domingo, 5 de abril de 2009

Divagações

Não sou chegado à programas de tv. Não costumo assistir a nada, a não ser ao CQC, eventualmente, e aos Simpsons ainda com bem menor frequência. Acabo assistindo outras coisas por diversos motivos: em algum momento, estou aqui escrevendo e ouço alguma notícia (sempre há alguém assistindo por perto) e acabo dando uma olhadinha. Assim acontece também com outras coisa, como alguma novela ou entretenimento em geral.
Hoje foi a vez do fantástico, aliás, não sei qual motivo do nome do programa.
Durante o jantar, escutei o locutor anunciar uma séie de reportagens sobre a Amazônia. Não deve ser muito séria, porque vem da rede grobo. A primeira reportagem foi na região do Peru. E a reportagem gostou de entrar no Peru e constatarem o entra-e-sai das toras. Mas vamos ao que interessa.
O que a emissora que apoiou a ditadura militar realmente quer ao abordar o assunto? Sinceramente, ainda não consigo perceber o que quer. Mas o que não quer, eu tenho certeza.
A poderosa emissora quer é deixar de mostrar o impacto causado pelo deserto verde no estado da RBS, os impactos ambientais do estabelecimento das grandes indústrias (a maioria patrocinadoras de algum programa da rede), a exemplo do que aconteceu no caso BASF/SHELL. Por que esse tipo de situação não gera reportagens da emissora do golpe de 64?

Isso me lembra a história dos alimentos geneticamente modificados: fizeram um alarde, exigindo que a legislação fosse afrouxada e que se liberasse a utilização dos transgênicos. Tudo antes de se fazer pesquisas sobre o assunto. Os pseudo-agricultores contrabandearam as sementes, ou as compraram de contrabandistas, e depois, com a cara deslavada, foram a público ameaçar com a quebra do estado. E a lei foi modificada. Confesso que fiquei confuso, porque julgava que a lei funcionava pra todos. Agora me pergunto se os traficantes e os contrabandistas de quinquilharias em geral não têm o mesmo direito e declararem que geram emprego e renda, exigindo a regulamentação das suas profissões.

Continuando a coisa da transgenia, também fiquei perdido em outras coisas. Primeiro, disseram que era pra resolver o problema da fome. Fiquei imaginando que tem pessoas que chegam no supermercado e não conseguem comprar comida porque já terminou e eles ficam com o dinheiro não mão. Será que é o que acontece na África? Fico imaginando a cena: Ngo Mbumba, morador de alguma tribo de pessoas com desnutrição crônica, vai ao supermercado com seu uno mile fire/2009, leva seu cartão de créditos sem limites, mas não consegue comprar alimentos. As prateleiras já estão vazias. O mundo não produz o suficiente. Enquanto isso, no Brasil, José da Silva dorme 3 dias na fila da feira pra comprar o último meio quilo de bananas. Ele pega as bananas e vai com seu new beatle/2009 pra alimentar sua família. Acho que é assim que eles estão dizendo que acontecem as coisas.
Outra história que me deixa perdido é a de que a planta recebe uma mutação genética pra ficar resistente às pragas e que eliminaria a necessidade do uso de agrotóxicos. É curioso, mas eu li um artigo que desmente isso. A resistência não é às pragas, mas às substâncias tóxicas utilizadas. E justamente ao produto da maior empresa de grãos transgênicos do mundo. Puxa, eu sou muito atrapalhado com essas coisas mesmo. Não consigo compreender essas coisas.

Essa minha dificuldade em compreender as coisas é o que me afasta a vontade de assistir tv. Tudo que vejo ser noticiado é falado o contrário em outros meios.

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