quarta-feira, 6 de maio de 2009

O pior do meu humor

Sou um sujeito bem humorado. Estou sempre fazendo piadinhas aqui, achando graça da desgraça alheia ali e assim vou levando a vida. Mentira! Eu não consigo ser alegre o tempo inteiro. E eu não sou o Wander Wildner. Tem momentos em que eu tenho uma vontade enorme de sair cortando pescoços, literariamente. Meu bom leitor deverá concordar comigo que, por mais que a gente goste de dar umas risadas, tem momentos em que se deve tomar atitudes de gente adulta, séria e que não mais mija na cama.
Um desses momentos eu vivo agora. Ando com uma vontade de sangrar a JoãoGoulart de determinadas figuras patéticas, digo, políticas do cenário do estado do tomador de choque Lazier. Inventaram uma nova onda que é a de se discutir o problema dos outros com pessoas que não têm nenhuma relação direta com o assunto. Olhem o caso da secretária de educação do estado. Deveria fazer as vezes de secretária de verdade e ficar anotando recados e atendendo telefonemas, mas não. O que quer prestar ao serviço privado é outro serviço. Agora deu de perguntar a engenheiros, médicos, advogados e empresários, como se darão as mudanças no plano de carreira do magistério. Mas isso, sinceramente, me chocou e, ao mesmo tempo, me fez refletir e chegar a uma conclusão: o sindicato deveria entrar na negociação, desde que fosse uma negociação em que os profissionais liberais, políticos e empresários metessem o bedelho no salário dos professores e estes decidissem, por exemplo, quanto um governador (ou uma desgovernadora) poderia ganhar de teto. Poderiam, ainda, os professores decidir se um médico vai receber por paciente curado ou terá que devolver tudo que recebeu com juros ao SUS ou à família quando o paciente for a óbito (lógica do Millôr Fernandes). Poderiam, ainda, os professores, darem pitaco e escolherem os secretários de educação do estado, da mesma maneira os membros do Conselho Estadual de Educação e não deixar esse fardo ao desgovernador da vez.

Mudando de assunto, mas já desatando a cara, volto a falar de experiências da atividade de sala de aula. Dessa vez, junto com a sessão "Pérolas aos poucos". Foi num momento em que perdi a paciência com uma das minhas turmas em que o pessoal agitou muito e eu precisei dar um puxão de orelha. Depois que eu terminei, alguns minutos passados e o clima havia amenizado, uma aluna me chamou e disse:
"Professor, por que é que o senhor, sempre que vai nos dar uma mijada, fecha a porta sorrindo?"

Um comentário:

Anônimo disse...

Pois é, eu eu parafrasearia, parodiaria e acrescentaria:
Primeiro vieram buscar os sindicalistas, mas eu não pertencia a nenhum sindicato, então não disse nada.
Depois vieram buscar os professores, mas eu não era professor, então não disse nada.
Então, vieram me buscar, e foi aí que resolvi dar no pé.