter este blog atualizado como gostaria. Vou continuar postando, ao menos, a cada 3 ou 4 dias. O que anda me levando muito tempo é a minha rotina de professor de escola pública de dois municípios diferentes. Vou mostrar um pouco da coisa como funciona a rotina de um otário, se bem que não deve ser muito diferente da maioria das pessoas que vivem nesse mundo capitalista, individualista, burro e injusto. Desculpe se estou sendo redundante, porque falar em individualismo, burrice e injustiça é praticamente a mesma coisa que falar em capitalismo. Vou me ater ao foco.
Minha semana começa assim:
Segunda-feira: levanto às 6h e 30 min. Saio de casa 45 minutos depois. De moto, levo 25 minutos até a escola que trabalho na minha cidade. Ministro aula até as 11 e 45. Volto pra casa pra almoçar. À tarde, enquanto acompanho meu pai num chimarrão, preparo a aula da noite, avalio os trabalhos das turmas da manhã e procuro colocar em dia algo que esteja em atraso. Saio às 17 e 30, levando algo em torno de 1 hora e meia de ônibus até a escola. Dou duas aulas (as duas últimas), mesmo precisando estar na escola o restante do tempo. Saio às 22 e já pego o ônibus em direção à cidade da outra escola, distante 70 Km. Chego lá pela meia-noite na casa da minha namorada, onde passo a noite.
Terça-feira: levanto às 6 e 40. Saio de casa (vamos considerar minha casa) às 7 e 20. Dou aulas a manhã inteira pra duas turmas. Às 11 e 30 vou almoçar em casa. Às 13 já estou de volta pra mais uma tarde inteira de aula. Saio às 17 e vou tomar um rápido café com a minha namorada, enquanto não passa o ônibus. Às 17 e 40 já estou na estrada de volta. Chego lá pelas 19 e vou direto pra especialização. Saio às 22 e vou pra casa, onde chego às 23 pra preparar a aula da manhã seguinte.
Quarta-feira: Repito a rotina da manhã e da tarde de segunda-feira. À noite, especialização. Saio às 22 e espero o ônibus pra viajar pra casa da minha namorada que é vizinha da outra escola. Repito a noite de segunda-feira.
Quinta-feira: repetição da terça-feira em todos os detalhes.
Sexta-feira: Passo o dia atualizando os materiais e planejando as aulas da semana seguinte, da mesma maneira que da noite. À noite, dou aula na minha cidade e volto pra casa dormir às 22 horas.
Sábado: Viajo os 70 Km até a casa da minha namorada pra namorar e preparar as aulas da semana seguinte na escola de lá. Aproveito o sábado à noite pra participar de um programa radiofônico sobre ambientalismo, cultura e sociedade. Apresento dicas de leitura e algumas músicas diferentes.
No domingo procuro descansar e namorar um pouco. No final da tarde (aproximadamente 17h), volto pra casa. Preciso me preparar pra começar uma nova semana.
Depois eu posto mais. Agora vou preparar a aula de hoje à noite.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Falando de sexo

Depois de muito tempo sem postar (quase uma semana), resolvi falar de um assunto gostoso: sexo. Isso eu devo a uma vontade que tive, num dia desses de falar em virgindade, ou melhor, na perda da virgindade, especialmente da feminina. Fiquei lembrando de como acontece a coisa toda com a maioria das meninas. Evidente que tem algumas que passam pela experiência de maneira diferente, mas essas não foram o foco do meu raciocínio. Queria falar mesmo era da maioria.
Fiquei conjecturando que as moças, por mais excitadas que estejam, não suportam o tamanho da vontade do rapaz, isso pensando, que fique bem claro, na primeira vez. Quando falo em moça, é apenas uma maneira representativa de falar, pois pode bem ser que a garota tenha mais de 30, não tenhamos preconceitos, da mesma maneira em que o rapaz poderá ter idade avançada. Isso não importa. Então a moça não consegue aguentar o ímpeto do rapaz e o que ele faz? vai logo estimulando de outras maneiras, como fazer carícias com a finalidade de aumentar o estímulo sexual e, até mesmo, vai aos poucos usando os dedos como um meio de preparar a moça para o ato propriamente dito. Sem pressa, o rapaz vai introduzindo um dedinho, depois aprofundando e assim por diante. Conforme vai sentindo a receptividade da garota, vai aumentando a intensidade do toque, até que perceba que está com uma possibilidade maior de suportar algo mais consistente. Nesse momento ele troca o dedo pelo consistente e inicia uma nova fase, fazendo as mesmas carícias que fez com o(s) dedo(s), agora com o consistente. Vai acariciando, penetrando um pouquinho e sentindo se há possibilidade e aumentando a profundidade aos poucos até que consegue enfiar todo o consistente na menina que, a partir de então, como diria a minha vozinha, não é mais uma menina.
Pois isso é exatamente o que estão fazendo com a amazônia legal: estão acariciando a mata virgem com os dedinhos do desenvolvimento sustentável, dizendo que é viável apenas introduzir um fura-bolo e ainda deixar a moça virgem. É verdade, se introduzir apenas o fura-bolo, a moça provavelmente continuará virgem. O problema é que, depois de acariciar a mata virgem e introduzir o fura-bolo, vão sentir que a mata, ou melhor, quem deveria cuidar da mata (a moça deve cuidar da sua mata) está ficando receptiva, excitada pelo desenvolvimento sustentável (quem sustentará a criança?) e vão começar a introduzir algo mais consistente, como um belo gado de milhares de cabeças, um grande produtor rural (quem tem a ingenuidade de que o MST chegará antes?) e muitos outros bem dotados financeiramente. Aos poucos, vão nos introduzir a cabecinha de gado e alargar a coisa. Nossa mata ficará até mal falada na vizinhança e o que vamos fazer? enviá-la pro puteiro e entregá-la aos traficantes de gente, porque é demodê ficar achando que o primeiro que comeu deve casar.
Mas o que eu quero dizer é que tanto a moça quanto a mata, depois que perder a virgindade, depois que entrar um boi, certamente, entrará uma boiada.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Questionário

Perguntar não ofende:
1. Por que a desgovernadora Yeda não quer pagar os professores se a os dias de greve foram todos recuperados?
2. Por que o governo do estado da RBS decidiu implantar os presídios públicos com gestão (congestão) privada sem tentar uma administração pública antes?
3. Por que não usar o dinheiro do lucro dos empresários que administrarão os presídios pra pagar melhor os professores da rede pública?
4. Por que o modelo de presídio-agrícula ou do presídio-escola é sempre preterido em favor do presídio-negócio ou do presídio-escola-do-crime?
5. Por que a mídia gaúcha não diz em bom Português reformado que o governo do estado da RBS está envolvido em uma série enorme de escândalos de tráfico de influência e de corrupção ativa e passiva?
6. Por que "eu não sabia de nada" continua sendo muito usado nos executivos, agora no estado da RBS com muita aceitação pública?
7. Por que o tal Diário Gaúcho não escreve, na íntegra, todos os diálogos gravados com autorização da justiça e que envolve gente que senta ao lado da Yeda?
8. Qual a formação dos atuais ocupantes do primeiro escalão da pasta do meio ambiente no estado da RBS?
9. Quem são os atuais membros titulares do Conselho Estadual de Meio Ambiente do estado da RBS?
10. Por que a mídia gaúcha não costuma fazer essas perguntas quando entrevistam os políticos do estado da RBS?

sábado, 21 de março de 2009

O Papa não poupa ninguém

Se o Humberto Gessinger (mais conhecido como Engenheiros do Hawaii) resolvesse fazer uma releitura pra O Papa é pop, provavelmente escreveria algo do tipo "O Papa é punk", porque o punk não poupa ninguém. Aliás, o punk até não tem tanto em comum com o atual pontífice como o anterior tinha com a música pop, mas a gente percebe que o Bento é um replicante e um rato de porão, sem jamais chegar a garoto podre. O atual chefe da Igreja Católica consegue, com suas atitudes infames, chegar até a se aproximar dos skinheads. Mas isso é legal. Imagine o leitor o que seria de nós se o Papa fosse do axé ou do sertanejo ou, pior ainda, do new forró? Pois é.
Quando desembarcou em Angola, disparou contra a diversidade: o povo precisa combater o curandeirismo! Sim! Se Jesus tivesse nascido hoje, o Papa iria excomungá-lo porque o fato de fazer paralítico andar já seria uma heresia tamanha! Eu tô começando a acreditar que o INRI Cristo é bem mais confiável como líder religioso.
O senhor Joseph Ratzinger ainda pregou contra a bruxaria. Normal. Acho que ele poderia até chamar o povo cristão pra participar de uma nova inquisição e combater, não só a bruxaria, mas o aborto, o uso do preservativo (principalmente por estupradores) e até a pedofilia. Se o Lula já disse ter cortado na própria carne, porque o Bento não pode? Quem sabe, aproveitando a oportunidade, retornar às cruzadas e ir buscar novos fiéis à força nos países que não têm o cristianismo católico como primeira opção.
Agora, se o Papa é pop, punk, skinhead ou qualquer outro movimento adolescente, o que a gente pode fazer? É um esforço da Igreja Católica de tentar estar próximo das criancinhas, principalmente dos rapazinhos inocentes.
Aliás, o leitor já reparou que tem padre animando até carnaval?

sexta-feira, 20 de março de 2009

Na mesma praça, no mesmo banco...

Recebi um texto na minha caixa de e-mail que julguei interessante postar aqui. É uma suposta carta escrita ao banco Bradesco. Se realmente foi entregue aos diretores da instituição ou não, é o que menos importa. O que chama a atenção é a verossimilhança das informações, ou seja: real ou não, é um caso típico do tratamento dos bancos com os seus crientes, como diria David Camelô. Segue.

" CARTA ABERTA AO BRADESCO

Senhores Diretores do Bradesco,

Gostaria de saber se os senhores aceitariam pagar uma taxa, uma
pequena taxa mensal, pela existência da padaria na esquina de sua rua,
ou pela existência do posto de gasolina ou da farmácia ou da feira,
ou de qualquer outro desses serviços indispensáveis ao nosso
dia-a-dia.

Funcionaria assim: todo mês os senhores, e todos os usuários,
pagariam uma pequena taxa para a manutenção dos serviços (padaria,
feira, mecânico, costureira, farmácia etc).. Uma taxa que não
garantiria nenhum direito extraordinário ao pagante.

Existente apenas para enriquecer os proprietários sob a alegação de
que serviria para manter um serviço de alta qualidade.

Por qualquer produto adquirido (um pãozinho, um remédio, uns litros de
combustível etc) o usuário pagaria os preços de mercado ou, dependendo
do produto, até um pouquinho acima. Que tal?

Pois, ontem saí de seu Banco com a certeza que os senhores
concordariam com tais taxas. Por uma questão de equidade e de
honestidade.

Minha certeza deriva de um raciocínio simples. Vamos imaginar a
seguinte cena: eu vou à padaria para comprar um pãozinho. O padeiro
me atende muito gentilmente. Vende o pãozinho. Cobra o embrulhar do
pão, assim como, todo e qualquer serviço..

Além disso, me impõe taxas. Uma 'taxa de acesso ao pãozinho', outra
'taxa por guardar pão quentinho' e ainda uma 'taxa de abertura da
padaria'. Tudo com muita cordialidade e muito profissionalismo, claro.

Fazendo uma comparação que talvez os padeiros não concordem, foi o que
ocorreu comigo em seu Banco.

Financiei um carro. Ou seja, comprei um produto de seu negócio. Os
senhores me cobraram preços de mercado. Assim como o padeiro me
cobra o preço de mercado pelo pãozinho.

Entretanto, diferentemente do padeiro, os senhores não se satisfazem
me cobrando apenas pelo produto que adquiri.

Para ter acesso ao produto de seu negócio, os senhores me cobraram uma
'taxa de abertura de crédito' - equivalente àquela hipotética 'taxa
de acesso ao pãozinho', que os senhores certamente achariam um absurdo
e se negariam a pagar.

Não satisfeitos, para ter acesso ao pãozinho, digo, ao financiamento,
fui obrigado a abrir uma conta corrente em seu Banco.

Para que isso fosse possível, os senhores me cobraram uma 'taxa de
abertura de conta'.

Como só é possível fazer negócios com os senhores depois de abrir uma
conta, essa 'taxa de abertura de conta' se assemelharia a uma 'taxa de
abertura da padaria', pois, só é possível fazer negócios com o padeiro
depois de abrir a padaria.

Antigamente, os empréstimos bancários eram popularmente conhecidos
como papagaios'. para liberar o 'papagaio', alguns Gerentes
inescrupulosos cobravam um 'por fora', que era devidamente embolsado.

Fiquei com a impressão que o Banco resolveu se antecipar aos
gerentes inescrupulosos.

Agora ao invés de um 'por fora' temos muitos 'por dentro'.
- Tirei um extrato de minha conta - um único extrato
no mês - os senhores me cobraram uma taxa de R$ 5,00.
- Olhando o extrato, descobri uma outra taxa de R$
7,90 'para a manutenção da conta' semelhante àquela 'taxa pela
existência da padaria na esquina da rua'.
- A surpresa não acabou: descobri outra taxa de R$
22,00 a cada trimestre - uma taxa para manter um limite especial que
não me dá nenhum direito. Se eu utilizar o limite especial vou pagar
os juros (preços) mais altos do mundo.
- Semelhante àquela 'taxa por guardar o pão quentinho'.
- Mas, os senhores são insaciáveis. A gentil
funcionária que me atendeu, me entregou um caderninho onde sou
informado que me cobrarão taxas por toda e qualquer movimentação que
eu fizer.

Cordialmente, retribuindo tanta gentileza, gostaria de alertar que os
senhores esqueceram de me cobrar o ar que respirei enquanto estive
nas instalações de seu Banco.

Por favor, me esclareçam uma dúvida: até agora não sei se comprei um
financiamento ou se vendi a alma?

Depois que eu pagar as taxas correspondentes, talvez os senhores me
respondam informando, muito cordial e profissionalmente, que um
serviço bancário é muito diferente de uma padaria. Que sua
responsabilidade é muito grande, que existem inúmeras exigências
governamentais, que os riscos do negócio são muito elevados etc e tal.
E, ademais, tudo o que estão cobrando está devidamente coberto por
lei, regulamentado e autorizado pelo Banco Central.

Sei disso. Como sei, também, que existem seguros e garantias legais
que protegem seu negócio de todo e qualquer risco.

Presumo que os riscos de uma padaria, que não conta com o poder de
influência dos senhores, talvez sejam muito mais elevados..

Sei que são legais. Mas, também sei que são imorais. Por mais que
estejam garantidas em lei, vocês concordam o quanto são abusivas.!?!"

quarta-feira, 18 de março de 2009

As aves que aqui gorjeiam e blá blá blá

Ficar uns dias sem postar até que faz bem. Geralmente a gente volta cheio de assuntos. Como não é bem o meu caso, resolvi escrever algumas coisas bobinhas, só pra matar o tempo e não perder a audiência.
Pensei até em falar na morte do deputado, no desaparecimento do jogador de futebol, no leptop a R$ 1 mil para professores e na visita do pequeno príncipe. Mas isso não tem tanta importância pra mim.
O que me importa, mesmo, é saber o que motivou a reforma ortográfica. Sinceramente, até agora, não li nem ouvi argumento convincente.
Há pouco que li O último voo do flamingo, de Mia Couto e não tive problemas em compreender uma vírgula. Além disso, os linguistas (agora sem trema), como o Marcos Bagno, defendem, de maneira geral, que no Brasil se fala uma língua diferente da de Portugal. Pois bem. Me surpreende que o próprio Bagno afirme que "está na hora de o Brasil tomar a frente da língua portuguesa". Confesso que o ilustre linguista conseguiu fazer comigo o mesmo que fiz várias vezes aqui no blog: criou confusão pela contradição. Com é que vamos tomar frente de algo que já não é mais da nossa cultura, meu caro Marcos?
Por outro lado, já ouvi de que "precisamos unificar a língua portuguesa para ganhar a vaga no conselho de segurança da ONU". Perguntar não dói: a Inglaterra e os Estados Unidos da América têm assento no tal conselho? E a língua inglesa é unificada? Pois é...
Qual o outro argumento mesmo? Ah, da uniformização dos documentos internacionais. Ou seja: criar um padrão para os documentos escritos nos países que compõem o acordo, fazendo com que os documentos valham em todos. Não seria mais fácil reconhecer oficialmente as diferenças existentes e aceitar que um documento venha de Portugal com a grafia própria e vice-versa?


Mas sabem o que vai realmente acontecer? Os governos dos países envolvidos gastarão verdadeiras fábulas pra substituir os livros didáticos e os dicionários das escolas públicas e os alunos das privadas não poderão reaproveitar o do colega do ano anterior. Pra onde vai esse dinheiro todo? Isso é que me preocupa!

domingo, 15 de março de 2009

Novidades no blog

A partir desse final de semana, o otário aqui resolveu dar uma qualificada nas informações a respeito dos leitores. Pra saber a quantidade, foi adicionado um contador de visitas. Depois de testar outros, resolvi adotar esse que é mais completo. É só olhar no canto inferior esquerdo do blog.
Além do contador, este blogueiro de fé abriu uma série de pesquisas com a finalidade de conhecer o perfil dos leitores.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Última sobre o assunto

Recebi um texto de literatura de cordel que achei interessante. É meu post derradeiro a respeito do caso da excomunhão.

A EXCOMUNHÃO DA VÍTIMA

Miguezim de Princesa


I
Peço à musa do improviso
Que me dê inspiração,
Ciência e sabedoria,
Inteligência e razão,
Peço que Deus que me proteja
Para falar de uma igreja
Que comete aberração.

II
Pelas fogueiras que arderam
No tempo da Inquisição,
Pelas mulheres queimadas
Sem apelo ou compaixão,
Pensava que o Vaticano
Tinha mudado de plano,
Abolido a excomunhão.

III
Mas o bispo Dom José,
Um homem conservador,
Tratou com impiedade
A vítima de um estuprador,
Massacrada e abusada,
Sofrida e violentada,
Sem futuro e sem amor.

IV
Depois que houve o estupro,
A menina engravidou.
Ela só tem nove anos,
A Justiça autorizou
Que a criança abortasse
Antes que a vida brotasse
Um fruto do desamor.

V
O aborto, já previsto
Na nossa legislação,
Teve o apoio declarado
Do ministro Temporão,
Que é médico bom e zeloso,
E mostrou ser corajoso
Ao enfrentar a questão.

VI
Além de excomungar
O ministro Temporão,
Dom José excomungou
Da menina, sem razão,
A mãe, a vó e a tia
E se brincar puniria
Até a quarta geração.

VII
É esquisito que a igreja,
Que tanto prega o perdão,
Resolva excomungar médicos
Que cumpriram sua missão
E num beco sem saída
Livraram uma pobre vida
Do fel da desilusão.

VIII
Mas o mundo está virado
E cheio de desatinos:
Missa virou presepada,
Tem dança até do pepino,
Padre que usa bermuda,
Deixando mulher buchuda
E bolindo com os meninos.

IX
Milhões morrendo de Aids:
É grande a devastação,
Mas a igreja acha bom
Furunfar sem proteção
E o padre prega na missa
Que camisinha na lingüiça
É uma coisa do Cão.

X
E esta quem me contou
Foi Lima do Camarão:
Dom José excomungou
A equipe de plantão,
A família da menina
E o ministro Temporão,
Mas para o estuprador,
Que por certo perdoou,
O arcebispo reservou
A vaga de sacristão.

Mania da retomada

Resolvi fazer algumas observações a respeito de posts anteriores.

Quem leu o que postei logo abaixo, deve se dar conta de que a coisa é bem pior do que eu pensava: na tal novela, os indianos caracterizados como bobocas são os mesmos que seguem os costumes milenares do país. Os espertos são os que absorvem a cultura ocidental da poligamia velada, do sexo livre e da mentira. Acho mais do que certa essa visão, porque a Juliana Paes realmente merece liberdade sexual (e deve exercê-la obrigatoriamente, principalmente com autores de blogs bobocas...) e esse negócio de cultura diferente ser respeitada é demodê e engorda. Prefiro a padronização do american way of life que é cultivado por pessoas mais inteligentes como as que faziam parte da klu kux klan e o arcebispo que excomungou os facínoras que salvaram a vida de uma garotinha e, ao mesmo tempo, aliviou a pena do estuprador. Peraí, agora me caiu a ficha! ele foi perdoado porque não usou camisinha durante o ato... mas voltando à sagrada vaca fria, o trabalho que a novela presta ao público é importantíssimo. Não podemos tolerar comportamentos doentios de respeitar as culturas vulgares.

E por falar em estuprador que não usa camisinha, parece que outros setores da Igreja se manifestaram com seus panos (bentos, é claro) bem quentinhos. E com razão! Só porque o arcebispo afirmou publicamente que os envolvidos no caso do aborto seriam excomungados, teve muita gente caindo de pau em cima dele! A CNBB (que parece sigla de rádio internacional como BBC, CNN e outras) disse que o sacerdote havia pronunciado que seria uma pena possível ao caso, apenas isso. Aí eles me pegaram: minha ideia ao criar o blog era exercitar meu poder de contradição e eles conseguiram me superar logo na segunda semana. Isso é que eu chamo de cultura superior!

quinta-feira, 12 de março de 2009

Bobocas indianos segundo a novela

Não costumo assistir telenovela. Hoje cheguei a assistir algumas cenas da tal que tem algo sobre a Índia. É curioso como a grobo costuma construir os personagens: todo indiano é boboca, segundo a história contada. Os costumes de lá são idiotas e retrógrados e devem ser combatidos. Acho até que a emissora vai enviar alguma carta ao Obama pra convencê-lo a retomar os planos do companheiro Bush pra invadir a Índia com o pretexto de devolver a liberdade e combater o terrorismo pra livrar o povo dos costumes inferiores. Lembrei de uma frase da Barbara Gancia que foi citada no livro O melhor do mau humor, do Ruy Castro: "Só em novela de televisão é que casa de rico é chamada de mansão, barco é chamado de iate e copeiro é chamado de mordomo."

Mentiroso que mente pra mentiroso...

Por volta das 10 horas da manhã de hoje a minha mãe recebeu uma ligação da Zero Hora oferecendo assinatura. Num primeiro momento, a moça tentou oferecer algo e eu fiz sinal pra que ela questionasse onde haviam conseguido o número do telefone. A atendente pediu pra aguardar um instante que iria estar verificando. Não me fiz de rogado e pedi pra assumir o fone e fiquei no aguardo. Foi legal saber que os dados tinham sido repassados por uma empresa da qual a minha mãe teria feito um cadastro com a finalidade de participar de um sorteio pela internet. Acontece que a véia é semianalfabeta em se tratando de computador, mais ainda em rede de computadores. Ela não acessa e não pede que a gente acesse a não ser pra ver fotos do orkut de algum familiar. A explicação pra isso é que, provavelmente, a minha progenitora finge que não entende nada e fica acessando sites de pornografia e promoções diversas, fazendo cadastros em sites obscuros e se comunicando com o mundo enquanto ninguém tá vendo! Peraí, talvez ela esteja lendo isso agora. É brincadeira, viu mãe! Eu sei que a senhora não sabe nada de internet e que, se tá lendo isso agora, é porque alguém tá mostrando. E desculpa ter lhe chamado de semianalfabeta em informática. O problema é que essa é a única explicação pra essa informação verdadeira da ZH (aliás, de informação verdadeira o grupo RBS entende!). Mas o certo é que, depois que a moça confessou que o jornal comete a indelicadeza de pegar os contatos de pessoas sem sua autorização seja lá de onde for, eu me fiz de desentendido e fiquei aguardando o prosseguimento. Ela perguntou pela senhora minha mãe e o que eu fiz? Exatamente o que a própria ZH faz o tempo todo: menti. Disse que minha digníssima matriarca havia saído porque estava aguardando o ônibus quando atendeu pela primeira vez. A operadora ficou sem jeito, mas tentou me dizer que iria falar dos planos do panfl, digo, jornal e eu senti que a conversa poderia se alongar, então, fui logo lascando: "pois é, no momento até a gente não tem muito interesse porque tem internet onde se tem toda informação que se imagina e não imagina (até uns blogs bobocas) e com essa história do aquecimento global também estamos tentando evitar o consumo do papel e o jornal, como a senhora sabe, consome muito...". Ela disse que compreendia e, ainda mais sem jeito, agradeceu a atenção.

O nome da coisa na coisa

Antes de entrar no assunto do post, quero justificar minha ausência. É que ando com muita coisa pra escrever e nenhum tempo. Tudo tem me tomado muito tempo. Mas na medida do possível, vou mantendo o espaço razoavelmente atualizado.
Voltando ao post.
Hoje iniciei o trabalho com uma nova turma. São poucos alunos e todos interessados. Tem rockeiro que se veste de gaudério, é lutador de artes marciais e tem posicionamentos interessantes. Também tem jovens mulheres casadas que aparentam fisicamente ser adolescentes, tem músico e até uma aluna que não faz a disciplina mas que resolveu assistir. Todos muito respeitosos com o professor. Mas...
o que me chamou a atenção não foi a maneira educada de agir da turma, muito menos a maneira divertida de um aluno falar, fingindo raiva, da mesma forma que não me chamou atenção a tranquilidade da turma. O que me chamou muito a atenção e me fez pensar neste post foi um armário que fica no fundo da sala. Nela tem livros aos montes, pode-se perceber através do vidro das portas. Também é bem fechada com um cadeado o que me faz pensar que a comunidade é realmente diferenciada porque se existe a preocupação em que os livros não sejam roubados, quer dizer que até os ladrões são interessados por leitura. Pode ser até que algum esteja me lendo agora. Peço a ele, encarecidamente, que deixe dessa vida e tente pegar emprestado na biblioteca e devolva depois. Voltando ao armário, o que chamou atenção mesmo foi uma espécie de adesivo com a seguinte palavra escrita: "armário". Ou seja, colocaram um rótulo no armário o qual o nomeiam exatamente de "armário". Quando li isso, me ocorreu a seguinte questão: será que alguém de dentro da escola ou da comunidade (professor, aluno, funcionário ou até aquele ladrão que queria roubar os livros) já confundiu o móvel com uma mesa ou um copo de suco de tamarindo? Talvez por proximidade de aparência física alguém pensou que se tratasse de uma geladeira. Deixo essa dolorosa dúvida ao prezado leitor: o que leva alguém a rotular uma armário com o nome "armário"? Depois disso, pensei em sugerir que se coloque um adesivo em cada mesa e nas cadeiras com os respectivos nomes ("mesa", "cadeira"). Acho até que poderia ser aberto à comunidade pra que nomeiem as coisas em casa. Já pensei até num slogam: "Vamos botar o nome da coisa na coisa!"

segunda-feira, 9 de março de 2009

Em tempo

Peço, encarecidamente, aos leitores que, ao encontrarem alguma falha na minha digitação ou algum equívoco ortográfico, que me envie por comentários. Isso geralmente acontece pela minha dificuldade em ler na tela do pc e isso me tira boa parte da condição de revisar os posts.

Folga de final de semana e retomada da saga

Como ninguém é de ferro, mas meus nervos são de aço, resolvi tirar uma folga do blog durante o final de semana. Mas retorno hoje contando uma experiência nova.
Lembram do processo todo que precisei passar pra assumir o cargo no meu município natal? Pois bem. Boa parte precisou ser repetida e não tô falando em assumir um novo cargo, mas na questão de adequação do horário. Pra isso, precisei mudar de escola, uma vez que onde eu tava tinha horário fixo e me impossibilitaria de assumir o município vizinho. Descobri isso depois de ir na escola tentar acertar tudo. Me encaminharam à educação, com a finalidade de tentar resolver por lá. E consegui! Fui atendido no mesmo setor do qual eu havia sido designado pra antiga escola com a mesma simpatia da primeira vez. Não falo em simpatia num sentido irônico, como em outras vezes. Falo em simpatia de verdade. As pessoas que me atenderam o fizeram com uma atenção e dedicação que me fizeram sentir honrado. Pesquisaram de tudo quanto foi possibilidade até encontrar uma escola com horário possível e encontraram uma em outro lado da cidade. Diria até que quase fora da cidade. Isso tudo na sexta-feira passada. Precisei confirmar a compatibilidade do horário diretamente na escola. Então, fui sem encaminhamento.
Cheguei hoje às 8h na escola e fiquei deveras impressionado com os aspectos gerais do lugar. Tudo limpo, organizado, bem pintado e todos bem educados. Não sei se a pessoa que me recebeu estava tão feliz com a minha chegada que nem conseguiu conversar comigo. Já logo foi me arranjando trabalho o qual, não tem importância relatar. Mas não foi nada do que o leitor está pensando, se é que está pensando o que eu estou pensando no que ce tá pensando... foi algo banal. Logo em seguida, comentei que precisava verificar os horários e expus toda a minha situação. Foi quando fiquei sabendo que encaixava tudo perfeitamente. Ao ouvir meu "perfeito!", a professora que me atendeu já me deu a incumbência de assumir duas turmas no mesmo instante. Resultado: fui já pra sala de aula! Sem planejamento, ky, vazelina e afins. Mas essa experiência eu conto em outro momento. Por hora, só digo que foi bom porque eu ganhei um docinho no recreio. Voltando ao assunto, minha saga estava apenas (re)começando.
À tarde, fui na educação pra comunicar oficialmente que estava tudo certo e pegar os devidos encaminhamentos oficiais e tive uma surpresa: precisava pegar a minha nomeação, que é um pedaço de papel que eu havia entregue na antiga escola e entregar no setor. Mas já eram mais de 16h e a escola fica há uns 20 Km de estrada de chão. Então, fiquei de encaminhar amanhã pela manhã.
Quanto ao outro cargo do município próximo, ainda não consegui tocar a diante porque essa história dos horários me tomaram muito tempo. Amanhã eu já posto algo a respeito.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Ironia e intertextualidade

Ontem assisti uma reportagem do sbt sobre o que eles chamaram de "a pior rodovia federal do país". Isso me deu uma idéia de usar essa matéria pra quando for ensinar a ironia aos meus alunos. Nada mais irônico do que a pior rodovia federal ser tema de reportagem da pior rede de tv do país.

Depois de rir muito com as piadas do jornal do sbt, resolvi assistir um pouco de um programa de extrema cultura. Studio Pampa é o nome do programa que deveria passar na TV Futura, de tão instrutivo e cultural. Quem mora no estado da RBS sabe do teor da coisa. Em determinado momento, um cidadão que usa roupas femininas e usa uns balões de aniversários (bexiga pros paulitas), afirmou pras garotas do programa (eu escrevi DO programa?) que sabia cantar e que imitaria uma cantora muito famosa. Não gosto de imitação, mas resolvi pagar pra ver. A moçoila saiu quebrando todo o estúdio como quem tem um misto de ataque de Caetano Veloso, Renato Russo e Luana Piovani. Foi, então, que me dei conta que ele estava falando da Amy Winehouse. Daí tive a idéia de usar o vídeo pra ensinar a intertextualidade. Assim, posso falar que um texto, mesmo que ruim (biografia da Amy) pode se relacionar com outros (nesse caso, as biografias do Caetano, Renato e Luana) e ainda ser citado num programa de altíssima qualidade artístico-cultural. Mas não consegui ver mais do que essa cena.

Depois de assistir a pior estrada na pior emissora e a imitação da Amy (que mistura Caê, Rê e Lu) fiquei na dúvida: deveria fazer um plano de aula pra não esquecer a idéia, escrever aqui no blog ou ir dormir? Ganhou a última opção. Tanto que estou escrevendo com um dia de atraso.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Magnata

Hoje fui chamado pra dar aula em outra cidade. Assim vou ficar rico. Imagina o leitor que receberei como professor da rede pública em dois municípios. Acho que vou contratar uma equipe pra desenvolver um novo brog cheio de efeitos. Prometo contar todo o processo de admissão.

Bandido é bandido...

Quando morrer, quero ser enterrado com a cabeça pra fora da terra, pra que eu possa continuar vendo coisas, porque morrerei de velho e não verei tudo. Como é que pode um marginal ter uma arma tão sofisticada a ponto de se parecer com um guardachuva e, pior, ter a petulância de assaltar um taxista! A polícia de São Paulo está de parabéns por mais uma ação importante e ter frustrado um crime tão violento! O Ratinho é que tava certo: tem é que baixar o cacete na bandidagem! E pensar que o taxista quase morre no confronto...

Mais uma pausa no diário pra falar de amenidades

O que pode fazer um otário como eu diante da lei divina? Já tentei rezar em vários idiomas, mas nenhum deu muito certo porque acho que não escolhi o advogado certo pra me representar diante dos julgamentos, então as leis não me são muito favorávies. Não foi uma nem duas as vezes que fui atrás do "pede e obtereis" e pedi, pedi, pedi e só obtive a resposta de que precisava pagar pomposos honorários pra que algum pedido fosse ao menos apreciado. E não falo apenas de escritórios de advocacia evangélico, mas de católicos também (principalmente). Não é questão de que Deus esteja contra mim. Muito pelo contrário, Dele, nada tenho que reclamar (posso até duvidar da Sua existência, mas reclamar, jamais!), nem da crença de ninguém, mas o que me chateia é que muitos, assim como eu, são enganados por sacerdotes que fazem de conta que o são. E o pior é que eu sempre acreditei nesses mesmos. Por exemplo: eu sempre acreditei que a palavra do sacerdote era apenas a materialização da vontade divina, então, quando um padre me dizia que fazer sexo fora do casamento é pecado, eu fazia como a maioria: acreditava e fazia o contrário. Quando dizia que roubar é pecado, eu também fazia como a maioria: duvidava, mas não fazia. Simples, fazer sexo fora do casamento sempre trouxe diversos riscos, desde uma gravidez inesperada até uma mulher que não desgruda do pé, isso comprova a condenação. Já o roubo, principalmente os maiores, são sempre perdoados, por sinal, porque nada acontece com o ladrão. Se alguém duvida do que digo, é só dar uma olhada no escândalo do DETRAN do estado da RBS.
Isso eu me dei conta graças à noticia que acabo de saber sobre a excomunhão de alguns criminosos que, sem nenhum escrúpulo, como diria Ricúpero, salvaram a vida de uma garotinha de 9 anos que violentou cruelmente seu padrasto. E o padre estava certo: se uma lei dos homens contraria uma lei divina, ela perde seu valor. Então, quem cometeu o pecado do aborto deve pagar, enquanto que o autor do estupro (nesse caso a monstuosa garotinha de 9 anos) deve ser absolvida, é claro, se contratar um bom advogado e pagar bons honorários em orações ou em espécie, como fazem alguns fiéis que não são otários.
Mas, mesmo sendo otário, já falei que sou muito bem humorado. Acho até que sou humorado por ser otário e não me dou conta das coisas e daí fico achando graça de tudo.

quarta-feira, 4 de março de 2009

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Finalmente, o otário chega à escola...

Depois de tanta fila, chuva, cara que conta histórias bíblicas absurdas, mais chuva, aguardo pelo resultado, aprovação no concurso com boa classificação, aguardo em ser chamado, outra fila, outra fila e assim sucessivamente, aguardo pelo esquecimento da recepcionista, casal brincando com a sobrancelha na tv, as aranhas da casa da recepcionista, falta de documentos que não haviam sido solicitados e mais um monte de coisa que estou omitindo aqui, este otário finalmente conseguiu contato com a escola. Mas a diretora não estava. Falei com um atencioso plantonista que me autorizou a ligar pra residência da diretora, mas eu fiquei acanhado de fazê-lo (só mesmo um otário pra sentir isso) e resolvi tentar outro dia. Três dias depois, consegui um contato novamente com a escola, mas dessa vez, anotaram meu telefone e ficaram de ligar pra avisar quando a diretora poderia me receber. No dia seguinte, cheguei em casa à tardinha e tinha um recado: deveria me apresentar no dia seguinte, entre 8 e 10 horas da manhã. A escola fica num local de difícil acesso, numa zona considerada rural. As estradas de acesso são de terra e a chuva caiu na região justamente no momento em que eu lia o recado. O meu transporte é feito basicamente por moto, pela questão da mobilidade e economia. Então, o leitor já percebeu o que me aguardava. Ao acordar, percebi que o sol da liberdade em raios fúlgidos brilhou no céu naquele instante. E, assim como o hino nacional, o tempo me fez passar por otário mais uma vez: acreditei que o tempo era seco o suficiente pra sair com uma roupa clara e limpa e acabei por descobrir que, assim como bebida e direção não combinam, dirigir no barro com um caminhão na direção contrária também não combina. Resultado: minha camiseta, que não estava rasgada, mas foi um presente que ganhei da namorada, ficou virada num pano de chão. Depois disso, lavei umas 4 vezes, com produtos diversos e as manchas foram bem mais fortes do que minha força de vontade em removê-las e foram ficando definitivamente. Cheguei na escola enlameado, quase tanto quanto a governadora do estado da RBS, vulgarmente conhecida por Yeda, e não tive como não fazer piada de mim mesmo. Prefiro mil vezes me passar por um otário com senso de humor a ter ataques de Caetano Veloso (Cruzius!)
Essa é a história de como me tornei professor da rede pública municipal de um lugar perdido no mundo, de belas praias e de povo divertido e inteligente, ao contrário de certos professores que escrevem em blogs como esse. Essa é a história de como me descobri otário.
Mas meu diário ainda não chegou ao fim. Ao contrário, apenas estou me apresentando e tudo será contado a partir de agora.
Escrito por otário em 21:34:17 | Link permanente | Comments (0) |"

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"Falando sério

De repente me deu uma vontade imensa de dar mais uma pausa no relato de como me tornei um professor da rede pública municipal para falar de coisas mais importantes.
Acho que o paredão do BBB 9 deveria ser formado pelo Bial e o carinha que fica fazendo aquelas intervenções na rua e fazendo trocadilhos tão furados quanto a sola do meu sapato. Poderiam criar uma exceção e eliminar dois nesse dia. Aí, creio que a melhor opção pra apresentar o programa seria a Angélica, já que o qi dela é tão baixo quanto o dos participantes do programa.
Outra sugestão que faço à grobo é de que distribua livros da Zíbia Gasparetto pra que os participantes leiam e consigam elevar um pouco o nível intelectual do programa.
Escrito por otário em 00:28:29 | Link permanente | Comments (0) | "

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"Recreio

Faço um intervalo pra comentar uma notícia interessante: a governadora do estado da RBS acabou de cortar o repasse de verbas às escolas itnerantes do MST do Rio Grande do Sul. Isso mesmo! Continuemos cortando essas despesas desnecessárias! Já conseguimos eliminar algumas escolas da zona urbana, agora ferramos com as itnerantes. Parabéns, governadora Yeda! Aliás, poderíamos lançar uma campanha pelo fechamento de todas as escolas públicas do RS, porque é muito gasto e com a economia que está sendo feita, logo dará pra comprar um avião e um sobrado pra cada cidadão gaúcho, a começar pelo primeiro mandatário estadual...
Escrito por otário em 19:32:17 | Link permanente | Comments (2) |

1 - Vim indicada por outra colega municipária. Colega otário, bem-vindo ao time... eu passei por isso há 5 anos atrás mas sem metade do stress. Neste novo edital para mais 20 horas, passei os sufocos todos e agora pra encerrar (???) com chave de ouro... a "recuperação" imposta pela SME... haja saco! (Comentar)
Escrito por: Talita em 2009/03/03 - 00:17:22
2 - Pois é, colega Talita. Creio que isso acaba justificando o meu apelido. Aliás, nosso querido prefeito conseguiu confirmar o que disse durante o processo de negociação salarial do ano passado. Lembra quando ele disse que não havia a quantidade de contratos administrativos que o Sindicato afirmava? Ele estava certo. O número era bem maior. Tanto que, quando foi proibida a prorrogação dos contratos, precisou fazer concurso pra substituir. E olha quantos já foram chamados pra isso...
Obrigado pelo comentário, minha cara. Fique a vontade pra continuar. (Comentar)
Escrito por: otário em 2009/03/04 - 04:18:34"

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"Continuando a saga do otário

Pois fui parar na educação. Entrei numa porta e dei de cara com uma recepcionista relativamente simpática que gentilmente me mostrou a quantidade de gente que estava pelo mesmo motivo do que eu, o que calculei em torno de umas 8, e que estávamos sendo chamados de 2 em 2. Pois bem. Eram 10 horas quando me apresentei nessa recepção. A minha decepção é que, depois de aguardar muito tempo sentado, tomado água no filtro umas 3 vezes, tendo que guardar o copo descartável porque corria o risco de alguém roubá-lo, assistir um programa super cultural em que aparecia um casal que brincava com o movimento das próprias sobrancelhas no ritmo frenético do danúbio azul e ouvir muita conversa de diversos temas, dentre eles a quantidade de aranhas que tinha enfestado a casa da recepcionista por causa das chuvase a troca do plantão das recepcionistas pro almoço, isso tudo em, aproximadamente, 3 horas, a moça que substituía a primeira foi delicadamente convidada pela pessoa que aguardava à minha frente, a ligar para o setor responsável, uma vez que desde que o danúbio azul havia terminado e já estávamos assistindo o esporte de outro canal. Ufa! Finalmente alguém resolveu ligar e descobrir que estava tudo parado porque a recepcionista não mandava sobir ninguém e não avisou à nova. Aí a fila andou e não foi a minha namorada quem disse isso. Então, fui ao piso superior para os devidos encaminhamentos. Era somente pra preencher um formulário com 4 questões (dentre elas, o nome, a data e a escola a qual escolheria) e escolher a escola que citei antes do final dos parênteses. Mas o martírio não havia acabado! Quando cheguei proximo da porta, percebi que a moça que estava na minha frente na recepção, estava aguardando ser chamada. Levou uns 20 minutos pra chamarem ela e, depois, mais 40 pra minha vez. Já eram 14 horas. Ou seja, havia ficado 4 horas nessa função. Era suficiente pra registrar um turno de trabalho. Mas ainda viria a hora extra. Ainda precisava preencher uns formulários no departamento pessoal. Então, sentei, mais uma vez, a aguardar ser chamado. Dessa vez foi num piscar de olhos: em apenas 15 minutos estava eu preenchendo os documentos e descobrindo que eu deveria novamente ter trazido fotocópia do diploma, o qual seria encaminhado pela secretaria de educação à de administração, mesmo eu tendo levado isso lá no inicio do processo (leia o post inaugural). Mas não teve problemas. Consegui preencher o que havia pra ser preenchido e levar os documentos necessários depois. Mas ainda ficaram 2 formulários que deveriam ser preenchidos na escola. Mas isso ainda dá pano pra um novo post.

1 - Ufa, meu querido Ota, que suplício! Depois disto tudo, resolvi te dar um apelido bem curto, que possa ser dito agilmente e em frações de segundos e sem risos.
JU (Comentar)
Escrito por: Anónimo em 2009/03/02 - 23:25:20
2 - Gostei do apelido. Me faz lembrar do Ota que foi por muito tempo editor da revista Mad in Brazil, da qual fui leitor. Obrigado, Ju (Comentar)
Escrito por: otário em 2009/03/04 - 04:09:48"

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comentários, enquanto aprendo...

Bem, pessoal, recebi um comentário do amigo Seelwa hoje. Como ainda estou aprendendo a lidar com os comandos de aprovação, acabei deletando acidentalmente. Mas consegui recuperar pela mensagem que recebi no e-mail. Aí vai:
"Companheiro "otário" a tua peroração é de tirar o fôlego! Até tu ficaste com apnéia. Isto é Kafkiano. Claustrofóbico.
Maldito funcionário público, queres ser de novo um servidor do público sem ser o Silvio Santos....
Bom início! Quando será o final?
Um grande abraço,
Seelwa"
Confesso que fiquei envaidecido pela comparação com Sílvio Santos. Não é pra qualquer um! Agora, esse tal de Kafkiano, me parece algo como kafeína... mesmo assim, fico feliz porque as baratas da minha casa fizeram festa quando li isso em voz alta.
Valeu pela força, amigo Seelwa. Aliás, o amigo também tem seu blog. Em breve, postarei ele nos relacionados.

Transferindo postagens...

"inaugurando

Olá, meus amigos, minhas amigas, minhas colegas de trabalho...
Me chamo otário (sim, com inicial minúscula mesmo) e esse é o meu blog, onde conto um pouco das minhas experiências de vida. O motivo de criar esse espaço tem inicio no motivo de eu assumir a alcunha. Já conto isso.
Tudo começou quando saiu um edital de concurso público apresentando vaga pra professor de português da cidade em que moro. E como sou dessa sagrada profissão, resolvi tentar a sorte. O primeiro passo foi tentar isenção da taxa de inscrição, já que sou desprovido do que os advogados chamam de fundos pecuniários ou, como eu mesmo gosto de definir, pobre pra cacete! Pra isso, precisava fazer uma inscrição pela internet até o segundo dia do período estabelecido. Aliás, é curioso que exijam que um sujeito que seja completamente sem condições de pagar R$ 60 tenha condições de ter computador com internet e impressora com tinta. Depois de imprimir o boleto, precisava comprovar que era pé-rapado e não era exatamente pra mandar foto sem sapato. Precisava que fosse, pessoalmente, entregar cópias e mais cópias de documentos diversos que, além de identificar o candidato e comprovar que ele morava onde havia declarado, mostrava, ainda, que não tinha onde cair morto. E era justo, porque se o sujeito fosse aprovado no concurso e viesse a exercer a função (que é hoje o meu caso) corria o sério risco de cair morto quando recebesse o primeiro contra-cheque. E sabe como é que tinha que apresentar os documentos comprobatórios? Precisava levar pessoalmente a um posto devidamente desorganizado num ginásio de esportes, preparado para receber os candidatos a candidatos aos cargos públicos. E tudo em até 72 horas depois de fazer a inscrição pela internet. Não preciso nem dizer que o povo brasileiro é apaixonado por carro e os que não têm carro são apaixonados por fila. Pois bem, fui pra fila bem antes de findar o prazo. 4 horas da manhã do dia em que terminava o período estabelecido foi quando cheguei e já peguei em torno de 200 pessoas na minha frente. E logo que eu cheguei, choveu muito, mas muito mesmo. Aliás, aquele dia choveu pelo inverno todo e eu tive que aturar um carinha que aparentemente frequenta a IURD falando um monte de besteiras sobre a bíblia que até é melhor deixar quieto.Vai que ele chegue a ler isso e me processa. Pensando bem, ele jamais leria o meu blog, se ele não leu a bíblia... Voltando ao assunto, depois de tomar muita chuva e passar muitas privações e ainda precisar sair pra fazer umas fotocópias de documentos que fiquei em dúvida se aceitariam, fui atendido às 16 horas. Então iniciei bem, porque tive 12 horas de plantão num local chuvoso, o que poderia ser considerado um trabalho penoso. Mas isso foi apenas o inicio. O pior ainda está por vir e não é a leitura desse blog (por incrível que pareça). Um mês depois eu fiz a prova e fui aprovado com boa classificação. Mas otário que é otário não conquista nada assim. Acabei por precisar esperar 5 longos meses até sair o resultado por causa da eleição municipal. Depois veio a melhor parte e precisa de um parágrafo novinho pra ser contada.
Fui chamado (de otário, evidente). Não sei o que deu no pessoal da administração que resolveu chamar alguns concursados e não viram que o nome deste otário estava no meio. Me deram um prazo razoável de 20 dias pra me apresentar com a documentação em mãos (lembra daquela documentação já comentada? é bem pior) pra fazer os devidos registros e realizar os devidos exames. Até aí tudo normal, se eu já não fosse funcionário da mesma instituição e já houvesse passado pelos mesmos exames anteriormente.. Mas isso não me abateu, nem me encomodou. O chato foi ter que ficar na fila da administração por 20 longos minutos, pra depois ficar 3 horas na fila da biometria, pra depois ir pra casa. No dia seguinte, solicitar uma certidão negativa de que eu não tenho processo administrativo no município contra mim e fazer os exames normais (se é que pode ser considerado normal tirar sangue num laboratório em que a enfermeira usa unhas compridas e sujas e não lava as mãos) de sangue e urina, fazer exame psicológico (aquele em que não se pode esquecer de desenhar o chão do boneco), não sem antes aguardar 20 minutos, depois aguardar um dia pra depois passar novamente na biometria e agendar consulta pra apresentar os exames à medica do trabalho. Fui na consulta marcada e ainda precisei aguardar mais meia-hora. Depois de tudo aprovado, levei, no dia seguinte, tudo na administração. Não pude ir na adm no mesmo dia porque o horário não era compatível. Fui entregar tudo e, depois de outros enredos, me encaminharam, finalmente, à educação. Depois de concluir esse árduo processo, fiquei sabendo pelo pessoal que trabalha na administração que se eu deixasse pra me apresentar pela primeira vez uns 10 dias depois (fui no primeiro dia do prazo) eu não conseguiria. Resumindo: o edital dava 20 dias de prazo pra apresentação, mas na prática... Voltando à educação, depois do final de semana que houve no meio do caminho, cheguei lá. E essa história é quase tão longa quanto a que contei até aqui. No próximo post eu conto.
Mas pelo que eu coloquei aqui, já dá pra notar o quanto sou otário."

Mudança de endereço

Um otário não deixa de ser otário até na escolha do nome e do servidor. Só depois de 3 dias de uso é que descobri que pra acrescentar algumas coisas precisaria pagar ao blog.com uns valores em dólar. Resolvi procurar o blogger.com e tentar por aqui. Mais uma trapalhada do otário aqui. Aliás, não foi a última dessa história toda: quando tentei criar esse espaço no atual endereço, descobri que já existe outro otário. Então, peço desculpas a ele por ter usado o mesmo nome, mas é inevitável pela minha condição.
Quanto às postagens anteriores, serão migradas pra cá, se eu não descobrir que é impossível fazê-lo.