sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Legião Urbana ou um recado à esquerda nacional

Acordei escutando Ramones e achando bom demais. Não vou entrar em questões técnicas do tipo "a guitarra isso... a voz..." e não vou falar em letra ou qualquer qualificativo caracterizativo. É que lembrei de ontem ter escutado Bezerra da Silva e Juliano Guerra. Aliás, quem ainda não escutou o Juliano, que o faça o quanto antes. Então sugiro que dê uma pausa no texto e abra o álbum que tá no link, que eu espero aqui.

Abriu? Segue escutando enquanto lê aqui.

Mas o ponto central que queria dizer aqui, inclusive já digo que a minha roomate escuta sertanejo de sofrência no meio do Alceu Valença e do Belchior. Eu acho o máximo e ouço junto. O ponto é que o pessoal que foi contemporâneo à minha adolescência tinha uns problemas muito sérios. Ou se escutava Ramones ou se escutava samba. Ninguém conversava com ninguém que fosse de outra tribo, como chamávamos. Era uma rusga atrás da outra e chegava a ter quebrapau entre punks e metaleiros. E não adiantava puxar os Novos Baianos pra roda, que foi um momento de apagão pra diversidade. Os milicos e a nossa casta branquinha hétero com tendência autoritária preferiam um povo culturalmente fragmentado, coisa que a grande imprensa adorava cultivar. 

Agora deve surgir a dúvida pra quem tá lendo: e daí? não sou coveiro! Perdão, perdão. A questão era pra ter parado no e daí?. E vai surgir a resposta na cabeça de quem perguntou. Não? Espera mais um pouquinho. Se a resposta veio, não importa se é a mesma minha, já valeu o post. Se não veio nenhuma relação entre as coisas que disse, não desanime. Vou falar a minha resposta logo depois que você que está lendo parar de ler, olhar pro lado e contar até 10, enquanto ouve Juliano tocar seu Neura.

O caso é que em termos de arte, nunca fomos tão produtivos, e aí me refiro à humanidade como um todo. Não tente excluir os orientais nessa conta, pois há pouco tempo muitos de nós dançávamos ao som de um coreano chamado Psy e o K-Pop tá botando uma quantidade enorme de jovens no hoje chamado fandom, que pra nós era fã-clube. Então, nunca fomos tão produtivos e tão ecléticos. E aí reside uma chave dourada que pode abrir nossos olhos pra algo. E aí, caso o álbum do Juliano não tenha chegado ainda à canção "Sonho", sugiro que ouça com bastante atenção. Pra não atrapalhar a tua atenção, deixo o texto por aqui que a resposta está lá na canção.

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