quarta-feira, 27 de maio de 2009

A arte inútil (esqueçam a desgovernadora!)

A arte tem alguma função? Pra que, raios!, serve a tal da arte? De onde veio e pra onde vai esse monstrengo que alguns menos avisados consideram algo belo, mas que não passa de algo completamente do avesso, da quebração de pau, do enforcar de judas, segundo o Mário, lembra do Mário?
O Oscar Wild disse que a arte é inútil. Eu concordo. Mas dá pra pensar diferente. A arte é inútil e útil ao mesmo tempo. Tanto quanto uma chave. Não serve pra abrir portas (fisicamente falando) como uma chave. Se enfiar um livro, por exemplo, numa fechadura, provavelmente não abrirá. Ao mesmo tempo, a leitura do mesmo livro poderá abrir outras portas, as chamadas portas da percepção (The doors of perception - The doors para os íntimos. Principalmente os íntimos do Jim Morrison) especialmente se o livro for do Audous Huxley.
Mas as portas que a leitura poderá abrir devem ser insignificantes diante da quantidade de portas que põe diante do leitor (de obra literária, imagética, cinematográfica, escultural -uau!- ou seja qual for a manifestação) e das certezas que vai derrubando. As verdades devem cair diante da arte. Até eu já caí. Já não sei mais se estou escrevendo sobre arte ou se é sobre a gorda feia de voz de veludo. Afinal o que é arte? Pra que serve essa inutilidade toda? Pra que serve Oscar Wild? Deu vontade de fazer um poema:

"batatinha quando morre, coitada da batatinha
vira rufles sabor churrasco
e vai parar na boca
da menina que não mora
e que come coração"
Copyright: otário. Todos os direitos sonegados. Se quiser usar, basta mexcitar.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Arte do inicio ao fim


Depois de um longo tempo sem postar, resolvi falar de arte. Mesmo tendo questões importantes a discutir, como eu não ter 50 mil reais na poupança (aliás, em lugar nenhum), portanto, não entrando na faixa dos pobres poupadores que alguns querem afirmar que serão assaltados. Tem, também, o sério problema da instituição da mentira que ainda assola a política nacional - por exemplo, o prefeito de uma das cidades em que trabalho divulgou que a média salarial dos funcionários do respectivo é de R$ 1.089,27. Lembrando que ganho como professor pouco mais de 600 pila (o contra-cheque está aí pra confirmar) e um médico ganha a exorbitância de 1.300 pau, assim como um auxiliar administrativo ganha pouco mais de 500, o que me faz pensar em como chegaram a essa conta. Provavelmente contaram com a mixaria de R$ 8 ou 9 mil que ganham alguns cargos de confiança. Isso explica. Outra coisa importante da qual não quero falar é da imoralidade que se está instaurada no desgoverno do estado que se julga superior. Pra quem não sabe, muitos gaúchos (não chega a ser a maioria, mas é um número grande) se julgam argentinos e, se o nobre leitor conseguir comprar um (gaúcho ou argentino) pelo preço que vale e vender pelo preço que eles acham que valem, a fortuna já está formada! Voltando ao desgoverno, eu não queria falar, mas parece que a desgovernadora, ao não consegur comprovar a inocência, resolveu jogar o bolo fecal no éolo. Já surgem denúncias de que o vice tira proveito do cargo pra receber algum extra de uma certa universidade particular. O mundo dá voltas! Mas esquece isso, caro leitor. Vou deixar de conversa e falar de arte. Ou melhor, da inutilidade da arte. Pensando bem, acho que perdeu a graça falar de arte nesse post. No próximo eu falo, pra não misturar as coisas.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Ninguém rouba sozinho

Volto a questionar algumas posturas da desgovernadora do estado da tv sem outorga. Será que agora ela vai começar a se preocupar com o estado e pedir pra sair? Mas se ela sair, o Feijó também tem que sair! Não é nada justo que os dois sejam eleitos com o mesmo esquema e o vice saia ileso do debate. É como se fossem dois ladrões que a polícia tem provas contra ambos, mas o tribunal só leva um a julgamento e apenas este paga pelo roubo. Pensando bem, não é como se fosse. O caso é esse mesmo! O imprestável do vice (que só serve pra esperar a renúncia ou afastamento do primeiro mandatário) certamente está envolvido nisso (só em participar de uma chapa corrompida já o coloca na situação). A solução? Não é o impeachmant. É a impugnação da candidatura Yeda/Feijó, a anulação dos seus votos no primeiro turno e retirar seus direitos políticos!
O problema é a tal da opinião pública (de quem é a tal da opinião, afinal?) que insiste na ideia do pedido de impeachmant, justamente com a intenção de livrar a cara do Feijó, que esperou a eleição passar e a primeira divirgencia acoantecer pra mostrar as irregularidades. Devia ter mostrado antes da eleição. Ou não?

terça-feira, 12 de maio de 2009

O que se planta, cresce

Eu não como eucalipto e não crio coala. Não preciso consumir "plástico verde" pra matar a fome, muito menos biodisel ou tabaco. Mas tenho fome. Preciso comer e não posso. Não tenho acesso aos alimentos. Teve uma vez que li num adesivo na traseira de um carro importado a seguinte frase "fome se mata com agricultura forte". Pelo que percebi, o proprietário do automóvel era um médio ou grande produtor rural, defendendo o incentivo à agricultura. Pareceu que estava defendendo o incentivo, portanto, à produção de alimentos, seguindo aquela lógica de que passamos fome porque a humanidade não produz comida suficiente. Até aí, entendi que é o pensamento de muita gente e achei normal. Fiquei na dúvida só de uma coisinha: por que defendemos que os incentivos à agricultura são pra matar a fome das pessoas, mas se incentiva a cultura de plantas que não nos servem pra comer?

sábado, 9 de maio de 2009

Pelo fechamento das rádios e tvs ilegais já!


A imagem é tirada do site da Anatel. É referente a uma consulta que fiz sobre as emissoras de tv do estado da desgovernadora que quer botar um avião na garagem da casinha, mas não sabe de nada. Na foto, há uma mostra de quem anda com a outorga vencida (aliás, tem gente atuando clandestinamente há tempos). Pra quem gosta de encher o peito e exigir o fim das rádios ilegais, elas estão um tanto, digamos, pregando moral de cueca furada (e suja).
Caso o leitor tenha interesse em saber mais ou fazer a própria pesquisa, é só clicar aqui. Dá pra saber sobre a legalidade das rádios e das tvs. Divirta-se!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Se é pra fazer, melhor fazer bem feito!


Tenho estado tão ocupado que não consigo acessar com a frequência desejada e acabo deixando o blog parado por alguns dias. Isso é sabido por todos os meus 6 leitores (isso mesmo, já cheguei à marca da meia-dúzia!). Também ainda não tive a oportunidade de mostrar aos leitores um pouco de como desenvolvo as minhas aulas. E não mostrarei ainda, mas pretendo fazê-lo em breve. Mas ainda falta falar de arte, já que tenho ocupado esse espaço com conversa sobre política (e não abandonarei esse tema), mas devo confessar que uma sociedade se faz muito mais com arte do que com votos ou protestos. E quando falo em arte, não falo em beleza, poesia neolítica ou perfumaria. Aqui a arte é coisa séria, de gente grande que não precisa pedir pra mãe pra ir brincar com os amiguinhos. Também não quero adotar linguagem exageradamente acadêmica porque não suporto isso, a não ser que seja extremamente necessário. Sem mais milongas, vou encaminhar um comentário que fiz a respeito de um filme que vi, chamado Saneamento básico, de Jorge Furtado. A aproximação a Borges não é minha, mas roubei de um amigo por motivos nobres. Está com uma linguagem acadêmica porque foi escrito direcionado para um site de cinema. Prometo não fazer mais isso.

No melhor estilo enciclopédico de Jorge Luís Borges, o produtor Jorge Furtado realiza, em "Saneamento básico" uma verdadeira aula de cinema.
A história apresenta dois grandes conflitos (a construção da fossa e a realização do filme) cercado dos conflitos pessoais das personagens.
Grande destaque à metaficção fílmica, onde "Saneamento básico" adota "O monstro do fosso" para demonstrar ao público como se concebe uma produção cinematográfica, desde a ideia central, passando pelo desenvolvimento do texto escrito e o questionamento da tradução textual-imagético, chegando à montagem e escolha da trilha.
Ao mesmo tempo, há discussões acerca das questões ecológicas e das contradições do homem. Isso ocorre quando os produtores do filme encapsulado planejam pôr mensagens ecológicas ao mesmo tempo em que metade deles abusam do tabagismo.
Outra discussão gira em torno da questão linguística: durante o desenvolvimento do roteiro, os personagens procuram adequar a linguagem empregada pelo "narrador" da história. Inclusive, a própria roteirista chega a discutir concordância de gênero durante os agradecimentos na pré-estreia.
Merece destaque, dentre outras situações metafóricas, a presença do político: não libera recursos para as obras, jamais se envolve nos projetos da comunidade e ainda recebe muitos créditos públicos.
O trabalho dos produtores da Casa de Cinema de Porto Alegre ganha muita proximidade à obra de Jorge Luís Borges por apresentar características inteligentes: adotar uma obra para explicar todo o sistema que a abrange, sem se descuidar das informações que constroem uma verdadeira obra de arte. A aula de cinema, no entanto, não é restrita ao didático uso de um filme para falar da arte cinematográfica. A aula inicia pelas próprias características da produção em cada detalhe, tal como a ficção do escritor argentino.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

O pior do meu humor

Sou um sujeito bem humorado. Estou sempre fazendo piadinhas aqui, achando graça da desgraça alheia ali e assim vou levando a vida. Mentira! Eu não consigo ser alegre o tempo inteiro. E eu não sou o Wander Wildner. Tem momentos em que eu tenho uma vontade enorme de sair cortando pescoços, literariamente. Meu bom leitor deverá concordar comigo que, por mais que a gente goste de dar umas risadas, tem momentos em que se deve tomar atitudes de gente adulta, séria e que não mais mija na cama.
Um desses momentos eu vivo agora. Ando com uma vontade de sangrar a JoãoGoulart de determinadas figuras patéticas, digo, políticas do cenário do estado do tomador de choque Lazier. Inventaram uma nova onda que é a de se discutir o problema dos outros com pessoas que não têm nenhuma relação direta com o assunto. Olhem o caso da secretária de educação do estado. Deveria fazer as vezes de secretária de verdade e ficar anotando recados e atendendo telefonemas, mas não. O que quer prestar ao serviço privado é outro serviço. Agora deu de perguntar a engenheiros, médicos, advogados e empresários, como se darão as mudanças no plano de carreira do magistério. Mas isso, sinceramente, me chocou e, ao mesmo tempo, me fez refletir e chegar a uma conclusão: o sindicato deveria entrar na negociação, desde que fosse uma negociação em que os profissionais liberais, políticos e empresários metessem o bedelho no salário dos professores e estes decidissem, por exemplo, quanto um governador (ou uma desgovernadora) poderia ganhar de teto. Poderiam, ainda, os professores decidir se um médico vai receber por paciente curado ou terá que devolver tudo que recebeu com juros ao SUS ou à família quando o paciente for a óbito (lógica do Millôr Fernandes). Poderiam, ainda, os professores, darem pitaco e escolherem os secretários de educação do estado, da mesma maneira os membros do Conselho Estadual de Educação e não deixar esse fardo ao desgovernador da vez.

Mudando de assunto, mas já desatando a cara, volto a falar de experiências da atividade de sala de aula. Dessa vez, junto com a sessão "Pérolas aos poucos". Foi num momento em que perdi a paciência com uma das minhas turmas em que o pessoal agitou muito e eu precisei dar um puxão de orelha. Depois que eu terminei, alguns minutos passados e o clima havia amenizado, uma aluna me chamou e disse:
"Professor, por que é que o senhor, sempre que vai nos dar uma mijada, fecha a porta sorrindo?"