domingo, 14 de fevereiro de 2010

Contribuição de um otário ao cancioneiro carnavalístico*

A essa época do ano, muitos carros alegóricos de Walter Benjamin, trios elétricos de Rutherfor-Bor e swing brasileiro (que traduzido para o inglês significa "balançando"), em que o morro pede passagem, principalmente o morro de assalto, morro de acidente de trânsito, morro de briga generalizada, enfim, é o ápice do morro, eu também quero botar meu bloco na rua. Nem que seja um bloco de gelo pra picar (sem duplo sentido) e gelar a gelada, nem que seja na rua da amargura!
E pra participar da festa de Baco, ou do reinado de Momo, não sei bem ao certo, faço minha contribuição com um samba que me enredo. É intitulado: "Assim como a Galileia, os gregos, os troianos, os maias, os incas e os romanos, minha avenida está prestes a ficar pra trás, graças aos gerreiros dos outros lugares que vieram sacanear". Segue a letra:

Êô, êô
Skindô, skindô
Lê, lê, lê-ô
Skindô, skindô
No ziriguidum êô, êô
Aiê, aiê
Olhaêêêê
E foi assim que aconteceu
abriu espaço
tapou buraco
e o dinheiro que era meu gato comeu
E os egípcios
nos tempos de Inri Cristo
de braços abertos na Guanabara
Iê, iê
E a mãe África,
num carnaval branqueado
em que só dá modelo e atriz de novela,
foi pra lá de Bagdá
explodindo
com os aliados
Êô, êô
Skindô, skindô
Lê, lê, lê-ô
Skindô, skindô
No ziriguidum êô, êô
Aiê, aiê
Olhaêêêê

Basta cantar no rítmo que melhor se enquadre (já tive todo o trabalho de escrever a letra, o leitor que se vire com a melodia).


*embora a expressão não estar em uso, é perfeitamente empregável ao modelo lexical falcônico, muito utilizado por Marcondes Falcão.

3 comentários:

Mulher na Polícia disse...

Só levando no samba mesmo.

Que será que o Arruda tá cantando no xadrez, hein? deve ser "quem ri por último ri melhor...". Ele sabe que daqui a pouco está de volta, como se nada tivesse acontecido.

Marcos Vinicius Gomes disse...

`Poderia ter colocado algo sobre nossa literatura, por exemplo alguma obra de algum pensador de primeira linha do tipo Ali 'Não somos racistas' Kamel...

Profano disse...

Mas, realmente, o pior do carnaval não é mesmo o desfile das escolas de samba e nem o baile de mescarados, mas sim o grande hit do carnaval que fatalmente surge para aporrinhação da paciência. No fim, pena que não emplacaste esse teu hino carnavalesco.