quarta-feira, 4 de março de 2009

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Finalmente, o otário chega à escola...

Depois de tanta fila, chuva, cara que conta histórias bíblicas absurdas, mais chuva, aguardo pelo resultado, aprovação no concurso com boa classificação, aguardo em ser chamado, outra fila, outra fila e assim sucessivamente, aguardo pelo esquecimento da recepcionista, casal brincando com a sobrancelha na tv, as aranhas da casa da recepcionista, falta de documentos que não haviam sido solicitados e mais um monte de coisa que estou omitindo aqui, este otário finalmente conseguiu contato com a escola. Mas a diretora não estava. Falei com um atencioso plantonista que me autorizou a ligar pra residência da diretora, mas eu fiquei acanhado de fazê-lo (só mesmo um otário pra sentir isso) e resolvi tentar outro dia. Três dias depois, consegui um contato novamente com a escola, mas dessa vez, anotaram meu telefone e ficaram de ligar pra avisar quando a diretora poderia me receber. No dia seguinte, cheguei em casa à tardinha e tinha um recado: deveria me apresentar no dia seguinte, entre 8 e 10 horas da manhã. A escola fica num local de difícil acesso, numa zona considerada rural. As estradas de acesso são de terra e a chuva caiu na região justamente no momento em que eu lia o recado. O meu transporte é feito basicamente por moto, pela questão da mobilidade e economia. Então, o leitor já percebeu o que me aguardava. Ao acordar, percebi que o sol da liberdade em raios fúlgidos brilhou no céu naquele instante. E, assim como o hino nacional, o tempo me fez passar por otário mais uma vez: acreditei que o tempo era seco o suficiente pra sair com uma roupa clara e limpa e acabei por descobrir que, assim como bebida e direção não combinam, dirigir no barro com um caminhão na direção contrária também não combina. Resultado: minha camiseta, que não estava rasgada, mas foi um presente que ganhei da namorada, ficou virada num pano de chão. Depois disso, lavei umas 4 vezes, com produtos diversos e as manchas foram bem mais fortes do que minha força de vontade em removê-las e foram ficando definitivamente. Cheguei na escola enlameado, quase tanto quanto a governadora do estado da RBS, vulgarmente conhecida por Yeda, e não tive como não fazer piada de mim mesmo. Prefiro mil vezes me passar por um otário com senso de humor a ter ataques de Caetano Veloso (Cruzius!)
Essa é a história de como me tornei professor da rede pública municipal de um lugar perdido no mundo, de belas praias e de povo divertido e inteligente, ao contrário de certos professores que escrevem em blogs como esse. Essa é a história de como me descobri otário.
Mas meu diário ainda não chegou ao fim. Ao contrário, apenas estou me apresentando e tudo será contado a partir de agora.
Escrito por otário em 21:34:17 | Link permanente | Comments (0) |"

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