domingo, 10 de outubro de 2010

Sim ao aborto!

Hoje acordei anti-abortivo, anti-democrático e anti-inflamatório. Não. Na verdade, acordei antiabortivo, antidemocrático e anti-inflamatório, segundo as novas regras.
A bem da dita verdade, a dita dura verdade (cacofonia velha, mas funcional) sou favorável ao aborto. Não falo em aborto de gente. Isso é outra discussão. Sou favorável ao aborto de determinadas ideias, como o de uso de baixaria em campanha eleitoral. Favorável a abortar o jogo sujo e o golpe baixo. Pra mim, quando alguém começa a gestar uma ideia imbecil, deve abortá-la imediatamente. Mas isso é antidemocrático, não é? Que se dane! Já disse: hoje acordei antidemocrático, dentre outros anti.
Voltando ao caso de acordar antiabortivo, não querendo criar confusão nos leitores, mas criando, acordei assim porque acordei com vontade de defender que não se deve abortar coisas que realmente estão dando certo, mesmo que seja um certo meio duvidoso, mesmo que estejam dando certo com pontuais ressalvas, coisas que dão certo mas que apresentam um Belo Monte de problemas. Mas, ainda assim, são coisas que estão dando relativamente certo e que não podem ser abortadas, principalmente por procedimentos anti-higiênicos. Sou antiabortivo por não querer que abortem um projeto fraco, mas que pode ser melhorado em favor de um que cria anacéfalos, filhos de violações de todas as espécies e, principalmente, tem seu jogo sujo escondido por uma cortina midiática ojerizante.
Por isso, acordei e bloqueei alguns nomes da minha lista de contatos de e-mail: pretendo abortar algumas ideias estúpidas pra que não seja abortado um trabalho que pode ser melhorado.

6 comentários:

Mulher na Polícia disse...

Caracas!!!

Esse texto é genial!
Brilhante, professor!!!
Parabéns!!!

Você devia escrever mais, puxa.
: )

Beijos de sua amiga que tem muito orgulho de você.

Alexandre Antonio disse...

Bah! Agora encabulei de vez, minha amiga Mulher da Polícia. Fiquei sem graça, confesso.
No mais, tenho orgulho de tê-la como amiga e leitora.
Beijos

Profano disse...

Mas, e politicamente falando, onde nos leva essa tal de defesa do aborto? Acho que reestruturar algo que foi originalmente planejado para que se torne outra coisa diferente daquela previamente idealizada, ou mesmo uma versão aprimorada, aperfeiçoada ou remodelada, produzindo com tal replanejamento e reestruturação um resultado diverso, embora similar, daquele inicialmente almejado constitui em si uma forma de aborto. Dessa forma podemos concluir que os abortos não só são necessários, como também inevitáveis.

Alexandre Antonio disse...

E tem um outro fator, caro Profano: esse debate sobre aborto favorece a quem? A quem interessa desestabilizar um processo que já tomava ares de decidido? Pensando nisso, se chega à conclusão de quem trouxe à baila um assunto tão politicamente desinteressante.
Por outro lado, o aborto de um projeto é realmente inevitável, desde que não ocorra em favor de um parasitismo. Prefiro um parasita que ao menos não agrave problemas sociai a outro que, além de trazer os mesmos males que o primeiro, ainda introduz outros ainda mais nefastos.

Mulher Indigesta disse...

Tem muitos que dá vontade de enfiar na barriga da mãe de novo (não pensem besteiras,seus incestuosos!) só pra poder abortá-los. Alguém tem algum exemplo ai?

Alexandre Antonio disse...

Ah, minha Mulher Indigesta, exemplo é o que não falta. Não sei se não seria o caso de abortar inclusive às mães, nesse caso. Mas prefiro pensar em abortar ideias. Uma péssima ideia deveria já ter seu aborto previsto em lei. Por exemplo: querer debater religião num processo eleitoral deveria ser abortada, da mesma forma que utilizar telefonemas anônimos e os e-mails.