domingo, 21 de junho de 2009

São ou não são umas gracinhas?

O Iluftríffimo Fenhor Previdente chamou os ambientalistas de mentirosos. Agora é pessoal.
Eu que me considero ambientalista de final de semana já me ofendo e parto pro contra-ataque. Primeiro, falo um pouco da bobagem (parece que "o cara", como disse Barak, está se especializando em falar bobagens publicamente. Isso não está relacionado ao folclórico idiota que os antipetistas vivem babaqueando, mas sim pelas afirmativas frágeis...) dita pelo Nosso Senhor Luiz Ignácio (é igneo mesmo).
Primeiro, diz que os ambientalistas não falam a verdade quando afirmam que a MP 458 favorece os grileiros. Isso me faz lembrar a Irmã Dorothy. Lembram do caso da Irmã Dorothy? Só pra ter uma ideia, caso a tal MP estivesse em vigor na época do crime, os assassinos da religiosa seriam penalizados com o direito à propriedade das terras que eram defendidas pela Irmã. Pensando bem, acho que entendi a posição do Previdente: quer evitar novos assassinatos. Como? Simples. Vai doar de uma vez as terras aos especuladores e grileiros (ou vender por preços simbólicos) pra evitar a disputa com essa gente chata e mentirosa que são os ambientalistas. A Irmã Dorothy poderia estar viva. Talvez tivesse perdido o gosto pela vida, mas estaria viva.
Também lembro de um cara chamado Francisco. Lembram do Francisco? O Mendes. Desculpa, esqueci de dizer que ele era mais conhecido pelo apelido. Chico Mendes. Pois esse também morreu mentindo. Também teria seus assassinos premiados com terras a devastar e a encher de gado de corte.
Por outro lado, percebi no primeiro mandatário da nação uma certa veia humorística. Ele disse que a MP vai proteger a floresta. Confesso que estou rolando de rir. Só falta dizer que pra evitar o desmatamento é preciso derrubar muitas árvores.
O que vai nos salvar é a repercussão internacional de tudo isso. Os mercados já anunciam que não comprarão nada produzido naquela região. Vão exigir saber da procedência. Até alguns grupos de supermercados "nacionais" anunciam o boi-cote. Quero ver onde isso vai chegar... aliás, quero ver até onde vai esse texto também.
Mas não perdendo o foco do post, queria retomar o contra-ataque anunciado lá no topo. Não preciso muito pra isso. Vou apenas lançar um apelo ao Previdente: por favor, Previdente, tente nos ensinar a ser sinceros. Comece sendo sincero, porque aprendemos melhor pelo exemplo.

E por falar em político que gosta dum traguinho (e todos têm esse direito, desde que depois não resolvam fazer fiasco em público ou ser sincero), assisti há pouco, na Record, o prefeito de uma cidade gaúcha que tomou uma jarra de vinho e saiu a passear na capital. Bateu num taxi. Achei uma graça quando entrevistaram alguns eleitores da cidade dele e ouvi algumas pérolas: "não fica bem porque é gente nossa". Quer dizer que fosse gente de outro lugar poderia. "Acontece com qualquer um". Esse já é confesso e deveria ser levado pra mesma jaula do prefeito. E a pior: "Dá vergonha (...) foi fazer fiasco justamente na capital". Quer dizer que em outro lugar poderia? O prefeito fez um fiasco incrível, mas os eleitores entrevistados superaram seu líder. Importante dizer que o político ainda tem a desculpa de ter feito tudo sob o efeito do álcool.

São ou não são umas gracinhas?

2 comentários:

Profano disse...

Pois é, meu caro otário, depois dos nossos engrassadíssimos governantes vetarem a regulamentação do jornalismo, resta-nos exercer nosso direito de expressão, ou pelo menos tentar encher o saco dessa gente toda usando espaços como estes.

Mulher Indigesta disse...

Puxem pela memória. Quando o Grande Companheiro se elegeu a imprensa perguntou em quem ele pensou. Ele respondeu: na minha mãe e no Chico Mendes. Por que não usam isso pra chantageá-lo? Talvez ele tenha pensado no Chico assim "Chico, agora que tu tá morto e eu vivo, vou ferrar com a tua Amazônia". Que crápula! O Lula não sabe o que está fazendo com o imaginário de quem nasceu nos anos oitenta como eu (ou setenta como tu, otário). Faz a gente pensar em virar capitalista, grileiro, até político, pra se dar bem e poder esquecer as misérias do país. Aff...