sexta-feira, 1 de julho de 2011

Poeteiro, eu?

Não sou poeta. Aliás, pouco entendo de poesia. Gostaria de entender mais. Fico entusiasmado quando leio o blog Ensaio Lírico do meu amigo Leonardo. Poemas que me agradam em cheio. Agora há pouco vi que também o Douto e Profano também poetou metalinguisticamente. Outros poetas também me chamam atenção, mas não vou ficar discorrendo senão perde a graça e cansa.
Como disse, não sou poeta. Mas sou invejoso. E como! Por isso, resolvi comer a ideia deles e postar um poeminha que escrevi há algum tempo. Claro, em outros momentos, cheguei a postar meus versinhos aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui. Mas dessa vez é diferente. Dessa vez é pura inveja dos amigos. Inveja das brabas!
Sem mais delongas, segue o que obrei:


Ao verso a fundo
- Para Silvia Saint

Falo que arde em paixão
adentra e servil soluço
digo a ti que o rijo riso
cabe em Pandora ou na caixa
quanto ao sentido que aguço
espreme um creme, leva e traz
espesso como a clara
Eleva, atrás e leva - a traz
azeito o cilindro, preparo o talo
E prepare o verso para meu eu.

7 comentários:

Unknown disse...

Alexandre, obrigado pelas palavras que se referem ao meu blog. Fico lisongeado de ter um leitor da tua envergadura. Eu ando em crise poética e pessoal. Faz tempo que não escrevo nada. Talvez tuas palavras me impulsionem a poetar algo. Mas te digo que não precisa nos invejar, já que tens uma dicção forte na poesia, uma abordagem bem atual. Na verdade (e isso já falei pessoalmente- não jogação de confete) eu é que invejo os textos de vocês. Gostaria de ter a tua percepção política (como disse Quintana: "Eu nada entendo da questão social"), o humor sofisticado que tu e o Ricardo possuem.
Abração

Alexandre Antonio disse...

Bah, me deu uma tentação danada de fazer a piadinha trocadílica sobre aqueles adesivos idiotas que colam em camionetes enormes de gente ignorante da classe média, aquelas incapazes de entender o que diz no rótulo do pote de picles, e te dizer, ironicamente "não me inveje, apenas trabalhe". Mas não sou de desejar o mau de ninguém, muito menos dos amigos, digo: não me inveje, continue escrevendo. Na verdade, o que disse no post é verdade. É entusiasmante pra mim quando chego aos teus poemas.
E que bom que gostas do texto!

Unknown disse...

Pior que estes adágios populares tem uma sombra de verdade. Vou te confessar uma coisa: eu escrevo poemas porque sou meio preguiçoso. Se tu parar para analisar, os maiores poetas (a partir do modernismo)têm sido os prosadores. O que é Ulisses (Joyce) senão um enorme "sonetão" em prosa vertiginosa? Lobo Antunes? Como prefiro escrever pouco, acabo sempre caindo nos poemas(geralmente curtos). O que diz mesmo no rótulo de picles?
- Mas falando sério, eu sonho que nosso power trio tenha os nomes devidamente estampados na lombada de seus respectivos livros (num futuro não muito distante). Será sonhar demasiado?
Abraço, Dear

Alexandre Antonio disse...

Meu sonho vai mais além. Seria legal ter algum texto analisado dentro da Faculdade Arcaica de Letras e Obstetrícia (tudo lá é um parto, pra quem não conhece) - famosa FALO. Seria uma grande resposta nossa pra alguns doutores de lá. Mas por hora, me sinto bem satisfeito em ser lido pelos amigos.
Abraço, rapá!

Profano disse...

Eis que somos objeto daquela antropofagia cultural, mas desta vez virtual.

Alexandre Antonio disse...

Aquela velha antropofagia desbotada como a calça jeans.
Mas o legal é ser antropófago e digerir a alcatra. Difícil seria digerir algumas buchadas que andam se soltando academias afora...

Profano disse...

Esquece. A carne ingerida pelo antropófago é a pior e mais dura de todas. Só pescoção.