quarta-feira, 28 de outubro de 2009

De volta à cena

Pois é bom a gente se afastar um pouco das atividades bloguísticas. Assim, dá tempo pra se procurar novos ares, novos pensamentos e renovar o vocabulário. Mas isso não aconteceu com este otário. Realmente eu não sou muito adepto às mudanças. Principalmente de pensamento. Não é que eu não goste das inovações, mas é porque eu não sei lidar com elas. Por exemplo: não sei lidar com a presença da mYeda no palhaço, digo, palaço do Pira-pira. Não consigo me acostumar com a ideia de olhar pro noticiário e lá está a Mulher Tocha, sufocando o funcionalismo e barbarizando o estado que pensa que ainda é uma província (eu sei, eu sei, essa eu já usei, mas não há como resistir). O pior de tudo é a glória dos apresentadores do jornal do almoço, aquele bom pra perder peso porque a gente perde a fome ao assistir. E é por não saber conviver com as mudanças que continuo postando da mesma forma.
Mas muito se engana quem acha que eu só vim pra discutir notícia requentada. Não, não e não!

Na verdade, o que me motiva a postar hoje é uma discussão que, provavelmente, pode mecher com uma casa de marimbondos sem ferrão. Quero discutir o indiscutível nesse estado acrítico que está em estado crítico. E não quero dizer que pago a pensão com a pensão que o estado me paga pelo meu estado. Não sou o Campos de Carvalho. Mas retomemos a discussão do tradicionalismo. Afirmo: a música tradicional do Rio Grande do Sul é o Rock e as suas vertentes(ou o samba, mas este somente nas cidades de maior índice populacional). O resto (aquele folclórico) é um estilo artificial, que precisou de festivais específicos, programas de tv direcionados e um batalhão de professores formados pela ditadura militar. Assim se estabeleceu a tal "cultura gaúcha". Iniciou lá pelos anos 60. Basta comparar a aceitação dessa musi caga úcha no restante do país em relação aos ritmos nordestinos. Enquanto isso, o rock se consolidou apenas pelo gosto da juventude e pela prática. Por si só já é uma cultura simpática e cativante, mesmo se pensarmos nos casos do punk e do metal. É raro encontrar no RS um adolescente que não goste de ao menos uma meia dúzia de músicas da cena rockeira. Olhando o contrário, precisamos procurar atentamente pra encontrar pessoas que realmente tenham prazer em escutar o folclórico. Mesmo em CTGs (Centros de Tradições Gaúcha), os adeptos ao falso regionalismo, na maioria, são pessoas que apenas "cultivam as tradições", simplesmente por cultivar e achar que assim é que é certo. Não há exatamente uma relação de identidade e de empatia. Além disso, o tradicionalismo guasca também é uma maneira de continuar a contar as mentiras históricas de heroísmo de um povo formado por gente comum e liderada por gente covarde.
A verdadeira música tradicional do Rio Grande do Sul é, definitivamente, o rock.

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